tag:blogger.com,1999:blog-7224712873994733062024-03-14T03:14:51.827-03:00Actio est in passoUnknownnoreply@blogger.comBlogger28125tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-39171903789799952442014-05-30T12:27:00.003-03:002014-05-30T12:27:35.849-03:00Escritos Lógicos IIApreender quer dizer 'tomar'. Por isso, quando um policial apreender uma arma, podemos interpretar que ele tomou a arma da cidadão.<br />
A inteligência opera sobre as coisas do mundo real, mas para compreendê-las é preciso que antes tome para si. Deste modo, é preciso que a inteligência apreenda 'gato' antes de compreender o animal. É preciso que ela 'absorva' gato.<br />
Quando a inteligência entra em contato com um objeto, a sua primeira tarefa é apreendê-lo, para que possa realizar as outras operações lógicas (juízo e raciocínio). O modo de apreender um objeto é criar um representante intelectual para ele. Tal representante deverá conter as características essenciais do objeto e ignorar suas características acidentais. Chamamos esse representante de <u>ideia</u>. Pode-se dizer que a apreensão é um processo pelo qual a inteligência cria uma ideia.<br />
A ideia é o menor fragmento da razão humana. É com ela que manipulamos os objetos sem nos importarmos com as consequências. Por outro lado, é possível ter ideias mais completas ou menos completas. Um especialista em botânica possui uma ideia mais apurada sobre plantas que uma pessoa comum. Isso, porque a ideia de planta que ele possui contém mais características essenciais à planta.<br />
Deste modo, é possível salientar a necessidade de se compreender a ideia e a sua importância no processo de raciocínio, pois, afinal, racionar é movimentar ideias.<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-2516839095415107622014-05-30T12:21:00.004-03:002014-05-30T12:21:57.434-03:00Escritos Lógicos I<br />
<div>
Optkós é uma palavra grega para os efeitos luminosos. Certamente a ciência que estuda esses efeitos é a física numa disciplina especial de nome Óptica. Assim poderíamos definir Óptica como o estudo do comportamento da luz. O famoso físico inglês Isaac Newton escreveu um livro sobre o assunto e o nome é utilizado até hoje para mencionar tal disciplina.</div>
<div>
<div>
Já logos é uma palavra grega que significa razão. O que poderia ser a ciência que estuda a razão?</div>
</div>
<div>
<div>
Assim como óptica a ciência da luz, lógica a ciência da razão. Mais precisamente, uma disciplina da filosofia que estuda o comportamento do raciocínio.Essa foi uma definição etimológica, passemos a dizer o que é a Lógica. Aristóteles foi um pesquisador que dentre muitas ciências dominava a filosofia. Mas sabia que o saber filosófico era adquirido mediante interpretação cuidadosa dos fatos sensíveis.</div>
</div>
<div>
<div>
Ora, a interpretação é fruto do raciocínio e logo Aristóteles se viu obrigado a estudar o raciocínio a fim de que conhecendo seu comportamento pudesse assegurar seu funcionamento adequado.</div>
</div>
<div>
<div>
Curiosamente a inteligência é uma faculdade capaz de conhece os objetos e seu funcionamento, bastando para tal que o objeto se apresente a ela. Mais curiosamente ainda é o fato de que a inteligência é capaz de se colocar como objeto e analisar seu próprio funcionamento.</div>
</div>
<div>
<div>
Como a Óptica, a Lógica possui leis próprias que visam assegurar o funcionamento correto da inteligência. Também a luz está sujeita a leis que asseguram seu funcionamento, contudo essas leis não estão sujeitas a nossa vontade como as leis do raciocínio perfeito. Isso quer dizer que podemos aplicar as leis para fazer um bom raciocínio ou não aplicar as leis fazendo um mal raciocínio.</div>
</div>
<div>
<div>
Conforme análise minuciosa de Aristóteles, percebemos que o raciocínio é composto de partes, os juízos. Os juízos por sua vez possuem partes, as idéias e assim se faz importante o estudo de cada um desses componentes essenciais do raciocínio para que possamos executá-lo precisamente.</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-61521228474621099422012-10-27T23:42:00.003-02:002013-07-19T20:31:16.535-03:00Questões de Lógica Formal<div>
<br /></div>
<ol>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">O que é idéia?</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">O que é termo?</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt;"> </span>O que se entende por gênero e espécie?</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">O que se entende por compreensão e extensão?</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">Compare em compreensão e extensão os seguintes conceitos:<br />a) </span><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">Barco e Navio<br />b) M</span><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">ilitar e General<br />c) B</span><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">ranco e Cor<br />d) A</span><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">rtefato e Casa<br />e) C</span><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">iência e História</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">O que são predicáveis? Dê exemplos.</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">Construa uma árvore de Porfírio (por exemplo com elementos matemáticos ou zoológicos).</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;"><span style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: 7pt;"> </span>Diferencie termos unívocos, equívocos e análogos. Exemplifique.</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">Faça uma lista de termos unívocos.</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">Dê os diversos significados dos termos abaixo:<br />a) Pé<br />b) Mão<br />c) Raiz<br />d) Folha<br />e) Dia<br />f) Hora<br />g) Dieta<br />h) Ladrão</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">Dê pares de termos equívocos.</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">Dê pares de termos análogos.</span></li>
<li><span style="font-family: Tahoma; font-size: 13px;">Quais as regras para uma boa definição?</span></li>
</ol>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-29526845953415748342012-10-13T17:51:00.000-03:002013-07-19T20:31:16.528-03:00Aula 16 - Introdução à Lógica<div style="text-align: justify;">
<b>1- Introdução</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Vimos anteriormente que o juízo é a afirmação de algo. Contudo o homem tem necessidade de comunicar sua atividade intelectual ao exterior. Em geral essa comunicação é feita mediante linguagem. </div>
<div style="text-align: justify;">
Na <a href="http://moderadorealismo.blogspot.com.br/2011/07/aula-2-introducao-logica.html">Aula 2</a>, ficou demonstrado que:</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li>O termo é expressão verbal da ideia</li>
<li>O sinal convencional não apresenta causa natural</li>
</ul>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Embora a Aula 2 fale da ideia, o mesmo se aplica ao juízo. As observações são pertinentes ao fato de que a linguagem é um sinal convencional. Nenhuma palavra ou frase significa algo naturalmente. Apenas o homem impõe convencionalmente um significado a um som ou conjunto de sons, em que os outros homens partilhando da mesma convenção podem compreender o interior da inteligência de um homem. Assim "bala", "bolo", "bola", "bela", "bule etc são sinais convencionais de certas ideias. Porém não só por ideias procede o intelecto humano, mas também por juízos e raciocínios. Se a língua é um sinal convencional, e o termo é expressão verbal da ideia, o que seria a expressão verbal do juízo?</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2- A sentença</b></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
A sentença é fala dotada de significação. Apesar disso, nem toda sentença expressa um juízo. Por exemplo:</div>
</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Venha conosco!</li>
<li style="text-align: justify;">O que é átomo?</li>
</ul>
<div>
<div style="text-align: justify;">
As sentenças anteriores não expressam juízos por não afirmar nem negar algo sobre algum objeto. Além disso há de se notar que mera associação de palavras não constitui um juízo, pelo mesmo motivo. Exemplo: Ser vivo bípede, movimento uniformemente variado etc.</div>
</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<b>3- A proposição.</b></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
As sentenças que encerram falsidade ou verdade são chamadas de proposição. Em outras palavras, a proposição é uma expressão verbal do juízo.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Toda proposição exige como partes um sujeito, um predicado e um verbo, quer dizer uma coisa e algo dito dessa coisa (afirmação ou negação). O verbo e o sujeito são partes essenciais da proposição. O sujeito e o predicado são chamados de elementos materiais do juízo, o elemento formal é o verbo, já que o verbo é a afirmação ou negação do sujeito e o juízo constitui exatamente em uma afirmação ou negação de um sujeito.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em outras palavras, quando temos dois nomes "Pedro" e "músico", não temos ainda o juízo, mas temos elementos quer servem de material para construção do juízo. A medida que inserimos o elemento fundamental, o verbo, transformamos aquela ideia composta ("Pedro músico") em juízo: Pedro é músico. Assim o verbo "ser" é o que dá forma ao juízo, mas precisa de material para isso, o sujeito e o predicado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por outro lado, há diversas sentenças que são juízos, mas parecem não ser. É o caso de "Pedro corre".</div>
<div style="text-align: justify;">
Dependendo do sentido da sentença "Pedro corre", pode-se interpretar como um juízo se a sentença "Pedro corre" puder ser reduzida a "Pedro é corredor" ou "Pedro é habituado a correr" ou "Pedro é capaz de correr" etc. Desta maneira, fica evidente que muitas vezes a linguagem corrente pode ser um obstáculo para a elucidação da atividade lógica, por isso aconselha-se a devida análise das sentenças e proposições a fim de verificar seu real significado. Como observa Lahr, há na lógica apenas o verbo ser. Se por ventura há um juízo que não possui o verbo ser, como no caso de "Pedro corre" é sinal de que o verbo ser deste tal juízo está acidentado de algum predicado. </div>
<div style="text-align: justify;">
Há ainda o caso em que o verbo ser parece estar livre de predicado, quando usado no sentido existencial. Como "Cavalo existe", ou "Pégasus não existe" ou "Deus é" etc. Ora nesses casos o juízo pode ser decomposto em "Cavalo é existente", "Pégasus não é existente" e "Deus é existente".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>4- Conclusão</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Para a lógica, utilizaremos juízo em que se utilizam o verbo ser. Os juízos devem ser bem estabelecidos e analisados antes de qualquer raciocínio a fim de evitar sofismas e péssimas conclusões.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>5- Bibliografia</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Aristóteles - (Da interpretação) Perihermeneias cap IV e V</div>
<div style="text-align: justify;">
H.D. Gardeil - Iniciação a Filosofia de Tomás de Aquino/Lógica (A segunda operação do espírito)</div>
<div style="text-align: justify;">
R. Jolivet - Lógica (Pág 76 e 77)</div>
<div style="text-align: justify;">
E. Collin - Manual de Filosofia Tomista (pág 39)</div>
<div style="text-align: justify;">
C. Lahr - Manual de Filosofia (pág 322)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-12503307977490358592012-10-12T22:12:00.000-03:002013-07-19T20:31:16.447-03:00Aula 15 - Introdução à Lógica<div style="text-align: justify;">
<b>1- Introdução</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Anteriormente vimos que a primeira operação do espírito é aquela pela qual a inteligência apreende a essência do objeto. Chamamos isso de apreensão. A apreensão é uma operação devidamente simples: toma os caracteres do objeto e os interioriza na forma de uma representação intelectual, a ideia. </div>
<div style="text-align: justify;">
Contudo é possível dividir os elementos da ideia e os colocar sob uma perspectiva mais complexa, o juízo. Segundo st Tomás, o juízo é a própria atividade do conhecimento, aonde a inteligência se pronuncia sobre um objeto, dizendo o que é ou o que não é.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2-Definição de juízo</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos buscar diversas definições de juízo para entendermos o que é precisamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li>Ato da inteligência que une, por afirmação ou divide, por negação. (St Tomás)</li>
<li>Afirmação de uma conveniência ou de não conveniência entre dois conceitos. (Kant)</li>
<li>Ato de afirmar ou de negar a existência de um sujeito ou de uma determinação do sujeito. (Jolivet)</li>
<li>É a afirmação ou negação. (Calderón)</li>
<li>Afirmação de uma coisa de outra. (Aristóteles - citação de C. Lahr e E. Collin)</li>
</ul>
<div>
Embora as primeiras definições não estejam equivocadas, para uma definição Aristotélica, vamos adotar a última, que é mais realista, inclusive, por ser mais sintética que analítica. As definições anteriores nos colocam diante de uma explicação ou definição detalhada do juízo, nos informam a noção geral através do senso comum e precisa o que compõe o juízo. Mas a definição aristotélica, por simples que é, obedece inclusive ao próprio princípio do juízo, que consiste em afirmar algo. Já as anteriores, não só definem o objeto (a saber o juízo) como definem os termos que definem o objeto, tornando a inteligibilidade do termo "juízo" um pouco mais complexa.</div>
<div>
Assim, quando dizemos</div>
<div>
<ul>
<li>A bola é vermelha.</li>
<li>A baleia é um mamífero</li>
<li>O céu é azul</li>
<li>Deus existe</li>
<li>Não existe quimera</li>
</ul>
<div>
estamos diante de juízos, meras afirmações das coisas. Parece, entretanto, que o juízo pode ser também uma negação, mas a negação consiste numa afirmação de não conveniência entre os dois conceitos, sendo portanto uma redundância as definições que se afastam da definição de Aristóteles.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>3- Processo do Juízo</b></div>
<div>
A) Apreensão</div>
<div>
B) Seu relacionamento</div>
<div>
C) A percepção da conveniência (ou da não conveniência)</div>
<div>
D) A afirmação da conveniência (ou negação)</div>
<div>
E) A enunciação do juízo</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Obviamente para haver juízo, é necessário que haja apreensão, pois se o juízo estabelece a conveniência entre duas ideias, é preciso que antes hajam essas duas ideias. Contudo não bastam duas ideias isoladas para existir juízo. É preciso que as ideias estejam relacionadas. Há ideias que estão relacionadas, mas não estão julgadas. É o caso de céu azul, borboleta negra etc. Para haver juízo é necessário perceber se as duas ideias envolvidas são convenientes ou não. Isto é, se azul é conveniente a céu, se negra é conveniente a borboleta etc. Após essa percepção, imediatamente a inteligência se pronuncia afirmando ou negando: o céu <u>é</u> azul, a borboleta <u>não é</u> negra etc. Todas as partes essenciais do juízo já estão prontas, contudo por necessidade de comunicação, o homem pode escolher expressar linguisticamente o juízo através de uma enunciação linguística, que também chamamos de proposição.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>4-Quatro aspectos do juízo</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>O juízo é um ato uno e indivisível, porém tem objeto complexo.</li>
<li>O juízo supõe necessariamente a apreensão</li>
<li>O juízo se distingue da proposição</li>
<li>Na proposição, um predicado se diz de um sujeito</li>
</ul>
<div>
O objeto do juízo é a relação entre duas ideias. Sendo um objeto divisível, é complexo. Contudo o juízo é uma operação una. Ou afirma ou nega. Ou diz "é" ou diz "não é". Afirmação e negação são operações indivisíveis.</div>
<div>
Como dito acima, o juízo sempre estabelece a relação entre ideias. Para estabelecer relação entre elas, é preciso que elas existam primeiramente e é através da apreensão que as ideias tomam existência. Logo o juízo pressupõe a apreensão.</div>
<div>
Assim como o termo é a expressão verbal da ideia, a proposição é a expressão verbal do juízo. Enquanto o juízo é um ato meramente intelectual, a proposição é um ato linguístico.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>5- Regras Formais do Juízo</b></div>
<div>
Síntese é o ato pelo qual a inteligência simplifica um objeto complexo. Análise é o processo inverso, aonde a inteligência esmiuça um objeto complexo expondo suas partes.</div>
<div>
Assim, os juízos podem ser analíticos ou sintéticos. Os juízos analíticos são o juízos cuja em que o atributo é idêntico ao sujeito. Ex.: o homem é animal racional; o animal é ser vivo sensível etc. Os juízos analíticos consistem, pois em julgar uma ideia conforme seu conteúdo. Os juízos sintéticos são os juízos em que o atributo não é essencial ao sujeito. Ex.: Esta bola é vermelha; Este gato é gordo; Pedro é novo etc.</div>
<div>
Conforme esses dois tipos de juízo, C. Lahr propõe 3 regras para a formação de juízos.</div>
<div>
<ul>
<li>Todo juízo analítico é necessariamente verdadeiro</li>
<li>Todo o juízo sintético em que o atributo não é contraditório a ideia do sujeito, não é verdadeiro nem falso, mas é possível.</li>
<li>Todo o juízo sintético em que o atributo é contraditório a ideia do sujeito é falso, isto é, impossível.</li>
</ul>
<div>
Os juízos analíticos são verdadeiros pois constituem apenas em expor o conteúdo de uma ideia (sua compreensão), dessa forma são sempre verdadeiros. Se afirmo as coisas que uma ideia é, estou afirmando a verdade. Os juízos sintéticos não-contraditórios são possíveis, por não incluir nos atributos características opostas ao sujeito. Já os juízos sintéticos contraditórios são impossíveis por afirmar do sujeito algo que ele não é e nem nunca poderá ser. Ex.: esta bola é quadrada. (se for quadrada não é bola, é cubo).</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>6- Conclusão</b></div>
<div>
Terminemos com uma conclusão não nossa, mas de St Tomás.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div>
"A inteligência pode conhecer sua conformidade com a coisa inteligível, todavia ela não a percebe no momento em que ela apreende a quididade de uma coisa. Porém, é quando ela julga que a coisa é realmente tal nela mesma, que ela a concebe, que essa faculdade conhece e exprime pela primeira vez a verdade. E ela o faz compondo e dividindo. Porque, em toda proposição, ou ela aplica a uma coisa significada pelo sujeito uma forma significada pelo predicado, ou ela o nega. Eis porque, falando propriamente, a verdade está na inteligência que compõe e que divide, e não nos sentidos, ou na inteligência enquanto ela percebe a quididade das coisas."</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>7- Bibliografia</b></div>
<div>
Pe Alvaro Calderon - Umbrales de la Filosofia (pág 64 a 67)</div>
<div>
C. Lahr - Manual de Filosofia (pág 321 e 322)</div>
<div>
R. Jolivet - Lógica e Cosmologia (pág 75, 76 e 82)</div>
<div>
J. Maritain - Lógica Menor (pág 109)</div>
<div>
H.D. Gardeil - Introdução Filosofia de St Tomás de Aquino/Lógica (pág 235 a 239)</div>
<div>
Aristóteles - Categorias IV, V e VI(pág 84 a 86)</div>
<div>
st Tomás de Aquino - Suma Teológica (1a parte , questão 16)</div>
<div>
E. Collin - Manual de Filosofia Tomista/Lógica (pág 38 e 39)</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-27318739055210107052012-09-20T22:17:00.005-03:002013-07-19T20:31:16.524-03:00Aula 14 - Introdução à Lógica<div style="text-align: right;">
"<i>Como se viu em Lógica, a demonstração </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>deve proceder de princípios evidentes,</i></div>
<div style="text-align: right;">
<i> anteriores e mais notórios que as conclusões, </i></div>
<div style="text-align: right;">
<i>pois nada pode esclarecer-se do mais obscuro.</i>"</div>
<div style="text-align: right;">
Pe Alvaro Calderon - Los Umbrales de La Filosofia, pág 360</div>
<br />
<b>1- Introdução</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Como visto anteriormente definir é , sob certo aspecto, dizer o que é a coisa. Uma ideia é uma representação intelectual de um objeto, para definir-se uma ideia é necessário não só dizer qual objeto ela representa, mas também o que é este objeto. Assim, procedemos delimitando o objeto que a ideia representa, dizendo o que é e sobretudo dizendo o que não é. Esse procedimento lógico é consequência natural da extensão e compreensão dos seres e por conseguinte da extensão e compreensão das ideias.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por outro lado, para se obter uma boa definição de uma ideia, é preciso analisar seu conteúdo, expor seus elementos, mostrar suas partes. A esse procedimento lógico chamamos de divisão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2- A divisão</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Dividir é separar um todo em partes. Assim dividir um dinheiro é separar a quantia total em partes menores. Dividir um livro é separar devidamente os capítulos. Dividir uma família é individualizar, desvincular seus parentes. Dividir uma ideia é expor corretamente seu conteúdo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, podemos perceber que há pelo menos três formas de divisão.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li>Física</li>
<li>Lógica</li>
<li>Moral</li>
</ul>
<div>
<b>a)Divisão Física</b></div>
<div>
Um todo físico pode se distinguir em <u>quantitativo</u>, <u>essencial</u>, <u>potencial</u> ou <u>acidental</u>. De qualquer maneira, em um todo físico, as partes são bem distintas umas das outras.</div>
<div>
O <u>todo quantitativo</u> é um todo cujas partes são homogêneas, quer dizer , como no caso do dinheiro em que todas as partes são homogêneas.</div>
<div>
Ao contrário do todo quantitativo , o <u>todo potencial</u> é constituído por diferentes partes. O livro é constituído de capítulos essencialmente diversos.</div>
<div>
Um <u>todo acidental</u> é um todo formado por partes que não são essenciais para sua formação. Pode ser o caso de uma casa, cujos tijolos estão ordenados para formar acidentalmente um imóvel ou o caso de dr. Pedro que não precisa ser médico para ser Pedro, mas ser médico é uma das partes desse ser que é o todo que chamamos Pedro.</div>
<div>
Já um todo essencial é o inverso de todo acidental. É quando as suas partes são "essenciais" por assim dizer, para formar um todo.</div>
<div>
Dessa forma, conforme os diferentes tipos de todo físico, haverão diferentes tipos de divisões físicas.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>b)Divisão Moral</b></div>
<div>
Um todo moral é um todo cujas partes estão unidas moralmente para o mesmo fim. Um exército é um exemplo de todo moral. Dividir um exército é desmembrá-lo nos seus soldados individualmente.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>c)Divisão Lógica</b></div>
<div>
A divisão lógica é a que propriamente nos interessa. Contudo, a exposição de outros tipos de divisões nos deixa confortáveis para entender o que é uma divisão lógica, principalmente se procedermos por analogia para chegarmos a conclusão da sua existência.</div>
<div>
Quando analisamos a árvore de Porfírio, definimos o homem como um animal racional. Mas o que quer dizer essa definição?</div>
<div>
Se dividirmos o termo "animal racional" em duas partes, percebemos que há uma parte simples, o termo "racional" e uma parte composta, o termo "animal". Dividindo o termo "animal" em suas partes, percebemos que animal é um vivente sensível. E quando dividimos o termo "vivente" em suas partes, percebemos que se compõe de "ser vivo".</div>
<div>
Isso quer dizer que a ideia de homem pode ser expressa em ser vivo sensível racional. Com a ideia dividida, podemos muito facilmente entender o que é o homem, podemos dizer o que é. </div>
<div>
Sabemos que o gênero é um ente de razão, realizáveis na inteligência, mas com fundamento na coisa, contudo.</div>
<div>
Dessa forma sabemos que a divisão lógica versa sobre entes de razão, que são os gêneros e seus gêneros subalternos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>3- Regras para uma boa divisão</b></div>
<div>
A lógica é uma ciência diretiva da razão. Deste modo sempre lidaremos com regras para proceder corretamente no raciocínio. Não podia ser diferente com a divisão. Para uma divisão ser boa é preciso:</div>
<div>
<ul>
<li>ser completa - enumerar todos os elementos do todo lógico</li>
<li>ser irredutível - enumerar suas partes sem redundância</li>
<li>ser fundamentada sob mesmo aspecto - enumerar princípios da mesma natureza</li>
</ul>
<div>
Conforme essas diretrizes consistiriam erros dizer que um livro é composto de capítulos e letras (elementos devem pertencer a um mesmo aspecto); um corpo é constituído de braços (falta de elementos); um corpo é constituído de braços e dedos (redundância).</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>5- Conclusão</b></div>
<div>
O objeto da lógica é o raciocínio, o objetivo da lógica é o bom raciocínio. Como não podemos racionar a partir de conceitos obscuros, a divisão e a definição são processos altamente necessários para se proceder racionalmente.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>6-Bibliografia</b></div>
<div>
Pe Alvaro Calderón - Los Umbrales de la Filosofia</div>
<div>
C. Lahr - Manual de Filosofia (pág 320 e 321)</div>
<div>
Regis Jolivet - Curso de Filosofia, tomo I ( página 73 e 74)</div>
<div>
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-66097216269032328332012-07-30T00:32:00.003-03:002013-07-19T20:31:16.542-03:00Aula 13 - Introdução à Lógica<div style="text-align: right;">
"<i>Uma ideia definida é como um botão convertido em flor.</i>" </div>
<div style="text-align: right;">
Enrique Collin</div>
<b>1 - Introdução</b><br />
<div style="text-align: justify;">
À pergunta "O que é" respondemos com uma definição [1]. Mais claramente: respondemos com a essência do objeto. Assim se perguntarmos o que é homem, deve-se responder animal racional. Saber o que a coisa é, em outras palavras dizer a essência da coisa, é de suma importância para a ciência , uma vez que toda ciência tem um objeto. Uma ciência do homem, precisa saber o que é homem (animal racional) para então debruçar a razão sobre tal objeto. Como um alvo, o objeto precisa ser definido para ser alcançado. Um arqueiro que não sabe o que é o alvo e aonde está, não poderá acertar a flecha no alvo, a menos por acidente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Desta maneira, das mais importantes questões para a lógica é a definição. Etimologicamente, definir é limitar, e o limite das coisas conhecemos mediante análise da sua extensão e compreensão (<a href="http://moderadorealismo.blogspot.com.br/2012/04/aula-7-introducao-logica.html">vide aula 8</a>) e dos predicáveis da coisa (<a href="http://moderadorealismo.blogspot.com.br/2011/10/aula-5-introducao-logica.html">vide aula 5</a>). Logicamente, definir é explicitar a natureza da coisa ou a significação de um termo. A finalidade da definição é clarear o termo em meio a confusão dos dados sensoriais na apreensão. </div>
<div style="text-align: justify;">
Para que sejam feitas boas definições, a Lógica nos oferece um conjunto de reflexões e regras que nos asseguram o êxito.</div>
<br />
<b>2- Método para definição</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Os métodos para definir algo são a síntese e a análise. (Enrique Collin)</div>
<br />
<ul>
<li style="text-align: justify;">Síntese - Partindo de um elemento universal que pertence ao objeto em questão para chegar , através dos gêneros inferiores sucessivos, ao gênero próximo e à diferença específica do objeto. </li>
<li style="text-align: justify;">Análise - Extraindo de diferentes sujeitos a quem se aplicam a ideia que há de se definir o elemento comum em que se baseia essa atribuição comum observando-os no caso mais comum e típico.</li>
</ul>
<div>
<b>2.1- Exemplo de Síntese</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Caso queira se definir ser humano, deve-se ir primeiro resolvendo os gêneros mais superiores e depois os gêneros mais inferiores.</div>
<div style="text-align: justify;">
a) É ser ou não-ser? Ser.</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">b) É corpóreo ou imaterial? Corpóreo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white;">c) É vivo ou inanimado? Vivo.</span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
d) É sensível ou vegetativo? Sensível.</div>
<div style="text-align: justify;">
e) É racional ou irracional? Racional</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim pode-se definir homem por "ser corpóreo vivo sensível e racional". Como "ser vivo" implica que seja um ser material e "ser vivo sensível" é a definição de animal, pode-se substituir na sentença o termo "ser vivo sensível" por "animal". O resultado final da definição é: "Animal Racional".</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>2.2- Exemplo de Análise</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Caso queira se definir ser humano, necessita-se aplicar a ideia aos seres aos quais convém. Assim se aplicaria a ideia de homem a Pedro, a João, a Joaquim, a Maria, a Fernando, a Júlia e a medida que se enumerarem indivíduos suficientes, procurar as características em comum: São corpóreos, são vivos, são animais, são racionais etc. E assim definir finalmente a ideia de homem: animal racional.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>3- Divisão</b></div>
<div style="text-align: justify;">
A definição pode se dividir em duas classes.</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Definição nominal - É a que fixa o emprego de uma palavra, expondo a significação do termo, mas não dizendo o que a coisa é. Ex.: Definição nominal de hipócrita - falso. De nada adianta definir desse jeito, caso não se saiba o que é "falso".</li>
<li style="text-align: justify;">Definição real - É a que exprime a natureza da coisa, dizendo o que é.</li>
</ul>
<div>
<b>3.1- Tipos de Definição Real</b></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
A definição real pode ser:</div>
<div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Extrínseca - pelas causas exteriores (eficiente e final). Ex.: Choro é resultado da dor.</li>
<li style="text-align: justify;">Intrínseca - pelos elementos necessariamente ligados à essência. Ex.: Lágrima é líquido que possui tal enzima e tal sal.</li>
<li style="text-align: justify;">Descritiva - pelas propriedades e pelos seus efeitos. Ex.: Ferro é elemento de tal cor, que conduz eletricidade, possui tal e tal característica.</li>
<li style="text-align: justify;">Essencial Física - pelas partes físicas essenciais, matéria e forma. Ex.: Pizza é alimento circular feito com trigo.</li>
<li style="text-align: justify;">Essencial Racional - pelo gênero e diferença específica. Ex.: Homem é animal racional.</li>
</ul>
<div>
<b>4- Regras da Definição</b></div>
</div>
<div>
<ol>
<li>Deve ser mais clara que o definido - Dizer que o homem é um certo ser não define a sua natureza.</li>
<li>Deve convir a todo o definido e só ao definido - Dizer que o homem é animal não define o que é homem. Da mesma maneira dizer que o homem é animal racional de cor branca também não.</li>
<li>Que não contenha o definido - Dizer que a luz é um corpo luminoso não define luz.</li>
<li>Que não seja negativa - Dizer que vegetal não é um mineral não define vegetal.</li>
<li>Que seja breve - Uma definição muito longa torna difícil a sua utilização.</li>
</ol>
<div>
<b>5- Limites da definição</b></div>
<div>
Há quatro casos em que não é possível a definição. São eles:</div>
<div>
<ol>
<li>Ideias simplíssimas </li>
<li>Noções generalíssimas</li>
<li>Indivíduos</li>
<li>Dados sensoriais</li>
</ol>
<div style="text-align: justify;">
As ideias muito simples como a ideia de ser não são definíveis por não haver o que clarear; ser é o que é. Noções muito gerais como qualidade, quantidade por serem gêneros supremos não possuem gêneros próximos que as definam. Os indivíduos por possuírem uma alta complexidade e compreensão são indefiníveis. Os dados sensoriais já são naturalmente claros, sem necessidade de definição para os clarear; azul é azul.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>6- Conclusão</b></div>
<div>
Uma boa definição é crucial para o raciocínio Lógico. Sempre que possível deve tentar-se criar uma definição essencial racional, mas quando não for possível, tentar utilizar as outras formas de definição. </div>
<div>
<br /></div>
</div>
<div>
<b>7- Bibliografia</b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Jacques Maritain - A Ordem dos Conceitos, Lógica Menor (AGIR - 13 Edição/ págs 100 a 103)</div>
<div>
Regis Jolivet - Curso de Filosofia, Lógica e Cosmologia (AGIR - 4 Edição/ págs 71 a 73)</div>
<div>
H. D. Gardeil - Iniciação a Filosofia de Santo Tomás de Aquino, Introdução a Lógica (L. 4 - C. 1, C. 2, C. 3 e C. 4)</div>
<div>
Enrique Collin - Manual de Filosofia Tomista/Tomo I (Luis Gili Editor - 2 edição/ págs 36 e 37)</div>
<div>
Pe Álvaro Calderón - Umbrales de La Filosofia [1]</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-87329956169571596432012-07-07T15:28:00.002-03:002013-07-19T20:31:16.553-03:00Da Lógica<br />
Por conseguinte, só quando a razão domina a todos os<br />
movimentos da alma, o homem deve se dizer perfeitamente<br />
ordenado. Santo Agostinho - Do Livre Arbítrio<br />
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-11431655516799685772012-07-02T00:22:00.003-03:002013-07-19T20:31:16.445-03:00Aula 12 - Introdução à Lógica<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: right;">
"São ditas análogas as <span style="background-color: white;">realidades que apresentam entre si algumas similitudes." </span></div>
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: white;">H.D. Gardeil</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<b>1- Introdução</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Uma das questões mais interessantes em lógica é o estudo da analogia. Por dois motivos:</div>
<br />
<ol>
<li style="text-align: justify;">A analogia é muito utilizada para fazer entender conceitos complexos.</li>
<li style="text-align: justify;">A analogia é o método que utilizamos para perceber o ser.</li>
</ol>
<div style="text-align: justify;">
Contudo se vê claramente que é preciso uma direção para aplicar a analogia corretamente e esta direção é a lógica que nos dá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2- Da Analogia</b></div>
<div style="text-align: justify;">
A Analogia consiste em uma unidade relativa entre dois seres e, por conseguinte, entre duas ideias. Isso quer dizer que não é uma unidade do tipo matemática aonde X = 3 e nem uma unidade linguística como burro (animal) é a mesma palavra que burro (ignorante). Uma se refere a dois termos unívocos (x e 3) a outra se refere a dois termos equívocos(burro e burro). Na verdade, a analogia consiste em um meio termo entre essas duas relações. Vejamos o que diz Santo Tomás acerca da analogia:</div>
<div style="text-align: justify;">
"As atribuições analógicas nos aparecem manifestamente como intermediárias entre as atribuições unívocas e as atribuições equívocas. No caso de univocidade, com efeito, um mesmo nome é atribuído a sujeitos diversos segundo uma razão ou uma significação semelhante, assim o termo animal reportado ao cavalo e ao boi significa substância animada sensível. No caso da equivocidade, um mesmo nome vê-se atribuído à diversos sujeitos segundo uma razão totalmente diferente, como aparece evidentemente para o nome cão, atribuído ao astro e uma certa espécie animal. No que concerne às noções ditas analogicamente, um mesmo nome é atribuído a diversos sujeitos segundo uma razão parcialmente a mesma e parcialmente diferente: diferente pelos mesmos modos de relação: a mesma por aquilo a que se reporta a relação. (...)" Metafísica , XI , 1, 3 , n 2197.</div>
<div style="text-align: justify;">
Assim fica estabelecido que a analogia é uma certa semelhança entre dois termos ou seres.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>3- Espécies de Analogia</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<ol>
<li>Analogia de Atribuição<br />A analogia de atribuição é quando atribuímos um termo a outro termo que não o contém. Assim diz-se que maçã é saudável, mas quando na verdade, saudável só o corpo. A maçã produz a saúde.</li>
<li>Analogia de Proporcionalidade<br />É aquela analogia que se encontra na semelhança entre duas relações. Desta forma, olho está para visão como ouvido está para audição.</li>
</ol>
<ul>
<li>Analogia Própria - Exatamente como a anterior</li>
<li>Analogia Metafórica - Analogia em que apenas um dos analogados possui o termo analogado. É quando se diz que os campos riem, quando na verdade eles não riem e nem sequer produzem o riso objetivamente. Mas por certa similitude entre o movimento da vegetação com o movimento do lábio no riso, pode-se dizer que os campos riem. Esta analogia é muito utilizada em teologia.</li>
</ul>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcIiwfoZQXKSlBRqcnRdZTv04YiqDvIDEFuJMHIvbq7r6dotu1EvBzzZ-L-I8VThUtE2o0pb1cWR1Y1Rsgo7BRi1YNdoRPNMn9cLJiKRj6-u4p3AEECkI9MkVIkeojaWpihs8BjuLjHYy5/s1600/Analogia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcIiwfoZQXKSlBRqcnRdZTv04YiqDvIDEFuJMHIvbq7r6dotu1EvBzzZ-L-I8VThUtE2o0pb1cWR1Y1Rsgo7BRi1YNdoRPNMn9cLJiKRj6-u4p3AEECkI9MkVIkeojaWpihs8BjuLjHYy5/s400/Analogia.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Figura: Analogia de Proporcionalidade</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<b>4- Conclusão</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
A analogia de atribuição é pouco utilizada cientificamente. Contudo a analogia de proporcionalidade é utilizada tanto em ciências empíricas quanto em ciências abstratas como a metafísica. Em metafísica o uso da analogia de proporcionalidade é bastante reduzido e só é utilizado na demonstração de que o ser é análogo. Já a analogia metafórica só é utilizada em teologia. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Assim, sabendo da ciência que se está utilizando, deve-se escolher o tipo de analogia legítimo e, caso escolha, saber aplicar a analogia corretamente, conforme o quadro acima pôde evidenciar.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<b>5- Bibliografia</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
H.D. Gardeil - Introdução à Filosofia de S. Tomás de Aquino (páginas 833 a 842)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
E. Collin - Manual de Filosofia Tomista (páginas 34 e 35)</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
R. Jolivet - Lógica e Cosmologia (páginas 70 e 71)</div>
<div>
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-72609055403726671602012-05-14T14:23:00.001-03:002013-07-19T20:31:16.546-03:00Aula 11 - Introdução à Lógica<br />
<div style="text-align: right;">
"<i>Estamos, portanto, de acordo em que as palavras são signos</i>."</div>
<div style="text-align: right;">
Santo Agostinho - De Magistro</div>
<br />
<b>1- Introdução</b><br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn2BCVK8D75lg0ceWsn95JaeWCkd1VrNoJWil8i2FrixpTd7tfIfQVih-PCGq7hUJY_q05VVFss4A7tsJFciU46QuJvY44EgVw4G91wXJ2ngrX2QcO5XaWYgL5PuNx0jFjwNAElBPmlE4t/s1600/calvin+MODERADO+REALISMO.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjn2BCVK8D75lg0ceWsn95JaeWCkd1VrNoJWil8i2FrixpTd7tfIfQVih-PCGq7hUJY_q05VVFss4A7tsJFciU46QuJvY44EgVw4G91wXJ2ngrX2QcO5XaWYgL5PuNx0jFjwNAElBPmlE4t/s400/calvin+MODERADO+REALISMO.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="text-align: justify;">A charge acima nos denuncia algo comum na linguagem: a de que as palavras podem ter diferentes significados. O cômico ali ocorre devido a um erro de lógica que é a consideração do significado das palavras. No português, a palavra "manga" pode ter dois significados ao menos: parte de uma camisa aonde enfia-se o braço ou uma fruta. Ao tomar "manga" sempre por fruta, erraríamos ao concluir que toda camisa possui uma fruta e que seria doce por isso. Obviamente na linguagem corrente e popular tais problemas não acontecem, mas nos textos de raciocínio mais delicado e abstrato aonde uma mínima diferença de significados pode determinar uma conclusão completamente errônea, é importantíssimo ter em conta o significado das palavras.</span><br />
<div style="text-align: justify;">
Como vimos anteriormente, as palavras são sinais da ideia. Falsos significados linguísticos podem ser sinal de falsos significados de ideias. E, se por um lado parece claro que as palavras pode ter significados diversos, não parece claro que as ideias que elas representam (bem como as ideias em geral) possuem significados diversos. Para isso a lógica estuda as ideias do ponto de vista da significação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2- Classificação das idéias quanto a significação</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto a significação, uma ideia pode ter três classificações a seguir: As palavras possuem a mesma classificação.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Equívoca - que expressa coisas distintas.</li>
<li style="text-align: justify;">Unívoca - que expressa uma coisa unicamente. </li>
<li style="text-align: justify;">Análoga - que expressam coisas distintas, mas de alguma forma semelhantes.</li>
</ul>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Assim é que a palavra "manga" é equívoca, isto é , expressa duas coisas totalmente diferentes. Já a palavra cão aplica-se tanto a Totó quanto a Zeca, embora ambos os animais pertençam a mesma espécie, são indivíduos distintos. Por este motivo, a palavra cão é unívoca, isto é, aplica-se a distintos sujeitos da mesma forma, com o mesmo significado. Por fim, a palavra ser aplica-se a vários indivíduos, mas de forma distinta. Todo ser é, mas é de forma diferente.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Outra maneira de se pensar os termos análogos é como um meio-termo entre os termos equívocos e os termos unívocos. Por isso a palavra "saudável" pode se aplicar à aparência de Pedro, ao arroz integral e ao corpo de Pedro. Como escreve Jolivet: "O alimento produz a saúde, o aspecto fisionômico a exprime, mas só o corpo a possui.". Assim podemos perceber que entre termos análogos há sempre certa relação, mas nunca total unidade e nem total distinção.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<br />
<b>3- Significado e Interpretação</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Como as palavras podem ter diversos significados, somente quando se sabe seu significado no contexto é que um texto pode fazer sentido para o leitor. Assim é que quando um autor quer despistar o real sentido das suas palavras, utiliza-se de maior quantidade de palavras ambíguas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Os textos sagrados, como é o texto bíblico, são textos cuja interpretação depende do conhecimento do que aquelas palavras podem significar e sobretudo do conhecimento do que aquelas palavras significam em um tal contexto. De certo modo, a interpretação da Sagrada Escritura não é para todos. Somente para os indivíduos que detenham o significado correto das palavras ali contidas. Não significa que ninguém deva conhecer a bíblia, mas significa que deve-se conhecer a bíblia através da interpretação legítima e crível de uma autoridade legitimada para exercer tal finalidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não só a Sagrada Escritura tem essa propriedade, bem como qualquer livro de conteúdo aprofundado. O leigo que toma um volume de Contraponto, mas não sabe o que são os termos musicais contidos no texto, ou tirará conclusões falsas ou não concluirá nada. O leigo que abrir um livro de Física Matemática, mas não dominar os sinais que representam os diversos fenômenos físicos, também sucederá o mesmo. Por isso, pode-se dizer que de certa forma somos analfabetos para um determinado assunto, ou seja, certos signos não nos dizem nada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b>4- Significado e Ser</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Ainda se admitirmos que o conceito é a representação intelectual do objeto, temos que, de certa maneira, as diferentes classificações quanto ao significado dos termos podem estender-se até diferentes modos de ser da coisa que tal conceito representa. Por esse motivo será conveniente em Metafísica, analisarmos se o ser é unívoco, equívoco ou análogo. As diferentes respostas são assumidas por diferentes correntes do pensamento humano: A gnose, o panteísmo e o realismo moderado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Segundo Orlando Fedeli em seu livro "Nos Labirintos de Eco", a gnose toma o ser por equívoco, o panteísmo toma o ser por unívoco e o realismo moderado toma o ser por análogo.</div>
<div style="text-align: justify;">
A grosso modo pode-se dizer que ou o ser é de idêntica forma em todos o seres, ou é da mesma forma no ser e no não-ser ou é de formas semelhantes, porém distintas em todos os seres.</div>
<br />
<b>5- Conclusão</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Para análise lógica de um texto, é fundamental sua interpretação legítima, pois erros de interpretação obviamente conduzirão a erros de raciocínio, se é que já não constituem-se propriamente em erros de raciocínio.</div>
<br />
<b>6- Bibliografia</b><br />
Santo Agostinho - De Magistro, pág 76 (Vozes 2009)<br />
Regis Jolivet - Lógica e Cosmologia, pág 70 (AGIR 1969)<br />
Orlando Fedeli - Nos labirintos de Eco, págs 28 a 31 (Veritas 2004)<br />
Enrique Collin - Manual de Filosofia Tomista/Tomo I, pág 34 (Luis Gili 1950)<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-22761327519850599572012-05-06T22:25:00.001-03:002013-07-19T20:31:16.522-03:00Aula 10 - Introdução a Lógica<div style="text-align: justify;">
<b>1- Introdução</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Relembrando a Aula 1 aonde depreendeu-se que a ideia é a representação intelectual do objeto, continuamos com as classificações das idéias, separando-as conforme sua perfeição.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2- Perfeição das Idéias</b></div>
<br />
<ul>
<li style="text-align: justify;"> Quanto a Adequação</li>
</ul>
<ol>
<li style="text-align: justify;">Adequada - se apresenta à inteligência todas os elementos do objeto.</li>
<li style="text-align: justify;">Inadequada - se não apresenta à inteligência todos os elementos do objeto.</li>
</ol>
<div style="text-align: justify;">
Assim, uma ideia de boi não é adequada ao gato, por não apresentar à inteligência todas os elementos do objeto. Mesmo que a ideia de boi comporte a ideia de mamífero , sendo o gato também um mamífero ela não é suficiente para representar "gato".</div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>Quanto a Claridade </li>
</ul>
<ol>
<li>Clara - se basta para fazer reconhecer seu objeto entre os outros objetos.</li>
<li>Obscura - se não basta para fazer reconhecer seu objeto entre os outros objetos.</li>
</ol>
Assim, dizer que Maurício é homem pouco distingue ele dos outros alunos da sala. Esse fato é bastante claro para a lógica interior do indivíduo. </div>
<div style="text-align: justify;">
A professora pergunta: "Quem sujou a sala?"</div>
<div style="text-align: justify;">
Joãozinho responde: "Um ser humano!"<br />
Apesar de a ideia ser adequada à espécie do indivíduo que realizou tal ato, ela não esclarece qual indivíduo dentre tantos indivíduos realizou o ato.</div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>Quanto a Distinção</li>
</ul>
<ol>
<li>Distinta - Quando se faz conhecer os elementos que compõem seu objeto.</li>
<li>Confusa - Quando não se faz conhecer os elementos que compõem seu objeto.</li>
</ol>
O que se verifica na distinção das idéias é que muitas delas podem ser claras, mas ao mesmo tempo confusas. Desta forma é que o jardineiro possui uma ideia clara da flor-de-maio, mas confusa. Ao contrário, o botânico conhece todos os elementos que compõem a flor-de-maio, gineceu, androceu e suas diversas características que diferenciam a espécie. (Ver <a href="http://moderadorealismo.blogspot.com.br/2011/09/aula-4-introducao-logica.html">diferença específica e árvore de Porfírio</a>)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>3- Conclusão</b></div>
<div style="text-align: justify;">
O conhecimento das perfeição da ideia pode auxiliar no raciocínio da seguinte maneira: </div>
<div style="text-align: justify;">
Analisando-se uma ideia conforme sua perfeição (distinção, claridade e adequação) pode-se corrigir erros de raciocínio quando se conectam idéias as quais uma ou várias são imperfeitas. Aperfeiçoando a ideia, o raciocínio pode prosseguir seguramente seguindo as regras lógicas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>4- Bibliografia</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Regis Jolivet - Curso de Filosofia, Lógica e Cosmologia (pág 71)</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-77606714575019339432012-05-01T23:11:00.003-03:002013-07-19T20:31:16.549-03:00Aula 9 - Introdução à Lógica<div style="text-align: justify;">
<b>1- Introdução</b></div>
<div style="text-align: justify;">
As idéias também se relacionam mutuamente. Como o raciocínio é uma concatenação de idéias, ter claramente os modos pelos quais as idéias se relacionam é um meio de ter claramente o meio pelo qual as idéias se concatenam; em outras palavras, conhecer as diferentes relações entre idéias favorece a clareza de raciocínio e essas diferentes relações são classificadas pela lógica. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2- Relações Mútuas entre as Idéias</b></div>
<div style="text-align: justify;">
As idéias podem se relacionar de 4 formas:</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li style="text-align: justify;">Idéias Contrárias - São idéias que admitem meio termo entre elas. Assim a ideia de cão branco é contrária a ideia de cão preto, já que pode haver um cão preto e branco.</li>
<li style="text-align: justify;">Idéias Contraditórias - São idéias que não admitem meio termo entre elas. Desta maneira a ideia de desempregado é contraditória a ideia de empregado, já que não é possível ser e não ser empregado ao mesmo tempo. Em geral, ideias contraditórias são expressas uma pela negação da outra. Amizade - Inimizade; Verdadeiro - Falso; Ser - Não ser são exemplos de idéias e suas respectivas negações.</li>
<li style="text-align: justify;">Idéias Privativas - São idéias que representam a ausência de qualidades em um sujeito que as possui naturalmente. Assim a ideia de homem cego em relação a ideia de homem que vê é privativa, já que a cegueira é a privação da visão.</li>
<li style="text-align: justify;">Idéias Relativas - São idéias as quais uma não se dá sem a outra. A ideia de pai é relativa a ideia de filho, já que não há um pai que não tenha tido um filho.</li>
</ul>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<b>3- Conclusão</b></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Em geral quando se discorda de um indivíduo, é necessário demonstrar a ideia contraditória para que a tese adversária seja julgada falsa. Assim a tese de que o cachorro é azul só pode ser refutada a medida que fique estabelecido que o cachorro <u>não </u>é azul. Demonstrar que o cachorro é branco ou demonstrar que o azul é relativo ao verde não destrói completamente a tese de que o cachorro é azul. No máximo adicionam à tese notas que não haviam sido mencionadas. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<b>4- Bibliografia</b></div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Regis Jolivet - Manual de Filosofia, tomo I (Lógica e Cosmologia, pág 69)</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-51686939282616097572012-04-26T13:30:00.000-03:002013-07-19T20:31:16.532-03:00Aula 8 - Introdução à Lógica<div style="text-align: right;">
"<i>Quia vero ex compositis simplicium cognitionem accipere debemus (...)</i>" </div>
<div style="text-align: right;">
Santo Tomás de Aquino - De ente et Essentia, capítulo 1 - parágrafo 2</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>1- Introdução</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As idéias podem ser classificadas em diferentes grupos, dependendo do ponto-de-vista. Nesta aula trataremos dos pontos de vista da compreensão e extensão. Lembrando que a extensão são os seres aos quais convém uma ideia e a compreensão é o conteúdo de uma ideia. Assim, a ideia de números racionais convém a determinados sujeitos (3/4; 2/5 etc) e compreende a ideia de números inteiros (2; -3) e números naturais ( 0; 1; 5).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.essaseoutras.com.br/wp-content/uploads/2012/02/conjuntos-dos-numeros.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="216" src="http://www.essaseoutras.com.br/wp-content/uploads/2012/02/conjuntos-dos-numeros.png" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2- Quanto à Compreensão</b></div>
<div>
<ul>
<li><div style="text-align: justify;">
Simples ou Composta</div>
<div style="text-align: justify;">
A ideia pode conter um ou mais elementos. Caso contenha apenas um elemento, a chamamos de simples. Caso contenha mais elementos a chamamos de composta. Assim a ideia de "ser" é simples em relação a ideia de "homem".</div>
<div style="text-align: justify;">
A ideia também pode ter seus elementos apreendidos separadamente. Caso seja possível essa apreensão separada, classificamos, da mesma forma, a ideia como composta. Caso contrário a chamamos de simples. Neste sentido, a ideia de "homem" é simples em relação a ideia de "montanha de ouro".</div>
</li>
<li><div style="text-align: justify;">
Concreta ou Abstrata</div>
<div style="text-align: justify;">
A ideia pode ser aplicada a um sujeito ou a natureza de um sujeito. Quando a ideia se aplica somente ao sujeito, dizemos que é uma ideia concreta. Quando se aplica ao gênero do sujeito, é abstrata. No primeiro sentido teríamos a ideia de "homem", no segundo sentido teríamos a ideia de "humanidade".</div>
</li>
<li style="text-align: justify;">Positiva ou Negativa<br />A ideia também pode exprimir um ente possível ou uma privação. (<a href="http://moderadorealismo.blogspot.com.br/2011/06/aula-1-introducao-logica.html#more">Vide aula 1, 3 -c</a>) Caso exprima um ente real, a chamamos positiva, caso exprima uma privação, a chamamos de negativa. (<a href="http://moderadorealismo.blogspot.com.br/2010/08/comentario-de-ente-et-essencia-capitulo.html">Vide de Ente et Essentia</a>).</li>
<li style="text-align: justify;">Direta ou Reflexa<br />A ideia é a representação intelectual do objeto. (Vide aula 1) O objeto pode ser um objeto interior ou exterior, isto é , uma coisa ou uma ideia. Quando a ideia representa um ou mais objetos, a chamamos direta. Quando a ideia represente uma ou mais ideias, a chamamos reflexa. Neste caso, a ideia é um produto de reflexão da inteligência sobre as ideias que detém.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<b>3- Quanto a Extensão</b></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>Ideia Singular<br />Aplica-se somente a um indivíduo. Como no caso "este livro".</li>
<li>Ideia Particular<br />Aplica-se somente a uma parte da espécie ou gênero dado. Como no caso "alguns homens". Em geral vem sempre acompanhada pelo termo "alguns".</li>
<li>Ideia Universal<br />Aplica-se a todos os indivíduos de uma espécie ou gênero dado. Como no caso "homem".</li>
<li>Conceitos Coletivos e Divisivos<br />Os conceitos coletivos são aplicados a indivíduos em conjunto e os conceitos divisivos são aplicados a indivíduos tomados como tais.</li>
</ul>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É estranho que haja uma classificação de idéias como idéias universais, uma vez que por definição a ideia é universal.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sobre essa questão, traduzimos um excerto de Enrique Collin:<br />
"Esta divisão afeta a ideia desempenhando a função de sujeito na proposição, e serve para determinar a zona de aplicação do atributo, diferente segundo a quantidade do sujeito; por exemplo na proposições seguintes: Este homem (singular) , algum homem (particular), todo homem (universal) é mentiroso. A ideia coletiva difere da universal em que expressa um grupo enquanto tal, o único a quem convém o predicado que se atribui-lhe; por exemplo Os apóstolos eram doze. Os Capetos reinaram muitos séculos. </div>
<div style="text-align: justify;">
Considerada em si mesma, sem nenhuma partícula determinativa, toda ideia é abstrata, como vimos, e, por tanto, universal. Quando se comparam muitas, somente pode dizer-se que tal ideia é mais geral que outra, se inclui a esta em seus inferiores; assim, a ideia de polígono é mais geral que a de triângulo, porque esta não é mais geral que a de triângulo, porque esta não é mais que um dos inumeráveis inferiores daquela." </div>
<div style="text-align: justify;">
Em concordância com Collin, Gardeil afirma em seu tratado de Lógica Tomista:<br />
"Do ponto de vista da extensão, em si mesmo, todo conceito é universal, quer dizer, ele tem tôda a sua extensão."</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>4- Conclusão</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa distinção é de suma importância, pois em uma discussão ou argumentação, tanto falada quanto escrita, se inferirmos algo a partir da ideia "homem" somente será possível verificar a legitimidade da inferência se tiver em conta qual sentido cobre a ideia "homem" .</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>5- Bibliografia</b></div>
<div style="text-align: justify;">
H.D. Gardeil - Iniciação a Filosofia de Tomás de Aquino ; Tomo I, pág 176</div>
<div style="text-align: justify;">
Enrique Collin - Manual de Filosofia Tomista; Tomo I, págs 27 e 28</div>
<div style="text-align: justify;">
Regis Jolivet - Curso de Filosofia; Tomo I, págs 68 e 69</div>
<div style="text-align: justify;">
Tomás de Aquino - De Ente et Essentia</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-63846473756493717182012-01-28T20:33:00.001-02:002013-07-19T20:31:16.539-03:00Aula 7 - Introdução à Lógica<b>1-Introdução</b><br />
Depois de examinarmos cuidadosamente os predicáveis e predicamentos, convém analisar a atribuição por si.<br />
<br />
<b>2-Atribuição por si</b><br />
<div style="text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li> Predicado que convém por si mesmo e necessariamente ao seu sujeito e lhe pode ser atribuído imediatamente.</li>
</ul>
<div>
<b> 3- Os três modos de atribuição</b></div>
<div>
<ul>
<li>Modo 1: Quando o predicado compõe a essência e parte da essência do sujeito</li>
<li>Modo 2: Quando o predicado é uma propriedade do sujeito</li>
<li>Modo 3: Quando o predicado exprime ação própria do sujeito</li>
</ul>
<div>
O modo 1 pode ser exemplificado como na frase: O homem é um <u>animal racional</u>. Animal racional compõe a essência (racional) e parte de essência (animal) do sujeito. O modo 2 pode ser exemplificado com a frase: O homem é <u>capaz de rir</u>. O modo 3 pode ser exemplificado com a frase: O pintor <u>pinta</u>. </div>
</div>
<div>
</div>
<div>
<b>4- Conclusão</b></div>
<div>
Os modos são observáveis após elucidarmos a natureza lógica dos predicados. </div>
<div>
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://herdeirodocaos.files.wordpress.com/2007/09/aristoteles_busto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="302" src="http://herdeirodocaos.files.wordpress.com/2007/09/aristoteles_busto.jpg" width="320" /></a></div>
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-17522023358309287192012-01-26T00:17:00.002-02:002013-07-19T20:31:16.474-03:00Aula 6 - Introdução a Lógica<b>1-Introdução</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Como vimos, o predicável é o que se diz do sujeito. Como os predicáveis não possuem realização fora do indivíduo, mas na inteligência que o conhece, depreende-se que os predicáveis não são entes reais, mas sim entes lógicos. Isso não significa que eles sejam falsos ou que não correspondam a realidade. O predicável é apenas o meio de que a inteligência dispõe, ao analisar um objeto, para discriminar suas propriedades.</div>
<div style="text-align: justify;">
Contudo existe uma outra forma de classificação, os atributos reais do sujeito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2- Os Predicamentos</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Os predicamentos, ao contrário dos predicáveis, são entes reais. Em outras palavras, os predicamentos são modos de existência. Assim, os modos de existência são dois:</div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>Substância - Existe em si mesmo</li>
<li>Acidente - Existe em outro ser</li>
</ul>
<div>
Por isso dizemos que "leão" existe em si mesmo, é substância. Mas vermelho é acidente, já que apenas existe em outro. Daí leão vermelho é um termo para explicitar o acidente de um ser(cor).</div>
<div>
<b><br /></b></div>
<div>
<b>2.1- Os acidentes</b></div>
<div>
Os acidentes existem em outros seres de diversas formas. Aristóteles cita, pelo menos nove modos de existir em outro ser.</div>
<div>
<ol>
<li>Qualidade</li>
<li>Quantidade</li>
<li>Relação</li>
<li>Ação</li>
<li>Paixão</li>
<li>Localização</li>
<li>Posição</li>
<li>Situação no tempo (presente, passado ou futuro)</li>
<li>Ter</li>
</ol>
<div>
Apesar de Aristóteles ter suscitado 9 categorias de acidentes, Jolivet afirma[1] que essas categorias são passíveis de melhoria, podendo-se hipoteticamente adicionar a categoria "movimento"</div>
</div>
<div>
<b><br /></b></div>
<div>
<b>3- Acidente predicável e acidente predicamento</b></div>
<div>
Se volvermos ao texto anterior (Aula 5), poderemos relembrar que entre os predicáveis havia um classificado como acidente. Da mesma maneira, há um predicável classificado como acidente, ou melhor existem 9 predicamentos que são acidentes. Também vimos que os predicáveis são de ordem lógica e os predicamentos são de ordem real, assim há que de distinguir entre o acidente tido como predicável e o acidente tido como predicamento.</div>
<div>
O acidente predicável se opõe ao "próprio" (quinto predicável), já o acidente predicamento se opõe à "substância".</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>4- Pré-predicamentos e pós-predicamentos</b></div>
<div>
<b>4.1- Pré-predicamentos</b></div>
<div>
Os pré-predicamentos são, como diz Aristóteles, preâmbulos à teoria dos predicamentos e se manifestam sob a forma de distinções.</div>
<div>
a)É preciso distinguir entre o que se diz e o que existe;</div>
<div>
b)É preciso distinguir entre ser dito de um sujeito e estar em um sujeito;</div>
<div>
c)Coisas que estão em um sujeito e se atribuem a ele</div>
<div>
d)Coisas que não estão no sujeito e não estão no sujeito</div>
<div>
<b>4.2- Pós-predicamentos</b></div>
<div>
Os pós-predicamentos são as propriedades dos predicamentos</div>
<div>
a)Oposição e suas espécies</div>
<div>
<ul>
<li>Relação </li>
<li>Contradição</li>
<li>Privação</li>
<li>Contrariedade</li>
</ul>
<div>
b)Prioridade e suas espécies<br />
<ul>
<li>Tempo</li>
<li>Conhecimento</li>
<li>Dignidade</li>
<li>Natureza</li>
<li>Causalidade</li>
</ul>
<div>
c)Simultaneidade</div>
<div>
<ul>
<li>De tempo</li>
<li>De natureza</li>
</ul>
<div>
d)Movimento</div>
</div>
<div>
<br /></div>
</div>
</div>
<div>
<b>5- Conclusão</b><br />
Embora pareça meramente teórico, o conhecimento dos predicamentos pode alicerçar todo o discurso lógico.<br />
Primeiro, pois se distinguimos corretamente os entes de razão (predicáveis) dos entes reais (predicamentos) podemos ter a noção completa do que se está raciocinando. Afinal, quando um termo é tomado em sentido de predicável, devemos considerá-lo como tal.<br />
Segundo, pois se tivermos noção dos pré-predicamentos, teremos o domínio completo do discurso lógico, isto é saberemos distinguir os termos.<br />
Terceiro, se soubermos a natureza dos pós-predicamentos, como a contradição, poderemos conduzir o discurso evitando ou facilitando conclusões.<br />
Quarto, pois é necessário que todo o discurso tenha valor racional e isso só se pode ao esmiuçar os termos, expressões verbais da idéia.</div>
<div>
<b>6-Bibliografia</b></div>
<div>
[1]Jolivet, Regis - Logica (pág 66)</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-80829634587515552642011-10-31T19:51:00.001-02:002013-07-19T20:31:16.551-03:00Aula 5 - Introdução à Lógica<div align="right">
<span style="font-family: 'Segoe Print'; font-size: x-small;"><em>"Mox de generibus et speciebus illud quidem sive <br />subsistunt sive in soles nudisque intellectibus posita sunt, <br />sive substantia corporalia sunt an incorporalia, <br />et utrum separata a sensibilibus an in sensibus posita et circa <br />ea constantia, dicere recusabo."</em></span></div>
<div align="right">
<em>Porfírio</em></div>
<h3>
1- Introdução</h3>
<blockquote>
<div align="justify">
<img align="left" height="280" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjriyh-01uBGppQEY4WtJw-fjfnxZeWx5O-Ct1PWeuf760fwxtb7gONvkxbchH6e7mURYMk-tA2AVVj7vs3zdiejtC02T40uKg1-4xEZovLNiEpQVYQdfQ1pn915Mh1ld1psVh90rftbuQ4/s1600/ser+pensante.jpg" style="display: inline; margin: 0px 13px 0px 0px;" width="280" />Com o fim das explanações introdutórias anteriores, damos sequência a uma importante questão para o Realismo Moderado: os predicáveis.<br />Toda noção da filosofia realista parte do princípio da inteligência humana e das leis que a regem. Por determinar que a inteligência humana funciona através de idéias, considerações sobre idéias são sempre presentes na filosofia realista.</div>
<div align="justify">
Já esboçamos anteriormente a diferença entre o Realismo Moderado e as outras correntes filosóficas no <a href="http://moderadorealismo.blogspot.com/2010/06/o-que-e-realismo-moderado.html">primeiro post</a>. Resta agora especificar clara e minuciosamente a lei que determina ser a idéia exatamente a expressão mental da realidade.</div>
<div align="justify">
Insistimos em dizer que o raciocínio opera por idéias. A proposição é uma operação intelectual que utiliza idéias como meios. Ex.: O mar é azul. <br />Na proposição de exemplo existem pelo menos duas idéias abstratas; a de mar e a de azul. Atribuindo-se azul ao mar através do verbo ‘ser’, estamos mencionando uma das características desse ser ‘mar’ que é o ser ‘azul’. Como tal proposição se dá no pensamento, segue-se que temos uma idéia mencionada de outra idéia.</div>
<div align="justify">
Podendo uma idéia se referir a outra, deve-se considerar duas possibilidades:[1]</div>
<ul>
<li>Afirmam algo de um sujeito em função da extensão. São os predicáveis que existem em número de 5. </li>
<li>Afirmam algo de um sujeito em função da compreensão. São os predicamentos, que existem em número de dez.</li>
</ul>
<div align="justify">
As duas possibilidades são chamadas de universais.</div>
<div align="justify">
Ainda, Gardeil no seu tratado de lógica, afirma que o predicável é algo que possa ser encontrado em muitas coisas. E de fato, ‘azul’ pode se encontrar não só em mar, como no céu e em tantos outros seres. [2]</div>
</blockquote>
<blockquote>
<div align="justify">
Já discutimos anteriormente sobre a extensão e a compreensão. <a href="http://moderadorealismo.blogspot.com/2011/09/aula-4-introducao-logica.html">Vide aqui</a>.</div>
</blockquote>
<h3>
2- O Predicável</h3>
<blockquote>
<div align="justify">
O predicável é a maneira pela qual uma coisa pode ser dita pelo sujeito. [3] Também podemos chamar o predicável de universal reflexo, pois não passa de um objeto de ato de reflexão. Isso, pois somente a reflexão pode ‘separar’ o azul do mar e na proposição enunciar tal característica de mar, econtrada por fruto da sua reflexão. </div>
<div align="justify">
Como se notou na árvore de porfírio, o gênero é determinado por uma diferença específica. Assim é que corpo se diferencia em corpo vivo e corpo não vivo (ex.: o vegetal e a pedra) através do fator ‘vida’.</div>
<div align="justify">
As diferenças específicas são em númerode cinco:</div>
<ul>
<li> <div align="justify">
Gênero (ou essência determinável): Universal relativo a seus inferiores especificamente diferente um dos outros aonde sua essência é exprimida de maneira incompleta. Ex.: O homem é animal. O cachorro é um ser vivo.</div>
</li>
<li> <div align="justify">
Espécie (ou essência determinada): Universal relativo a seus inferiores que exprime completamente sua essência. Ex.:O cão é um ser vivo sensível.</div>
</li>
<li> <div align="justify">
Diferença Específica (ou essência determinante): Universal relativo a seus inferiores que exprime sua qualidade essencial. Ex.: O homem é animal(1) racional.</div>
</li>
<li> <div align="justify">
O próprio: Universal relativo a seus inferiores como qualidade necessária. Ex.: O homem é capaz de rir.</div>
</li>
<li> <div align="justify">
O acidente: Universal relativo a seus inferiores como qualidade contingente. Ex.: Tomás é filósofo.</div>
</li>
</ul>
</blockquote>
<blockquote>
<div align="justify">
(1)Animal –> ser vivo sensível<br />(2)Contigente –> Pode ser ou não ser.</div>
<div align="justify">
Segundo Jolivet, os universais não são coisas ou objetos de atribuição, são primeiramente <a href="http://moderadorealismo.blogspot.com/2011/06/aula-1-introducao-logica.html">entes de razão</a>. Ao deparar com essa afirmação, pode-se perguntar imediatamente se o animal (ser vivo sensível) é apenas um ente de razão. O problema implica na questão da atribuição, aonde o universal é um modo de atribuição e não a coisa propriamente. Quando atribuo a tal ser o predicado ‘animal’, apenas exprimo desse ser sua categoria de existência. Se o ente de razão é o ente realizável apenas na inteligência, isso significa que não podemos apontar em uma direção na floresta e dizer: “Veja o animal enquanto tal.” Apenas podemos apontar em direção a um ser que possui dentre algumas características algumas que são comuns a outros seres exprimidas, ‘embaladas’ numa idéia que é a idéia de ‘animal’. Tanto é que a idéia de animal se extende a gato, a rato, a homem e a pólipo.</div>
</blockquote>
<h3>
3- Conclusão</h3>
<blockquote>
A língua opera exatamente por predicações. Por isso, no estudo da língua temos o sujeito e o predicado. Contudo no estudo da linguagem sujeito e predicado só são observados enquanto ferramentas da linguagem, mas ignorados enquanto seres ontológicos que são. Na realidade, a língua é apenas o sinal sonoro da idéia e tentamos por meio da língua, comunicar ao exterior o que o pensamento já estruturou. Ainda assim, não são os predicáveis meros exercícios de abstração. São mesmo a expressão do real que a inteligência agrupa e a língua exprime da forma de texto. Mais tarde discutiremos tal assunto precisamente.<br />
A importância de se conhecer sobre os universais advém da necessidade de se colocar as proposições e inferências delas retiradas a devida realidade e aguçar a inteligência em direção da verdade, que sem a análise minuciosa da proposição e de seus universais não seria possível.</blockquote>
<h3>
4- Bibliografia:</h3>
<blockquote>
[1] Collin, Enrique – Manual de FIlosofia Tomista; Tomo I – pág 28<br />[2] Gardeil, H.D. – Introdução a Filosofia de São Tomás de Aquino; pág 206<br />[3] Jolivet, Regis – Tratado de Filosofia; Lógica – pág 63</blockquote>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-76808179211730082082011-09-15T15:36:00.001-03:002013-07-19T20:31:16.547-03:00Aula 4 - Introdução à Lógica<div style="text-align: left;">
<b>1-Introdução</b></div>
<div style="text-align: justify;">
As idéias enquanto representação dos objetos podem atingir um determinado número de seres tanto internamente quanto externamente. Atingidos, podemos classificar tais seres em relação de compreensão e extensão.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2-A compreensão x Extensão</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>a)Compreensão</b></div>
<div style="text-align: justify;">
A definição de homem é animal racional. Tanto a idéia de animal quanto a idéia de racional tem seus significados próprios e independentes. Ambas se juntam para formar a idéia de homem. Nesse caso tanto animal quanto racional, estão compreendidos na idéia de homem. Assim sendo, podemos dizer com Jolivet, que a compreensão é o conteúdo de uma idéia.[1]</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>b)A extensão</b></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
A definição de homem é animal racional. Essa definição se aplica a Aristóteles, a Tomás de Aquino, a Brähms, a Paulo, a João, a Zumbi dos Palmares... Assim sendo, esses seres aos quais essa idéia se aplica formam a compreensão da idéia. Segundo Jolivet, extensão é o conjunto de seres ao<sub></sub><sub></sub><sub></sub><sub></sub>s quais tal idéia convém.[2]</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2-Relacionamento</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto mais objetos compreenderem uma idéia, a menos seres tal idéia se extende. Assim é que a compreensão está na ordem inversa da extensão. </div>
<div style="text-align: justify;">
A idéia de animal se extende a diversos seres vivos, a medida que associamos a idéia de racional a idéia de animal, diminuímos os seres aos quais tal idéia convém. E se ainda adicionarmos a idéia de oriental (animal racional oriental -> Homem oriental) reduzimos ainda mais a extensão da idéia. Fazendo isso sequencialmente, chegaremos ao indivíduo. Percebe-se que o conteúdo, isto é, a compreensão da idéia vai aumentando em ordem inversa a sua extensão. Assim, pode-se concluir que a idéia de ser é a idéia mais extensa que existe e também a mais despojada de todas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<a name='more'></a></div>
</div>
<a href="" name="more"></a> <br />
<div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>3- A árvore de Porfírio</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Tendo já observado uma relação entre extensão e compreensão, pode-se ainda organizar as idéias hierarquicamente conforme a extensão. Basta partir das idéias mais gerais até as idéias mais específicas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5652678993828841106" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirQW_AHypyt0t3gNU-eBsJUp97RFzFmyoaB3oGMEfu_ELgF6tylDtBQByeknIQTbcdAe625DatW3RyYSF8OBBv8vovHgqQ5A4D74ewi_jdIBcUngUti0NR-yU_cJkZTcrFxc2Puda75qDC/s400/SBReadResourceServlet%255B1%255D" style="cursor: pointer; display: block; height: 421px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 197px;" /></div>
<div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
As idéias mais substanciais são chamadas gênero e as idéias mais individuais são chamadas espécie. Em prática, somente são chamados gênero as idéias que contiverem outras idéias gerais, e, espécie, toda idéia que contiver apenas indivíduos.[3]</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>4- O Indivíduo</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Se avançarmos a árvore de porfírio por mais um degrau, veremos que chegamos aos indivíduos. O indivíduo possui tantas características que se torna impossível extender sua idéia para além dele próprio.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>5-Conclusão</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar da aparente desnecessidade desse estudo, o conhecimento desses conceitos vai se mostrar de suma importância para os métodos de inferência que serão estudados futuramente. O raciocínio correto e elegante depende da precisão e situação adequadas das idéias no discurso, de forma que o estudo da extensão e compreensão se fazem indispensáveis.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>5-Bibliografia</b></div>
<div style="text-align: justify;">
[1],[2],[3]: Jolivet, Regis - Lógica, pág: 61, tese 46.</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://www.ceismael.com.br/filosofia/nocoes-de-logica.htm">http://www.ceismael.com.br/filosofia/nocoes-de-logica.htm</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://www.simpozio.ufsc.br/Port/1-enc/y-micro/SaberFil/PeqLogica/2211y029.html">http://www.simpozio.ufsc.br/Port/1-enc/y-micro/SaberFil/PeqLogica/2211y029.html</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://spider.ufrgs.br:8001/servlet/SBReadResourceServlet?rid=1152023351581_2010903385_434&partName=htmljpeg">http://spider.ufrgs.br:8001/servlet/SBReadResourceServlet?rid=1152023351581_2010903385_434&partName=htmljpeg</a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-66597173021492032452011-09-04T17:05:00.000-03:002013-07-19T20:31:16.544-03:00Aula 3 - Introdução à Lógica<br />
<div style="text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"></span></b><br />
<div style="text-align: right;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span"><i><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>"A linguagem exprime, pois, ou significa do nosso pensamento, tudo aquilo<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>que é necessário para que uma outra inteligência, ao ouvir as palavras pronunciadas, possa apresentar a si própria o mesmo pensamento."</i></span></span></b></div>
<div style="text-align: right;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><span class="Apple-style-span">Jacques Maritain - Lógica Menor</span></span></b></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>1- Introdução</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;">Aristóteles dizia que não era possível trazer as coisas à discussão e por isso trazemos as idéias que vêm substituir as coisas. Por isso se faz necessário tanto para o raciocínio quanto para a comunicação deste que se tenha precisado o <i><a href="http://moderadorealismo.blogspot.com/2011/07/aula-2-introducao-logica.html">termo</a></i> que representa o objeto da intelecção.</span></b></div>
<div style="text-align: justify;">
Além do mais, quando enunciamos uma ou outra característica de um objeto, não enunciamos o objeto na sua totalidade, mas sim na sua parcialidade. Essa afirmação embora óbvia, é totalmente necessária quando lidamos com lógica, uma vez que através dos acidentes é que o homem conhece as coisas.</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>2- A Suplência</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Anteriormente, vimos o significado de termo (expressão verbal da idéia). Um termo pode ter diversos significados. O termo "homem", por exemplo, pode significar o humano do sexo masculino, o ser-humano como tal entre outras coisas. Quando tomamos um termo por um dos objetos que ele significa, podemos imediatamente conhecer esse objeto. Na oração "Pedro é homem", tomamos o termo "homem" pelo significado de humano do sexo masculino e atribuímos ao ser Pedro. Imediatamente, podemos conhecer tanto a natureza de Pedro, quanto o significado que tomamos do termo.</div>
<div style="text-align: justify;">
A importância do estudo da suplência, advém de se corrigir as inferências lógicas.</div>
<div style="text-align: justify;">
No caso em que concluímos a possibilidade de separação das sílabas do ser Pedro devido ao tomar equivocadamente o termo "homem" em seu outro sentido, temos uma conclusão lógica legítima, mas uma suplência lógica ilegítima, pois não podemos tomar um termo no seus significados múltiplos e atribuí-lo a algo de significado único. Daí é que seguem inúmeros problemas da filosofia moderna, onde consideram-se a multiplicidade significativa dos termos, uma multiplicidade do real, desfazendo, portanto, toda a unidade significativa.<br />
<br />
<a name='more'></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span">Suplência </span>-><span class="Apple-style-span"> acepção de um termo em lugar de uma coisa para a qual esta substituição é</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span">legítima.</span></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color: #0000ee;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5654508163707633090" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMoZoXoscV0Ph1bZajo_10RVQrUuButVvuxuCvnJmgVvbtedxJYqdCNYlIoM6mudVqfmMaF0jBoklMCGehQdI4_VRCB5mHYuwrDDiuaADPZlyy6Aq4Jo99YoSFA6xXVaj8KYOi1kw-W17X/s400/supl%25C3%25AAncia.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 128px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color: #0000ee;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>3- Divisão da Suplência</b></div>
<div style="text-align: justify;">
a) Propriedade da Suplência</div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>Suplência própria: Quando o termo é empregado no seu sentido próprio. Ex.: O leão é um mamífero.<br />Nesse caso o termo leão tem o significado do animal que conhecemos </li>
<li>Suplência imprópria: Quando o termo é empregado em sentido figurado. Ex.: Pedro é um leão.<br />Neste caso, o termo leão pode ter o significado de voraz, feroz ou algo que o leão tenha, que Pedro possa ter.</li>
</ul>
</div>
<div style="text-align: justify;">
b)Natureza da Suplência</div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>Suplência essencial: Quando o termo designa algo que pertence essencialmente à coisa. Na frase "Pedro é homem", homem é algo que Pedro tem que ter necessariamente para ser Pedro. Caso contrário, pedro seria essencialmente outra coisa. </li>
<li>Suplência acidental: Quando o termo designa algo que pertence acidentalmente à coisa. Na frase "Pedro é cientista", cientista não é algo que Pedro precisa ter para ser Pedro, ou melhor, não é algo essencial a Pedro. Pedro pode ser ou cientista ou futebolista ou pintor e isso não muda sua essência.</li>
</ul>
</div>
<div style="text-align: justify;">
c)Realidade da Suplência</div>
<div style="text-align: justify;">
Como vimos na aula 1, seção 3, letra c, o ente pode ser real ou lógico. Caso tomemos um termo que represente um ente real ou um ente lógico, temos duas possibilidades.</div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>Suplência Real: Quando o termo designa um ente real. </li>
<li>Suplência Lógica: Quando o termo designa um ente de razão.</li>
</ul>
</div>
<div style="text-align: justify;">
d)Grupalidade da Suplência</div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>Suplência Distributiva: Quando o termo é designado a um grupo aonde cada indivíduo adquire a característica individualmente. Na frase "Os políticos são corruptos.", cada político é corrupto individualmente, apesar da enunciação coletiva, isto é a característica se distribui à cada membro da coleção. </li>
<li>Suplência Coletiva: Quando o termo é designado a um grupo e somente em grupo é que a característica é exercida. "Os políticos são em grupo de 15", essa suplência não se aplica aos políticos individualmente.</li>
</ul>
</div>
<div style="text-align: justify;">
e) Determinação da Suplência:</div>
<div style="text-align: justify;">
<ul>
<li>Suplência Determinada: Quando o termo se aplica a um objeto tomado em sentido determinado (específico, preciso e conhecido). ex.: "Algum homem é mentiroso" (este aqui e aquele lá) </li>
<li>Suplência Indeterminada: Quando o termo se aplica a um objeto tomado em sentido indeterminado(em geral, impreciso e desconhecido). ex.:"Algum homem é mentiroso" ( alguns homens entre os homens)</li>
</ul>
<div>
<b>4-Conclusão:</b></div>
<div>
O fato de ignorar as diferentes formas de se tomar um termo, pode levar à inúmeros erros de lógica, por isso mesmo é que Aristóteles esmiuçou as diversas formas de tomar um termo, para que, ao raciocinar, não cometamos equívocos.</div>
<div>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>5-Bibliografia:</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Jolivet, Regis - Tratado de Filosofia, vol I - Lógica, pág 60 e 61.</div>
<div style="text-align: justify;">
Maritain, Jacques - Ordem dos Conceitos: Lógica Menor, Páginas 82 a 99.</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://kartei.blogspot.com/2010/09/logic-i.html">http://kartei.blogspot.com/2010/09/logic-i.html</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="http://www.dicio.com.br/suplencia/">http://www.dicio.com.br/suplencia/</a></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-13031033997887418752011-08-02T21:05:00.000-03:002013-07-19T20:31:16.471-03:00Bonum Faciendum<div class="post-header"><br /></div><br /><a href="http://becocomsaidasebrae.files.wordpress.com/2009/02/justica.jpeg"><img alt="" border="0" src="http://becocomsaidasebrae.files.wordpress.com/2009/02/justica.jpeg" style="cursor: hand; float: left; height: 136px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 262px;" /></a> <span style="font-weight: bold;">Introdução</span><br /><br />Há muitas pessoas que clamam por justiça ao depararem-se com situações que consideram injustas e desonestas. Mas não sendo especialistas em direito, como podem clamar por justiça?<br /><br />Ainda quando as pessoas afirmam ter um direito que não está previsto pela lei positiva -"Afina, eu tenho o direito de ser feliz"- parece haver algo superior à lei dos homens, que é intuitivamente conhecido por eles e que rege os princípios do Direito Positivo. A esse "algo superior" chamamos Direito Natural.<br /><br />A noção de Direito Natural já tinha sido pensada por Sófocles na sua obra dramatúrica Antígona. Na obra, o rei Creonte havia proibido o sepultamento do irmão morto Polínice, ao que Antígona desobedece sob a alegação de que acima da ordem positiva do rei, haviam outras leis não escritas a serem cumpridas.<br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">1- Essência e natureza</span><br /><br />Há coisas que existem e coisas que não existem. As coisas que não existem não podem serdefinidas, uma vez que não possuem características individuais e reais. Já nas coisas quem existem podemos citar um conjunto de seres que a definem - por mais extenso que possa ser tal citação- já que a quantidade de seres é finita. Ao conjunto abstrato de seres que compreende um ser podemos chamar de essência. Ex.: Homem é animal, é racional, é mamífero. Os três seres que citei fazem parte da compreensão de homem. Portanto a essência diz o que é uma realidade. o conjunto de seres que o homem é, é a sua própria essência. Mas note que não é um simples conjunto de seres individuais. O homem enquanto homem é uma coisa só, portanto sua essência traduz uma espécie de pluralidade unitária, pois o homem tem uma só essência. à grosso modo é como uma receita caseira que é feita de muitos ingredientes, mas não podemos dizer que o produto da receita é o ingrediente. O produto é uma coisa só, um bolo, um cozido, um sorvete.<br /><br /><a href="" name="more"></a><br /><br /><a name='more'></a>Apesar de podermos separar os seres de um determinado ser através da faculdade de abstração que a inteligência possui, é como se pudéssemos pegar todos os ingredientes e batêssemos num liquidificador e o resultado, uma massa grossa e homogênea, tivesse um sabor só, uma essência só que é o resultado dos múltiplos seres que essa coisa é.<br /><br />Essência é o que uma coisa é. Forma é o que define uma coisa. Fiquemos atentos à essa distinção para não confundir forma com essência.<br /><br />E o que é natureza, afinal? Natureza e essência são a mesma coisa, porém usamos a palavra natureza quando queremos enfatizar um aspecto mais mutante do ser. Quando falamos da natureza do homem, falamos da essência dele sob uma ótica de algo que pode vir-a-ser, pode mudar. A palavra natureza vem do latim nasci e por isso mesmo é utilizada nesse contexto tentando passar a idéia de algo que nasce, que vem a ser.<br /><br />Quando falamos da natureza de um ser, estamos inclinados a falar da suas definições e propriedades. Assim o fato do homem ser mamífero é da natureza do homem. Um homem que não seja mamífero não está segundo sua natureza e provavelmente esse ser não-mamífero, deve ser outro que não homem. Assim podemos inclusive dizer que algo está agindo contra sua própria natureza, quando por exemplo vemos um homem tentando rastejar como uma cobra ou tentando ser qualquer coisa que ele não seja e não possa ser pela sua própria essência.<br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">2- Inclinações, vontade e tendências</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">2.1 Inclinações e Tendências</span><br /><br />Se dizemos que um homem que tenta se alimentar de pedras está agindo contra a natureza, imaginamos que exista um limite na quantidade de coisas que ele pode comer. Essas coisas são as tendências do homem. Um homem tende a se alimentar de carboidratos mais simples. Carboidratos complexos como a celulose não são digeridos pelo homem e logo se houver algum que se alimente realmente de celulose, está agindo contra sua tendência NATURAL de se alimentar de outros carboidratos mais simples. Claro que no caso do homem existem muitas outras tendências além das tendências alimentares. São elas as tendências afetivas, tendências intelectuais, tendências mecânicas etc. Tendência e inclinação são a mesma coisa.<br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">2.2 Liberdade e Vontade</span><br /><br />Alguns filósofos consideram a Liberdade absoluta como bem supremo. Daí aqueles pintores que pintam o que vier à cabeça. Daí as pessoas que fazem o que vier à cabeça. Esses homens acreditam que estão em direção ao bem maior que seria a liberdade, mas como dizia um meu professor de educação física, "Não confunda libertinagem com liberdade!". Há certas coisas nas tendência humanas das quais o homem não pode se abster. A felicidade é uma delas. Todo homem deseja a felicidade e isso é a própria tendência do homem. Não há como ele abrir mão do desejo felicidade. Usando as palavras da cantora Cláudia Leite: "Eu quero ser feliz antes de mais nada.", podemos notar a necessidade natural, a tendência, a essência do homem em buscar a felicidade. Aquele homem que não busca a felicidade está agindo contra sua própria natureza.<br /><br />Da mesma maneira como não posso escolher se alimentar de celulose, não posso escolher não ser feliz, não há liberdade nesse quesito. Porém posso escolher dentro dos meus limites, qual carboidrato comer, posso escolher entre esse e aquele livro, entre fazer Biologio ou Análise de SIstemas e há uma certa liberdade dentro dessa restrita tendência de ser feliz. Porém não há, nesse mundo, uma fonte de felicidade absoluta. Comer todas as comidas, sentir todos os prazeres, adquirir todo o conhecimento, nada disso nos fára perfeitamente felizes, seremos sempre incompletos, como observavam Freud e Tomás de Aquino, já que a própria liberdade de escolha é imperfeita. Quando escolho aquela mulher para casamento, estou escolhendo algo que suponho fazer-me feliz, mas como na verdade não possuo liberdade para escolher entre ser feliz e não ser, a própria escolha é uma espécie de escolha forçada, tendenciosa. A palavra tendenciosa descrever perfeitamente a situação, pois deriva da palavra tendência e é disso mesmo que falamos nesse texto.<br /><br />Então vemos que existe uma definição mais precisa de liberdade do que a simples definição de poder fazer o que quiser. Quando um cavalo está em um cercado, ele tem sua liberdade tolhida, limitada. Num estábulo mais ainda. Suponhamos agora que libertamos o cavalo e ele vai correndo e atravessa todo continente usufruindo da sua liberdade. Então ele chega em campos e morto de sede vai até o rio paraíba beber água. Nota o fluxo do rio e continua, na sua liberdade, correndo em direção a foz. Como se nunca pudesse parar, o cavalo encontra o mar e vai nadando em direção ao horizonte. Este cavalo está livre. Dentro das tendências dele (nadar, correr) ele pode usufruir das suas potências. Assim liberdade é quando podemos usufruir do que temos - intelectualmente, materialmente, afetivamente etc.<br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">3- Direito e Justiça</span><br /><br />Nessa nossa liberdade de agir, de pensar , de viver , vemos o próprio conceito de justiça e direito. Minha tendencia é pensar, logo tenho tenho o direito de pensar e logo é justo que permitam meu pensamento. Direito é exatamente isso: a liberdade de possuir o que já se tem. Tenho inteligência, logo posso usá-la. Tenho terras, logo posso usar. Tenho pernas, logo posso andar. Quem tolhir esses meus bens está sendo injusto. Assim vemos que imediatamente após a idéia de direito vem a idéia de justo. A medida que me é tolhido algum direito é tolhida alguma proporção, alguma medida. Se tenho 30 Hc de terra posso usar os 30 Hc. À medida que não uso a terra, estou não estou exercendo meu direito de usar e a medida que uso mais terra do que tenho, estou ultrapassando meu direito de usar. Assim a justiça é uma espécie de meio termo, uma espécie de igualdade que age em prol dos outros, daí o princípio de isonomia no Direito (a lei é igual para todos). Aristóteles ainda define dois tipos de justiça, uma justiça moral e uma justiça positiva<br /><br />a) Justiça moral: aquela virtude que vem a regular as outras virtudes, dando-lhes correta proporção e equilíbrio. Há em aristóteles um conceito de vícios opostos aonde o afastamento de um vai ser a aproximação de outra. A medida que você encontra o meio, a posição aonde a distância de dois vícios opostos é igual, encontra-se uma virtude, encontra-se a justa posição entre um e outro vício. Para dar essa justa posição somente a virtude da justiça.<br /><br />b)Justiça positiva: da mesma forma, nas leis, aquela que encontra a justa posição de um bem aonde dar o que é de direito a cada um, constitui a própria justiça.<br /><br />Se o direito é a liberdade de agir de acordo com a tendência de um ser, a justiça é o fato de dar essa liberdade a esse ser.<br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">4- O bem</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">4.1-Bondade</span><br /><br />A bondade é a capacidade de satisfazer uma tendência natural do ser. Assim se aquelas tendências citadas no início podem ser satisfeitas, o objeto da satisfação é um bem. Ex.: A comida que mata a fome é um bem. No entando o bem não prevê somente os seres conscientes. O bem é uma necessidade de todo ser, inclusive a pedra. Isso se dá pois todo ser, exceto Deus, é imperfeito. Nas suas imperfeições, cada ser tende naturalmente para a perfeição e aí que o bem se torna uma necessidade, uma tendência geral do ser, de todo ser.<br /><br />Como fica claro, todo ser tem sua tendência satisfeita por outro ser, daí o ser e bem serem conversíveis. Todo bem é ser e todo ser é bem.<br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">4.1.1-Bondade Formal e Bondade Ativa</span><br /><br />Apetecer um apetite de um ser pode ser feito de duas maneiras: em relação a um outro ser ou em relação a si mesmo. Quando apetecemos a tendência de outro ser, nos configuramos como um bem ativo, algo mais perfeito que o outro ser e que aplaca sua necessidade. Nisso que temo algum grau de perfeição e que podemos satisfazer a necessidade de outro ser, somos também nosso próprio bem, porque somos algo e sendo algo somos bem como se tivéssemos algumas necessidades satisfeitas por nós mesmos antes delas se manifestarem. A isso dá-se o nome de Bondade Formal<br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">4.2-O mal</span><br /><br />Se todo bem é um ser, o mal só pode ser a ausência de algum ser, de algum bem. Por causa disso, o mal não tem essência e nem entidade exatamente ao contrário do que pregam algumas crenças gnósticas. O mal é o não-ser. Isso fica devidamente claro quando consideramos a perda de um parente, a perda de algum bem como um mal. Contudo as flexões idiomáticas causam certa confusão: Perdi a fome. Essa frase se tomada ao pé da letra, pode ser interpretada como um ser que perdeu um bem. Mas sabemos de antemão que a fome não é um bem, é exatamente o inverso. Portanto a frase ficaria metafisicamente correta assim: Tive minha fome apetecida. Tive uma necessidade satisfeita.<br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">5-Direito Natural</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">5.1-Princípios do Direito Natural</span><br /><br />Temos nossa necessidades apetecidas por um bem e já que o mal consiste exatamente na privação desse bem , parece que todo ser possui uma tendência natural para rejeitar o mal, rejeitar o não-ser. Além disso, uma vez que todo ser é a satisfação de alguma necessidade alheia, tem-se que o bem é algo a que tudo tende, é uma lei tender ao bem e uma lei a que nada escapa. Automaticamente observa-se que a posse de um bem que um ser já tem é um direito, se enquadrando na definição de direito acima, e, por ser pertecente a todo ser e uma tendência de todo ser, é mesmo um direito natural. A justiça vai consistir em permitir a esse ser liberdade com aquilo que já possui(dar a cada um o que é seu). Essa consistência do Direito Natural nos obriga a 4 coisas:<br /><br />a)Bonum Faciendum - O bem deve ser feito;<br /><br />b)Neminem Laedere - Não lesar a ninguém;<br /><br />c)Suum Cuique Tribuere - dar a cada um o que é seu;<br /><br />d)Honeste Vivere - viver honestamente.<br /><br />Em síntese deve-se fazer aos outros apenas o que se faria a si e não fazer-lhes o mal.<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div style="font-weight: bold;"><br />5.2-Da Lei</div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg07uLWHaUT2QXAG1l9iRdWzvoDd4hUGLWLF2M7bo3X0tZZwOv3_26qI-TEMxPQFOxTTYsoMA41mEVNhERZjL0vjOfU4_9hpyNeNC04We0b8Va9Pjm3Ln2sIAnnWyMHPIqFMAKiDb5Vtl-A/s400/justi%C3%A7a.bmp"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg07uLWHaUT2QXAG1l9iRdWzvoDd4hUGLWLF2M7bo3X0tZZwOv3_26qI-TEMxPQFOxTTYsoMA41mEVNhERZjL0vjOfU4_9hpyNeNC04We0b8Va9Pjm3Ln2sIAnnWyMHPIqFMAKiDb5Vtl-A/s400/justi%C3%A7a.bmp" style="cursor: hand; float: right; height: 254px; margin: 0px 0px 10px 10px; width: 174px;" /></a> <br /><br /><div><br />Em vista a noção geral de bem e a necessidade geral do bem e de justiça, é possível que alguém competente dê razão aos direitos dos seres em geral e essa razão promulgada é a própria lei. Aquele ser que promulga a lei está a par daquelas razões gerais que movem em seres. Assim, Tomás de Aquino determina a lei como uma regra e medida dos atos de um ser, por isso mesmo as próprias inclinações do seres são leis, as próprias tendências e propriedades do seres são leis. É próprio da lei ordernar e toda ordem exige um ordenador e esse ordenador pode ser Deus ou o homem. Quando Deus cria o universo e estabelece as leis que o regem(como as próprias leis da física), quando Ele cria a lei natural ele é um legislador. Fica claro que a lei natural não é criada pelo homem, ela é conhecida através da razão humana, mas não é criada, visto que o homem não pode reger, dar leis e ordenar o ser. Tomás de Aquino ainda define três tipos de lei a saber:</div><br /><br /><br /><div><br />a) Lei Eterna - plano de Deus para a elaboração do universo. Evidentemente toda a ordem do universo exige um ordenador e esse ordenador é o próprio Deus. Aos conjuntos de leis elaboradas por Deus na criação do Universo, dá-se o nome de Lei Eterna.</div><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div><br />Diz ainda Tomás de Aquino que por uma coisa ser conhecida ou por ela mesma ou por seus efeitos, todo homem conhece a lei eterna através dos efeitos que ela produz. A lei eterna é a lei suprema, a planta baixa da casa. É de onde todas as outras leis, inclusive a Lei Natural vêm.</div><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div><br />b)Lei Natural - preceito ligado à própria natureza do homem. O homem tem uma só natureza e portanto uma lei que rege sua natureza. Nesse sentido, podemos dizer que existe uma lei natural. Inclusive, acrescenta Tomás, assim como o fogo tende a esquentar, o homem tende a agir racionalmente, pois é da natureza humana a razão e agir segundo a razão é agir com virtude, por isso a virtude pertence a lei natural.</div><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div><br />c)Lei Positiva - É a lei organizada pelo homem para prover o bem geral. O homem por ter sua tendência a virtude, a agir racionalmente, precisa de disciplina e portanto de um agente disciplinante. A lei humana é criada para disciplinar e organizar a ação humana de acordo com o bem geral dos homens, mas consiste ela mesma de um derivado da Lei Natural (que por si já é derivada da Lei Eterna).</div><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div><br /><b>Bibliografia:</b></div><br /><div><br /><a href="http://www.academus.pro.br/professor/carlosaurelio/Princ_DNatural.doc">http://www.academus.pro.br/professor/carlosaurelio/Princ_DNatural.doc</a><br /><br /><a href="http://www.lepanto.com.br/dados/estdirnat.html">http://www.lepanto.com.br/dados/estdirnat.html</a><br /><br /><a href="http://www.hottopos.com/videtur14/paulo2.htm">http://www.hottopos.com/videtur14/paulo2.htm</a><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%ADgona">http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%ADgona</a><br /><br /><a href="http://www.webartigos.com/articles/9125/1/a-concepo-aristotlica-de-justia/pagina1.html">http://www.webartigos.com/articles/9125/1/a-concepo-aristotlica-de-justia/pagina1.html</a></div><br /><div><br /></div><br /><div><br />Jolivet, Regis - Tratado de Filosofia Vol III: Metafísica</div><br /><div><br />Aquino, Tomás - Sumae Teologicae, Prima Secundae: Q90 a 97(Tratado de la Ley en General)</div><br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-1699854760460251742011-07-24T13:25:00.000-03:002013-07-19T20:31:16.473-03:00Aula 2 - Introdução a Lógica<div style="text-align: left"><b>1-Introdução</b></div> <div style="text-align: justify">A lógica é a ciência que rege a relação das idéias. Por isso mesmo, em lógica menor, disseca-se a ideia do ponto de vista lógico e todas as consequências da mesma no ser raciocinante, a saber o homem.</div> <div><br></div> <div><b>2- O Termo</b></div> <div style="text-align: justify">O termo é a expressão verbal da ideia.[1]</div> <div style="text-align: justify">É preciso distinguir entre expressão verbal e palavra. Certos idiomas precisam de duas ou palavras para designar aquilo que outros idiomas o fazem com uma palavra. Assim, temos "onnanohito" em japonês que em inglês se traduz como woman. Na língua japonesa, hito quer dizer pessoa e no é uma partícula que indica relação de posse ou propriedade. Literalmente onnanohito poderia ser traduzido por pessoa do sexo feminino. Note que apesar de usar mais de uma palavra, existe só uma ideia lógica relacionada à palavra onnanohito. O problema do idioma nao ter uma palavra para expressar a ideia é meramente prático. Da mesma maneira, o grande cão, a poderosa virtude são termos, embora possuam duas palavras cada.</div> <div style="text-align: justify"><br></div> <div style="text-align: justify"><b>3- O Sinal</b></div> <div style="text-align: justify"><b><br></b></div> <div style="text-align: justify">O sinal é uma coisa que faz conhecer outra. Vimos na Aula 1, que a ideia é a representação mental da coisa. Podemos ter inúmeras formas de representação, a mental é uma delas. Nesse ponto de vista, a ideia é sinal do objeto, pois através dela é que conhecemos as coisas.<br><br><a name="more"></a> </div> <div style="text-align: justify"><br></div> <div><span style="color: #0000ee" class="Apple-style-span"><img style="text-align: center; margin: 0px auto 10px; width: 400px; display: block; height: 118px; cursor: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5632980104227285570" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieJABCmNYZ8dhk-sYymF9Ba8-nn7BxZg6Gcu3dfKQzHHSf-nQNtFOBWroyBYbjTMrPZVhJB6SMoe4e-LXxSP5vhjCM929VFkVqKmKyc95vSGpk2w0UwZx9X2VW1MzqJOzn4x_1W4SqQE5U/s400/ideiaxobjeto.jpg"></span></div> <div><span class="Apple-style-span"><br></span></div> <div style="text-align: justify"><span class="Apple-style-span"><br></span></div> <div style="text-align: justify"><br></div> <div style="text-align: justify">Em outra acepção a própria escrita é sinal da palavra, uma vez que a escrita faz conhecer a palavra. Além do mais, a palavra, como vimos, sendo um sinal da idéia, acaba por ser um sinal , ainda que indireto, do objeto que se conhece. Da mesma forma, a escrita pode ser um sinal indireto do objeto.</div> <div><br></div> <div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrKoND1LzKTQlBs5GoisOHN8JWXQmJBNrsj1u1L9EqIaBdydb9yDToVyl3I5cJ-J3iMcFOSet-SWMEn1xM3XezUYHBKUdMHsjZpLoohyw9zI7O228cBgDIANd92mI5e98RWLI0xmY8BTUT/s1600/sinais.jpg"><img style="text-align: center; margin: 0px auto 10px; width: 400px; display: block; height: 76px; cursor: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633021344708317730" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrKoND1LzKTQlBs5GoisOHN8JWXQmJBNrsj1u1L9EqIaBdydb9yDToVyl3I5cJ-J3iMcFOSet-SWMEn1xM3XezUYHBKUdMHsjZpLoohyw9zI7O228cBgDIANd92mI5e98RWLI0xmY8BTUT/s400/sinais.jpg"></a><b>3.1- Divisão</b></div> <div style="text-align: justify">a)O sinal pode ser classificado conforme o tempo de conhecimento em:</div> <div> <ul> <li style="text-align: justify"><b>Sinal Instrumental:</b> Conhecido antes do objeto que se conhece. É usado como intermédio do conhecimento. Assim é que a bandeira representa determinado país e uma determinada placa indica a mão da avenida. <li style="text-align: justify"><b>Sinal Formal:</b> É conhecido concomitantemente ao objeto. Em outras palavras é o conceito mental que vimos na Aula 1. Assim que conhecemos a idéia (sinal mental do objeto), conhecemos o objeto (nem antes, nem depois).</li></ul> <div style="text-align: justify">b)Também pode ser dividido conforme a causalidade envolvida:</div></div> <div style="text-align: justify"> <ul> <li><b>Sinal Natural:</b> É conhecido devido a uma relação de causa entre o objeto e o sinal. A fumaça é sinal de fogo.</li></ul> <div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYJBs3CUq5nFVJMvl0aNUqPXcPQPTjn5xVZwGoFMR0AGP-zLa5RwvnJlWbc5Grayw2BVNeAkRkpQIOQhZhk4KFnYjZSVbpRDwkZKPmAn4rSW7fQoeVxhCjbqoDGrl6sJa04CWL22kZuNh5/s1600/11_PHG_mun_fuma%2525C3%2525A7a_em_ti%255B1%255D.JPG"><img style="text-align: center; margin: 0px auto 10px; width: 160px; display: block; height: 102px; cursor: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633027300886612802" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYJBs3CUq5nFVJMvl0aNUqPXcPQPTjn5xVZwGoFMR0AGP-zLa5RwvnJlWbc5Grayw2BVNeAkRkpQIOQhZhk4KFnYjZSVbpRDwkZKPmAn4rSW7fQoeVxhCjbqoDGrl6sJa04CWL22kZuNh5/s320/11_PHG_mun_fuma%2525C3%2525A7a_em_ti%255B1%255D.JPG"></a></div> <div> <ul> <li><b>Sinal Convencional:</b> O objeto é conhecido devido a uma atribuição arbitrária de significado. Assim, certos sinais de fumaça podem significar guerra ou pedido de socorro.</li></ul></div> <div> <div style="text-align: center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVaAJNU8Nuw9nBxjF6ws4ebkiGzSik5S6Bq9s9BgFrvyulnWf6_dDSHGNJntsayUTSa0iiFJ4VCMPQlhrBwuGDninbs-N-8ITgl1qfiDWIjO7GbaJ18BHQIrxoD0qejkVhKn-tol4mGuAz/s1600/sinal%252Bde%252Bfuma%2525C3%2525A7a%255B1%255D.JPG"><img style="text-align: center; margin: 0px auto 10px; width: 160px; display: block; height: 153px; cursor: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633028185210508034" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVaAJNU8Nuw9nBxjF6ws4ebkiGzSik5S6Bq9s9BgFrvyulnWf6_dDSHGNJntsayUTSa0iiFJ4VCMPQlhrBwuGDninbs-N-8ITgl1qfiDWIjO7GbaJ18BHQIrxoD0qejkVhKn-tol4mGuAz/s320/sinal%252Bde%252Bfuma%2525C3%2525A7a%255B1%255D.JPG"></a></div> <div style="text-align: justify">As letras também são sinais convencionais de um som.</div> <div style="text-align: justify"><br></div> <div style="text-align: justify"><span style="color: #0000ee" class="Apple-style-span"><img style="text-align: center; margin: 0px auto 10px; width: 400px; display: block; height: 162px; cursor: pointer" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633034743552575714" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw2b5akGkF9vDIiUfJavik8zeDYT745ZdqUSpOVWEDGU9srxqu2v_c0kof5oBsNlet5PoAeJMBKxO0ccQiEF9XV1hRbz4ZjbjmqXDVjqoeoBW7BpV3jFXhoF-UMya39BgkvOfmKJ70r-DF/s400/caracteres.jpg"></span></div> <div style="text-align: justify"><br></div> <div>Na figura acima, todos os caracteres sinalizam o mesmo som, o som de "a'.<br><br><b>4- Conclusão<span style="font-weight: bold"><span style="font-weight: bold"><br></span></span></b>A importância de se conhecer esses termos advem da necessidade, para o lógico, de poder inteligibilizar o discurso, bem como verificar a inteligibilidade de outros discursos. Além do mais, é de suma importância ao raciocinar, esmiuçar os termos do raciocínio, uma vez que uma pequena indistinção no princípio, pode causar um erro tremendo ao final do mesmo.<br><br><br></div></div></div> <div style="font-weight: bold">5-Bibliografia</div> <div>[1]Jolivet, Regis - Lógica, pág 59 e 60</div> Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-64448770718970852482011-06-04T01:27:00.000-03:002013-07-19T20:31:16.540-03:00Aula 1 - Introdução à Lógica<div>
<h1 style="text-align: right;">
<div style="text-align: left;">
<span style="background-color: white;">Introdução à Lógica</span></div>
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: white;"><i style="background-color: white; font-size: medium; font-weight: normal; text-align: right;"><br /></i></span>
<span style="background-color: white; font-size: x-small;"><i style="background-color: white; font-weight: normal; text-align: right;">"Es admirable la miseria y la grandeza de la simple aprehensión.</i></span></div>
<span style="background-color: white; font-size: x-small;"><i style="background-color: white; font-weight: normal; text-align: right;"></i></span><br />
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: white; font-size: x-small;"><i style="background-color: white; font-weight: normal; text-align: right;"><i style="background-color: white;"> Es admirable su miseria, porque deja de lado infinidad de aspectos de la realidad; </i></i></span></div>
<span style="background-color: white; font-size: x-small;"><i style="background-color: white; font-weight: normal; text-align: right;">
</i><i style="background-color: white; font-weight: normal; text-align: right;"></i></span>
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: white; font-size: x-small;"><i style="background-color: white; font-weight: normal; text-align: right;"><i style="background-color: white;">pero es más admirable su grandeza porque alcanza lo esencial."</i></i></span></div>
<span style="background-color: white;"><i style="background-color: white; font-weight: normal; text-align: right;"><span style="font-size: x-small;">
</span></i><span style="background-color: white; font-weight: normal; text-align: right;"></span></span>
<div style="text-align: right;">
<span style="background-color: white;"><span style="background-color: white; font-weight: normal; text-align: right;"><span style="background-color: white; font-size: x-small;">Pe Álvaro Calderón - Umbrales de la Filosofia (pág 53)</span></span></span></div>
<span style="background-color: white;"><span style="background-color: white; font-weight: normal; text-align: right;">
</span></span></div>
<span style="background-color: white;">
</span></div>
</h1>
</div>
<div>
<b>1-Introdução</b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>É muito comum em discussões informais , o interlocutor afirmar que tal conclusão não possui lógica. Mas na maioria das vezes nenhum os interlocutores sabe realmente do que se trata.</div>
<div>
A lógica (do grego logos) é impreterível para qualquer ciência, uma vez que toda ciência se utiliza do raciocínio para se fundamentar. </div>
<div>
<ul>
<li>Lógica: Arte de conduzir o raciocínio corretamente.</li>
</ul>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Já Aristóteles, tentava justificar a Lógica como Arte e como Ciência ao mesmo tempo, uma vez que a Lógica se comporta tanto como um quanto outro. Observemos as definições Tomás de Aquino de arte e ciência:</div>
</div>
<div>
<ul>
<li>Arte: Conhecimento regulador da atividade exterior. (Recta Rabo Factibilium) </li>
<li>Ciência: Conhecimento desinteressado das coisas pelas suas causas. (Cognitio per Causas)</li>
</ul>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Ora, nessas duas acepções, vemos que a Lógica se encaixa. Se encaixa na acepção de Arte, pois a Lógica possui um conjunto de regras e orientações que vêm dirigir uma atividade exterior, no caso o raciocínio. E se encaixa na acepção de Ciência, pois a Lógica é um conjunto de conhecimentos desinteressados acerca de algo, a saber: as operações do Espírito.<br />
<br /></div>
</div>
<a name='more'></a><div>
<br /></div>
<div>
<b>2- As operações do Espírito</b></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Segundo Aristóteles, são três as operações do Espírito: </div>
<div>
<ul>
<li>Apreensão - É o simples ato pelo qual a inteligência concebe a idéia, sem nada afirmar ou negar. </li>
<li>Juízo - Simples ato de negar ou afirmar alguma coisa a respeito de algo. </li>
<li>Raciocínio - Ato complexo onde de duas ou mais relações conhecidas, observa-se outra relação.</li>
</ul>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Podemos perceber que as três operações estão relacionadas, de forma que uma contém a outra. Assim é que o Juízo contém idéias e o Raciocínio contem Juízos. </div>
</div>
<div>
<br />
<a href="http://www.cristinasales.pt/UploadImages/imagens%20post/macas.jpg"><img alt="" border="0" src="http://www.cristinasales.pt/UploadImages/imagens%20post/macas.jpg" style="cursor: pointer; float: left; height: 99px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 150px;" /></a>Se, ao olhar para uma maçã, crio imediatamente uma idéia de maçã, posso posteriormente fazer juízos a respeito dela. Tal é quando expressamo-nos "A maçã é vermelha" ou "A maçã é pequena". No juízo apenas explicita-se uma característica da maçã que foi apanhada(apreendida), tomada quando se construiu a idéia. Emitimos falsos juízos quando temos falsas idéias, em geral. No caso do juízo "A maçã é azul" ou o indivíduo não apreendeu corretamente a maçã, por motivos vários ou está mentindo, fazendo mau juízo do objeto. Na emissão do juízo sempre temos um substantivo, um verbo e às vezes um predicado. Ex.: O homem fala. O homem é animal.</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Quando relaciona-se um juízo com outro, emitimos um raciocínio. Assim é que, quando ao observar a cor do sangue, dizemos que é semelhante à cor da maçã. Notamos através no raciocínio uma relação de igualdade entre o sangue e a maçã através da cor. Ainda quando fazemos deduções como "Os homens são Animais. Esse ser-vivo é homem, logo é animal", estabelecemos relações entre duas ou mais relações. </div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>No que diz respeito às operações do espírito, a lógica pode encará-las individualmente ou conjuntamente. A parte da lógica que estuda cada operação separadamente chama-se Lógica Formal (ou Lógica Menor) , a parte da lógica que estuda as operações como um todo chama-se Lógica Material (ou Lógica Maior).</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>3- A apreensão</b></div>
<div>
<b><br /></b></div>
<div>
a) A idéia</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Todo homem quando se depara com um estímulo sensorial, pode criar uma idéia a respeito do objeto que o estimula e esse exercício, como vimos, é chamado de apreensão. O processo de estímulo até chegar ao intelecto do indivíduo é estudado em Psicologia. A lógica evita tratar das questões subjetivas da apreensão.</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>A apreensão é obrigatoriamente simples pelo fato de não concluir nem relacionar nada, como se fosse uma foto do objeto que se apreendeu. É um ato intelectual, pois somente os espíritos dotados de inteligência podem exercê-la e é uma expressão, pois a apreensão se dá ao representar no intelecto aquilo que os sentidos averiguaram. Essa representação (essa "fotografia") chamamos de idéia.</div>
<div>
<ul>
<li>Idéia - Simples representação determinada de um objeto sensível.</li>
</ul>
</div>
<div>
<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5614966889499163026" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiay4kHeoTG2xDTq5qoXvmfzQcvKSggg_qwpV0R3V_470YMHXNfgJ1_LefNGwHMMAmbOHsJex6Mx2hEpOQXUrq6HgQq1WIBm-oJ78ZJm_ZFHpe0NyqVjMf2KQS8a4vKnhWRTn1N8aC8I3Kg/s320/apreensao.jpg" style="cursor: pointer; height: 146px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 320px;" /></div>
<div>
b) Idéia objetiva e Idéia Subjetiva</div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>A idéia é o elemento mínimo de raciocínio. Sem idéia não é possível emitir um juízo e um raciocínio. A idéia também pode ser denominada de conceito ou noção.<br />
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>A idéia se categoriza em:</div>
<div>
<ul>
<li>Idéia objetiva - A idéia objetiva é a representação mental do objeto enquanto objeto </li>
<li>Idéia subjetiva - A idéia subjetiva é a representação mental do objeto enquanto idéia.</li>
</ul>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>A idéia é o meio pelo qual a inteligência conhece, mas pode ser distinguida dessa forma já que a inteligência pode encarar a idéia como o próprio objeto que ela conhece, quase como se não distinguisse a idéia de maçã da maçã propriamente, já que a inteligência não tem acesso direto à maçã (isto é: precisa que os sentidos lhe informem).</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>O termo idéia subjetiva é quando a inteligência nota que está lidando com uma representação de maçã e não com a maçã propriamente. A idéia subjetiva só pode ser apreendida dentro da inteligência através da reflexão, em que a inteligência olha para si mesma e percebe o seu funcionamento e os objetos com que ela lida.</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>A idéia subjetiva também pode ser chamada de Conceito Mental (Jolivet). Contudo, me parece confuso tal termo, uma vez que toda idéia é a representação mental de algo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
c)Ente Real x Ente de Razão</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>O objeto que se conhece pode ser realizável fora ou dentro da inteligência. Assim distingue-se entre ente real e ente de razão.</div>
<div>
<ul>
<li>Ente real - seres cuja essência pode ser realizada fora da inteligência humana </li>
<li>Ente de razão - seres cuja essência não pode ser realizada fora da inteligência humana.</li>
</ul>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Existem alguns seres que a inteligência cria através de abstração ou de simples representação. Assim são os casos dos números e do conceito(idéia) de nada. Quando aprendemos matemática, lidamos com a quantidade abstraída dos objetos. Não precisamos quando calculamos de que os objetos venham a nossa mão para calcular um resposta. Da forma semelhante é o caso do nada ou da virtude. A virtude é a característica de alguém. podemos abstrair a virtude do ser-humano e tratá-la na inteligência de diversas formas. O nada não existe senão na representação mental. Ora todos esses entes são entes de razão, pelo simples fato de que não possuem essência realizada fora da inteligência. No caso do nada, a inteligência empresta-lhe uma essência, já que o nada não pode possuir essência. Os entes de razão se subdividem em três categorias:</div>
</div>
<div>
<ul>
<li>Negação - Aqueles entes que na verdade são a negação de outro. ex.: Nada, não ser etc. </li>
<li>Privação - Aqueles entes que pretendem representar a perda de algum ente. ex.: Cegueira, surdez etc. </li>
<li>Noções universais - Aqueles entes que pretendem generalizar um grupo de entes. ex.: humanidade, bondade etc.</li>
</ul>
</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Em oposição aos entes de razão, tem-se os entes reais, aqueles entes cuja essência tem realização dentro e fora da inteligência, mesmo dentro da impossibilidade técnica ou material. Ex.: este gato, esta flor, montanha de ouro, prédio de mil andares etc.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>4- Conclusão</b></div>
<div>
<b><br /></b></div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Estes termos devem ser bem associados, pois serão adotados ao longo de todo o curso, bem como em obras filosóficas. Também suas definições deverão ser bem memorizadas, uma vez que delas dependem os raciocínios complexos da metafísica aonde demonstraremos claramente os equívocos dos pensadores contemporâneos.</div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Segue para auxílio, um conjunto de cinco vídeos aonde estarei explicando os termos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>5- Bibliografia</b></div>
<div>
<b><br /></b></div>
<div>
Jolivet, Regis - Curso de Filosofia, Vol I (Lógica e Cosmologia)</div>
<div>
Collin, Enrique - Manual de Filosofia Tomista, Vol I (Lógica Formal, Ontologia e Psicologia)</div>
<div>
Gardeil, H.D. - Iniciação à Filosofia de S. Tomás de Aquino</div>
<div>
Tomás de Aquino - De ente et Essentia.</div>
<div>
Aristóteles - Organon<br />
Álvaro Calderón - Umbrales de la Filosofia</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>6-Videos</b></div>
<div>
<b><br /></b></div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/HuAKV7QX93c" width="560"></iframe><br />
<div>
<br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/tlONU97hF58" width="560"></iframe><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/W0TPKves5Q4" width="560"></iframe><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/IxbQ9cOKDlM" width="560"></iframe><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/ueSBcMHWqhM" width="560"></iframe></div>
</div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-59911548411805724672010-10-30T16:40:00.000-02:002014-07-06T15:43:51.373-03:00Se Deus existe<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: right;">
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"><span class="Apple-style-span" style="white-space: normal;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"><i> </i></span><i>Do nada, nada vem</i>. - Heráclito</span></span></div>
<div style="text-align: right;">
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"><span class="Apple-style-span" style="white-space: normal;"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdMZlK32r2fywr1VTnJzr_Vbw0lTyx3_v0nq9dXWH4d2uMp6OvYlQhagTARwCNUxedgjI5077rwRduwhDkxMXyo-ejjPtviyPvmQLB9uQjZhEgLdA9_vwF9aq1sWPkYVrFWEzmurRReATM/s200/universo%5B1%5D.png" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5533915703494721666" style="cursor: pointer; float: left; height: 136px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 200px;" /></span></span></div>
<b>1- Introdução</b><br />
<div>
Quando ainda estava finalizando o meu ensino médio, me deparei com a filosofia de Tomás de Aquino através das provas da existência de Deus. Como muitos estudantes da época, eu era muito ligado</div>
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à gnose e pensamentos positivistas que, sem sombra </div>
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de dúvida, foram inculcados desde minha infância pelas aulas escolares. </div>
<a name='more'></a><div>
Me recordo ainda de uma aula na quinta série, aonde uma professora queria como resposta para um exercício, uma solução positivista e materialista. Perguntava o exercício qual a teoria científica para a origem do universo. Os alunos tinham que responder "Big Bang" ou teriam a questão zerada.</div>
<div>
Sem querer negar a hipóstese do Big Bang nesse momento, a teoria não explica a criação do universo, uma vez que parte da existência do condensado de matéria primordial. Portanto explicaria bem como surgiu o universo como conhecemos agora, mas tampouco de onde surgiu o condensado de matéria. Incrivelmente Tomás de Aquino já tinha a resposta para essa pergunta 700 anos antes da proposta. Ora, havia alguma coisa de errado com as idéias vigentes no mundo e eu não sabia o que. </div>
<div>
Assim me lancei no realismo moderado e aos poucos fui percebendo que suas teses deveriam ser explicitadas ao mundo, que ignora toda a possibilidade de demonstrações metafísicas, como é a própria existência de Deus.</div>
<div>
Faço aqui, mais um testemunho do que uma análise da tese tomista, uma vez que podemos encontrá-las aos montes pela internet.</div>
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<br /></div>
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<b>2- Se pode provar que Deus existe?</b></div>
<div>
<b>a)O Postulado Nominalista</b></div>
<div align="justify">
O problema do conhecimento humano sempre foi uma das questões mais interessadas aos filósofos. A dúvida, a certeza, os processos de conhecimento foram sempre examinados com o intuito de estabelecer suas causas. Dentre as correntes que mais se estabeleceram historicamente está o idealismo platônico.</div>
<div align="justify">
Foi Parmênides, na antiguidade, que estabeleceu os princípios do idealismo quando afirmava que o real é o ser e não a mudança. É fato que os seres estão sucetíveis a mudança, mas segundo Parmênides a mudança era aparente. A inteligência captaria a mudança, mas nunca captaria o ser, de forma que o ser em si mesmo seria ininteligível.</div>
<div align="justify">
Contrariamente a Parmênides, Heráclito dizia que o que existia realmente era a mudança e que o ser não passava de um elemento artificial utilizado pela inteligência ao separar a mudança das coisas mutantes. Vamos ver, como foi que Aristóteles solucionou esse dilema ao criar o primado do Hilemorfismo.</div>
<div align="justify">
Ao admirar profundamente as reflexões de Parmênides, é que Platão desenvolveu sua crítica do conhecimento, aprofundando ainda mais as teses de Parmênides. Assim é que Platão define a existência de dois mundos: o mundo das idéias e o mundo real. </div>
<div align="justify">
Segundo Platão, o mundo real era inatingível pelo mundo das idéias. O homem não teria da realidade senão uma noção vaga causada pela agitação dos sentidos. Apesar disso, Platão sabia que para cada coisa no mundo real, havia uma idéia relacionada e isso ele só pode solucionar com o advento do Inatismo ao postular que as idéias primordiais são incutidas no homem por Deus. Uma solução nem um pouco provável.</div>
<div align="justify">
Mesmo Aristóteles tendo refutado todo o idealismo de Platão, suas idéias permaneceram correntes até os dias de hoje e estão presentes em muitas das doutrinas contemporâneas.</div>
<div align="justify">
Durante a idade média, o platonismo foi retomado sob uma nova espécie: o Nominalismo, cujo representante máximo foi Guilherme d’Ockam. O nominalismo leva a consequência máxima todo o primado platônico. O nominalismo se debruça sobre o problema das palavras como expressão da realidade. Diziam os nominalistas que a idéia não passa de um termo arbitrário do conhecimento, isto é uma expressão interior e arbitrária da realidade, daí o nome da corrente: a idéia não passa de um “nome” da coisa, da mesma forma como a palavra não passa de uma expressão arbitrária da coisa.</div>
<div align="justify">
Se a coisa não pode ser atingida pela inteligência, resta saber se a coisa existe realmente. E eis o princípio da imanência: A coisa em si é o termo de uma inferência, ou seja um problema a resolver.[1]</div>
<div align="justify">
Nota-se que este princípio advém dos postulados nominalistas como o da impossibilidade de se conhecer a coisa em si, trata-se portanto de um pseudo-problema. Basta que refute os postulados nominalistas, para que caia por terra o próprio princípio da imanência.</div>
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</div>
<div align="justify">
<b>Refutação 1</b><br />
A dúvida da realidade da coisa supõe a própria coisa. Se de fato, como quer o nominalismo, a coisa não existe, por qual motivo considerar-se-ia o problema da sua existência? </div>
<div align="justify">
<b>Refutação 2</b></div>
<div align="justify">
O nominalismo, como toda ciência, utiliza-se da razão para elaborar-se. A razão opera sempre por idéias que são representações intelectuais das coisas. Caso essas coisas não existissem, todo raciocínio humano não passaria de um mar artificial aonde as idéias se propusessem sequecialmente. E isso inclui o próprio nominalismo. Se o nominalismo levasse em consideração os seus princípios para criticar sua própria doutrina, segue-se a própria invalidade da mesma.</div>
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</div>
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<b>Refutação 3</b></div>
<div align="justify">
O postulado nominalista propõe que a percepção e a imaginação são a mesma coisa. Quer dizer, o mundo “real” não passaria de uma imaginação do sujeito. E é a psicologia que vai desmentir essa proposição.</div>
<div align="justify">
As imagens são representantes cognitivos do objeto. Assim é que podemos trazer o rosto de uma pessoa a inteligência, sem essa pessoa se fazer presente. A reprodução, fixação e combinação de imagens damos o nome de imaginação. Assim é que podemos mentalmente combinar vários sons e compor uma música. Já a percepção é o ato em que um objeto se faz presente ao sujeito psicológico através da sensação, que é provocada pelo estímulo de um órgão sensorial. Para os nominalistas, não há diferença entre a percepção e a imaginação, tanto trazer a imagem de uma foto a tona quanto olhar para essa imagem são o mesmo processo.</div>
<div align="justify">
O estudo da perceção e da imaginação demonstra claramente que a percepção é um estado forte, aonde as coisas são apresentadas definida e claramente ao sujeito. Ao contrário, a imaginação não tem a força, nem a definição e nem a clareza que a percepção sucita. Por isso é mais fácil desenhar uma fruta olhando para ela(percebendo-a) do que de memória(imaginando-a).</div>
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<b>Refutação 4</b></div>
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Num mundo aonde tudo é ilusão, o termo ilusão não faz sentido. De fato, as consequências do nominalismo definem os processos cognitivos como ilusões. Mas se tudo é ilusão, como podemos saber da existência de uma ilusão?</div>
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<b>Refutação 5</b></div>
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Só se pode saber que há ilusão, quando se conhece a coisa. O nominalismo quer dizer que as idéias nunca se adequam as coisas. Se o nominalista diz que não podemos conhecer realmente a coisa, como é possível saber que as idéias não se adequam a coisa?</div>
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Outras inúmeras refutações são possíveis, mas no momento bastam algumas para fazer cair por terra o princípio de qua o homem não pode conhecer as coisas.</div>
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<b>b)O Empirismo</b></div>
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Baseado nos princípios nominalistas é que modernamente temos o a doutrina do empirismo. O empirismo professa que a inteligência não pode alcansar o mundo real, mas a sensação pode. Assim é que somente aqueles dados sensíveis(cor, som, cheiro etc) é que seriam reais, aqueles dados metafísicos (ser, verdade, causalidade etc) nada tem de real por não haver um elemento sensível que os possa demonstrar. </div>
<div>
De certa forma, o empirismo leva a um ceticismo das coisas metafísicas, esquecendo-se do fato de essas coisas metafísicas são utilizadas pelo próprio empirismo para demonstração da sua tese. O ceticismo se resume assim: Não é possível chegar ao conhecimento de nada. </div>
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No caso do empirismo, o ceticismo fica reduzido ao campo metafísico.</div>
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Refutação do Ceticismo</div>
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O cético deve admitir a veracidade concomitante das duas frases a seguir:</div>
<ul>
<li>Não é possível chegar ao conhecimento de nada.</li>
<li>É possível chegar ao conhecimento de tudo.</li>
</ul>
Evidentemente, nenhum cético na prática assume a veracidade das duas frases e isso porque o cético assume previamente o princípio da não contradição como um princípio do ser. Ora, servindo-se do princípio da não-contradição, o cético serve-se de uma certeza, levando ao fundo do poço sua própria doutrina.<br />
Contudo, o empirismo ao negar apenas a realidade metafísica, parece solucionar o problema do ceticismo.<br />
<b>Refutação 1</b><br />
O empirismo pretende que apenas os dados sensíveis são passíveis de realidade, reduzindo toda a ciência a uma espécie de cópia dos fenômenos materiais. Ora, que necessidade teria uma cópia da realidade? Bastaria-se que vivêssemos a realidade evento após evento, como fazem os animais e seria essa própria vivência uma ciência. Vê-se que o empirismo ao destruir a realidade metafísica, destrói toda a ciência possível.<br />
<div align="justify">
<b>Refutação 2</b><br />
A ciência busca sobretudo descobrir a causa e o efeito das coisas, que são conceitos metafísicos. Assim sendo, os dados sensíveis puros não servem para a ciência, pois não lhes é atribuído valor. A física encontra a relação de um fenômeno com outro e essa relação está além dos sentidos. É a razão humana que vai encontrar no real as causas e explicitá-las através das equações e leis científicas e não os órgãos dos sentidos. E a razão ao supor a existência da causalidade, do princípio da não-contradição, da relação e finalidade das coisas,conceitos metafísicos que são, só o pode fazer mediante observação da realidade e no caso do homem toda realidade parte dos órgãos dos sentidos. No caso da física, o físico se pergunta: “qual a causa da chuva?”, por pressupor metafisicamente a existência da causa. Estabelece o fim de uma hipótese por observar que dentro dela um mesmo elemento se contradiz e só o faz por pressupor o princípio metaafísico da não-contradição. Pergunta-se: “para que serve?” por pressupor a existência de uma finalidade das coisas. E todos esses conceitos(causa, efeito, finalidade) são conceitos adquiridos através da observação. O conceito de causa, por exemplo, pode ser facilmente verificado pelo homem primitivo quando ao bater o dedo com uma pedra, percebeu que tal ato causava-lhe dor. Ao riscar uma pedra na outra, percebeu que tal risco causava calor. Obviamente a abstração desses fatos e a nomeação (causa, efeito, finalidade) só se dá muito tempo depois. Assim é que o empirismo ao querer, tendenciosamente, excluir da observação sensível a aquisição do conceito metafísico, acaba por excluir toda ciência.<br />
<b>c)A Certeza</b><br />
A inteligência conhece as coisas e pode alcançar a certeza. E só o pode pelo fato de ser a ideia produto de um ser espiritual. É a alma que apreende ativamente a ideia através da imagem, ao contrário do que queria Descartes ao dizer que a alma recebia passivamente o ser. A inteligência forma a idéia baseando-se para tal na imagem que recebe através dos sentidos. É demonstrando as condições da certeza e a natureza da ideia que vamos poder permitir demonstrar a existência de Deus como um fato certo, isto é de certeza humana.<br />
Entre a ideia e a coisa existe a diferença de que a ideia é universal e abstrata enquanto a coisa é sempre concreta e individual. Assim , a ideia de caderno é uma ideia genérica que corresponde a cadernos em geral e não a um caderno específico. Como é possível que a inteligência construa a ideia abstrata e universal a partir da coisa concreta e individual?<br />
Primeiro definimos ideia, apreensão e verdade.<br />
<br />
<ul>
<li>Ideia - representação intelectual do objeto</li>
<li>Apreensão - ato pelo qual a inteligência concebe uma ideia</li>
<li>Verdade - Adequação da ideia ao objeto</li>
</ul>
<div>
Depois definimos as causas do conhecimento.</div>
<ol>
<li>Causas subjetivas<br />Distingue-se os dois modos de existir da coisa. Há o modo natural e o modo intencional. O modo natural é a coisa em sua própria natureza concreta e individual. O modo intencional é a coisa na inteligência do cognoscente. Em outras palavras, a ideia é a própria coisa sob outro aspecto.</li>
<li>Causas objetivas<br />Toda inteligência possui consciência. Mas a psicologia nos assegura que a consciência é sempre consciência de alguma coisa. Em outras palavras, a consciência é objetivante. Não existe consciência de nada. Assim é que todo conhecimento é objetivo, por se relacionar sempre com o objeto.</li>
</ol>
<div>
Assim é que fica estabelecido como a inteligência é capaz de conhecer as coisas. E validando a capacidade da inteligência de conhecer as coisas é que lhe damos créditos para conhecer a existência de Deus.</div>
</div>
<div>
<b>3-A metafísica</b></div>
<div align="justify">
Toda ciência é por definição o conjunto de conhecimentos conectados acerca de algo ou o conhecimento certo das coisas pelas suas causas. E tem toda a ciência um método próprio e um objeto próprio que a delimita.</div>
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A física estuda as causas dos seres materiais. A biologia estuda a causa nos seres vivos. A matemática estuda a causa nos seres quantitativos. A história estuda a causa dos eventos devido ao comportamento humano. Mas e qual ciência estuda a causa como tal? A metafísica.</div>
<div align="justify">
Nota-se que as leis das causas físicas são inaplicáveis as causas históricas. Como aplicar o princípio fundamental da dinânica a segunda guerra mundial para estabelecer-lhe os motivos? Desta maneira, toda ciência tem um objeto próprio com causas próprias. Esse fato comum a toda ciência é estudado pela filosofia. Pois a física pressupõe a existência de causas físicas e já que ela mesma que vai estudá-las não pode determinar-lhe as características por não possuir método para tal. Como poderia a física definir a si própria se ela tem por objeto os seres físicos e ela mesma não é um ser físico? É a filosofia quem vai estudar e determinar as causas não só da física como de toda ciência. É a ciência das ciências, isto é a ciência que tem por objeto a ciência. Por isso mesmo Aristóteles chamava de ciência primeira.</div>
<div align="justify">
Mais precisamente, a parte da filosofia que estuda as ciências denomina-se Cosmologia. Porém há uma parte da filosofia que estuda as causas gerais do ser e o próprio ser em geral. É a metafísica.</div>
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</div>
<div>
<b>a) Porque a metafísica é uma ciência?</b></div>
<div>
Pela própria definição de ciência que demos acima, vemos perfeitamente que a metafísica é uma ciência.</div>
<div>
<br />
<ul>
<li>Ciência – conjunto de conhecimentos conectados acerca de algo; conhecimento certo das coisas pelas suas causas.</li>
</ul>
</div>
<div>
</div>
<div>
Na primeira asserção a Metafísica é uma ciência, pois é um conjunto de conhecimentos conectados acerca do ser. Na segunda asserção também, pois a Metafísica é o conhecimento certo do ser pela suas causas.</div>
<div>
Ainda, a Metafísica é uma ciência experimental, por depender da observação da natureza pelo homem. Assim é que o homem observa a existência da causa, desde os primórdios da humanidade e observa a existência do ser desde que sua alma tem início. Contudo, não é a metafísica uma ciência exclusivamente experimental. Ela se baseia em fatos simples para então na inteligência promover toda a especulação. Ao contrário das ciências exclusivamente experimentais que a todo instante dependem da experiência para verificar a realidade de suas especulações. Isso não diminui a cientificidade da metafísica. A metafísica abstrai do ser material o ser geral. Abstrai da causa física a causa geral. E devido a esse fato é uma ciência puramente intelectual por lidar com elementos abstratos.A abstração, aliás, pode ser dividida de acordo com os graus.</div>
<br />
A metafísica, como podemos ver, toda ciência abstrai algo, a história ignora as leis da física, a psicologia ignora as leis da matemática e as ciências naturais ignoram a psicologia. Sendo assim, a abstração não só é lícita à ciência, bem como lhe é natural. Por isso, a metafísica licitamente vai abstrair-se dos acidentes do ser (cor, tamanho, peso, cheiro etc) para lidar com o que todas essas ciências tem em comum: o Ser.<br />
Desta maneira definiremos a <u>metafísica como ciência do ser enquanto ser</u>.<br />
obs.: Pode-se definir a matemática como ciência do ser enquanto quantidade; a física do ser enquanto corpo; a biologia do ser enquanto vivo etc.<br />
<br />
<div>
<b>b)Existência de Deus e Fé</b></div>
<div align="justify">
Há os que afirmam que a existência de Deus só pode ser admitida por fé. Confundem alguns princípios que, se distinguidos, corrige-se o erro. </div>
<div align="justify">
É fato que o homem utiliza da fé para o conhecimento das coisas e não há nisso problema algum. Desde criança, somos obrigados pela nossa própria natureza a agir por fé. Assim , confiamos nos nossos pais e nos seus ensinamentos, nos nossos professores e nos seus ensinamentos e, aliás, é assim que acreditamos no erro. Logicamente é dificílimo explicar para uma criança como é possível que Deus exista e da mesma forma que seria explicar o funcionamento de um motor de automóvel. Primeiro pela debilidade da inteligência que ainda não está acostumada a lidar com idéias abstratas, depois por uma necessidade de admissão de outras teses e conceitos que o própria extensão dificultaria a explicação em termos imediatos. Por exemplo, todos chamamos aos nossos pais de “pais” sem exigir-lhes um exame de DNA. Alguém que odeie a fé, deveria agir sensatamente e apenas afirmar aquilo que pode ser provado.</div>
<div align="justify">
Contudo a existência de Deus pode ser provada. O que não se pode depreender/provar são seus atributos revelados: A trindade de Deus, a encarnação de Deus em Cristo, a criação do universo segundo o livro do Gênesis são exemplos de coisas que não podem ser demonstradas, senão aceitas mediante exercício de fé.<br />
Conforme isso, afirma Tomás de Aquino na Suma contra os Gentios (Cap III - art 2).<br />
Mas se por um lado essas coisas não podem ser demonstradas, a ciência teológica consegue defender essas teses mediante análises de possíveis contradições entre o que se pode afirmar mediante a razão e o que se pode afirmar mediante a fé. </div>
<div align="justify">
A razão é a faculdade que permite alguns seres conhecer as coisas. Assim é pela razão que conhecemos a nós mesmos e é pela razão que conhecemos a própria razão. É a razão mesma que atesta a limitação da inteligência humana e humildemente atesta a licicitude da fé.</div>
<div align="justify">
A fé consiste, pois, numa consequência natural da razão humana e por isso mesmo não há fé no falso. A fé é sempre no verdadeiro inatingível pelo homem revelado por outrém. Esse inatingível pode ser relativo como no caso da criança que ainda não encontra o amadurecimento suficiente para conhecer algo ou absoluto como no caso de todo homem que não pode conhecer mediante a razão a trindade de Deus. No caso da criança, ela confia na revelação do adulto. No caso do homem em geral, confia na revelação de Deus.</div>
<div align="justify">
A crença no falso pode ser estabelecida quando confia-se numa revelação não fidedigna. E é a razão mesma que vai encontrar a fidedignidade do revelador. Por isso mesmo que para Tomas de Aquino a fé e a razão andam juntas.</div>
<div>
"Praestet fides suplementum sensuum defectui", dizia. (Sirva a fé de suplemento à fraqueza dos sentidos)</div>
<div>
Essa exposição nos revela que é preciso separar a existência de Deus da sua natureza revelada. Uma conhecida mediante razão, outra conhecida mediante fé. Uma objeto da metafísica, outra objeto da teologia. É sobre a primeira que falaremos.</div>
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<br /></div>
<div>
<b>c) A ciência metafísica é a ciência do ser enquanto ser</b><br />
No que difere a metafísica das outras ciências?</div>
<div>
Se classificarmos as ciências em grupos, veremos que as ciências podem ser organizadas de acordo com o grau de abstração. Dessa maneira temos:<br />
<br />
<ul>
<li>História e suas ciências: como ciências bem pouco abstratas.</li>
<li>Ciências naturais: como ciências mais abstratas.</li>
<li>Matemática: como uma ciência bem abstrata.</li>
<li>Psicologia: como uma ciência abstrata que trata do ser cognitivo.</li>
<li>Metafísica: como uma ciência abstratíssima que trata do ser.</li>
</ul>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>4- A mudança</b></div>
<div>
<br /></div>
<div align="justify">
Os predecessores de Aristóteles formulavam várias explicações para a natureza da mudança. </div>
<div align="justify">
Heráclito de Éfeso ao se deparar com a mudança postula: não se pode banhar duas vezes no mesmo riacho. Para Heráclito a mudança era a única coisa que existia, sendo a existência do ser apenas um postulado artificial da inteligência. Entendia ele que se as coisas mudam inexoravelmente era impossível que o ser (imutável por definição) pudesse significar algo de real.</div>
<div align="justify">
Já Parmênides de Eléia dizia que a única coisa que existe era o ser e que a mudança nada mais é do que um artifício da inteligência. Ignoravam ambos que a mudança era procedida por dois seres: um ser que muda e um ser mudado.</div>
<div align="justify">
</div>
<div align="justify">
Foi Anaxágoras que instituiu que a mudança do não ser em ser se produziria por algo que contivesse em si todas as naturezas e todos os seres e por isso, ele mesmo instituiu a teoria da evolução, aonde de um ser que contivesse todas as essências seriam possível o surgimento de cada ser no universo.</div>
<div align="justify">
Na época de Aristóteles, Platão já estava bem próximo da resposta definitiva, mas balbuciou ao afirmar que o ser está só nas idéias e que o mundo sensível era apenas manifestação do devir. Assim, a mudança teria uma característica não real. Seu discípulo, Aristóles, vem para explicar que as coisas mudam no mundo real e que o mundo real nao é só o mundo das idéias. A solução para o problema de seus antecessores, Aristóteles resolve com o primado do Hilemorfismo. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>3- Ato e Potência</b></div>
<div align="justify">
Há um fato observável que é "o ser precede a mudança". Se uma coisa muda, muda pois antes existia e continua existindo após a mudança, sendo que a mudança é exatamente o deixar de existir numa forma e passar a existir de outra forma. Quanto pintamos o cabelo, o cabelo deixa de possuir a cor anterior e adquire a cor posterior. Ainda assim, é possível um tipo de mudança aonde não mudam só os acidentes como cor, forma, som, mas também a essência, como seria se um gato se transformasse num pato. Através desta simples observação, postulamos que o<span class="Apple-style-span"> ser precede a mudança.</span></div>
<span class="Apple-style-span"> </span><br />
<div align="justify">
Se um ser que existe muda, o faz de duas maneiras: ou muda por si mesmo ou muda por outro. Não posso mudar a cor do meu cabelo sem recorrer a outro ser e , no caso, a tintura vem mudar meu cabelo. Daí duas observações: O cabelo tinha a possibilidade de adquirir tal cor e; a tintura tinha a possibilidade de tingir o cabelo. Enfim, temos o ato e a potência.</div>
<div align="justify">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMepkfuX1Jrye8dwpeEqzZsVL-fW4uz4CfuOHsN5EFO7IyTulk8dWoO7d_5YEdumKmHpSHDYOF5UJiDraL1f5jlqCahpZIw2pgYe85ExJ4Ba1wCGat4V3jAhsotX_WJQXSXa4fytWhLD84/s1600/OgAAAECtfJ3jo7UOuenI1ecfEhiacd40AxVEHSrvCAzh8X_hGWc4YYO4dfT_QRgL-a4fvu73u9dqNum2MY9vxCoLQSQAm1T1UCnZW2pBnPbZ65pRp4Xmr7PhHBCm%5B1%5D.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMepkfuX1Jrye8dwpeEqzZsVL-fW4uz4CfuOHsN5EFO7IyTulk8dWoO7d_5YEdumKmHpSHDYOF5UJiDraL1f5jlqCahpZIw2pgYe85ExJ4Ba1wCGat4V3jAhsotX_WJQXSXa4fytWhLD84/s200/OgAAAECtfJ3jo7UOuenI1ecfEhiacd40AxVEHSrvCAzh8X_hGWc4YYO4dfT_QRgL-a4fvu73u9dqNum2MY9vxCoLQSQAm1T1UCnZW2pBnPbZ65pRp4Xmr7PhHBCm%5B1%5D.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5534727890265896722" style="height: 200px; margin-top: 0px; width: 144px;" /></a>O cabelo tinha a potência para adquirir tal cor e a tintura tinha o ato para doar a cor. Dessa maneira é que as condições para a efetuação da mudança estão satisfeitas se não faltasse o agente efetuador. A mudança não pode existir sem um agente efetuador, pois mesmo o ato, tem algo de potência. A tintura tem a cor (ato), mas é incapaz de pintar (potência), logo precisa de um agente pintor. Por aí diferenciamos o ato primeiro do ato segundo, aonde o ato primeiro seria aquele com a propriedade e o ato segundo, aquele a executar a mudança. Isso explica porque não nos deparamos nas nossas ações cotidianas com um ato puro, isto é um ato que não seja potência para algo. <span class="Apple-style-span">Todo ato é potência para alguma coisa e essa coisa ele encontra em outro ato.</span> Bem, nem todo. Veremos posteriormente o porque.</div>
<br />
<div>
<ul>
<li>Ato: aquilo que é, no exato sentido do verbo "ser". </li>
<li>Potência: aquilo que pode ser. </li>
<li>Movimento: passagem de potência para ato num ser.</li>
</ul>
</div>
<div>
<b>4- Causalidade</b></div>
<div align="justify">
Admitimos na tese anterior que existe mudança, o devir. Classificamos a mudança no ser como movimento. Nos resta agora , demonstrar que o que se move não move por si mesmo.</div>
<div align="justify">
No caso da tintura de cabelo, sabemos que os fios de cabelo são potência para a nova cor. Em outras palavras, não possuem a cor, mas podem possuir. Quanto à tintura , ela é ato para a cor.</div>
<div align="justify">
Mas observamos que não basta o ato e a potência para se efetuar a mudança. Há que ter um agente para efetuar e esse agente é a própria causa da mudança. Outras duas importantes questões correspondem à finitude e composição dos corpos.</div>
<div align="justify">
Sabemos que por natureza, os corpos materiais são finitos e compostos. Finitos, pois tem um tamanho e forma mensuráveis. Compostos, pois podem dividir-se em várias partes (divisíveis). Há uma realidade nos seres finitos que distingue sua essência de sua existência, uma vez que uma existência finita implica numa essência finita. Desta forma, se ambas são finitas acabam por se distinguir. Como exemplo, tomemos duas panelas que sao seres finitos e compostos. Se considerarmos que uma panela representa a essência e se considerarmos que outra representa a existência, temos que elas não se confundem. No caso em que elas se confundem, se identificam uma com a outra, teríamos uma panela só e não duas panelas, já que são seres finitos. Por outro lado, no caso de panelas infinitas, ambas as panelas se confundiriam, pois um objeto infinito por sua definição não tem limite. Resta saber se existência finita implica realmente numa essência finita. Tomemos como exemplo o caso em que tenhamos que listar todas as características de um porta-lápis. O que pudermos listar será a essência e o porta-lápis será a existência. Logicamente que nossa lista por mais imensa que possa parecer, será finita tanto quanto o objeto a que se refere. Há contradição em dizer que é possível enumerar características infinitas de um ser finito e vice-versa e por isso mesmo essência e existência estão em relação de igualdade quanto à finitude.</div>
<div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisVzBjGdBYBLoxRWsY_FFUZFDudaiEnzT5ZWJTiAS4r1l9kJgdGvjeLHvf75zUCUu7si-r42XtibpaN5LvBYlm-a5DF2u4tR7eqSz6nza9yplYeIYsjIwrsCVOANoel1wwiEyKylW0TzMP/s1600/panelasballarinidiv369%5B1%5D.jpg"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisVzBjGdBYBLoxRWsY_FFUZFDudaiEnzT5ZWJTiAS4r1l9kJgdGvjeLHvf75zUCUu7si-r42XtibpaN5LvBYlm-a5DF2u4tR7eqSz6nza9yplYeIYsjIwrsCVOANoel1wwiEyKylW0TzMP/s320/panelasballarinidiv369%5B1%5D.jpg" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5534744507988649954" style="cursor: pointer; display: block; height: 232px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 320px;" /></a></div>
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<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Figura: Panelas encaixáveis.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div align="justify">
Se a essência e a existência são finitas em alguns seres, decorre-se que o ser finito tem que recorrer a outro ser que lhe comunicará sua existência. Isso se dá uma vez que no ser finito com sua essência finita tem sua existência necessariamente recebida de outro ser, se não recebesse, seria ele próprio "doador" e "receptor" da sua existência, um ser tipicamente infinito e absoluto. Não é o caso da lista, tampouco dos outros seres igualmente finitos.<br />
Sabemos que os seres finitos são causados por outros seres, mas cada um de uma forma diferente. Assim, temos 4 tipos de causas: uma quanto à matéria de que é feito o ser, uma quanto a forma, uma que lhe confere a existência e outra que lhe dirige um fim.</div>
<ul>
<li>Causa Material: aquilo de que uma coisa é feita, não necessariamente físico. Ex.:"A humildade causa a estudiosidade." </li>
<li>Causa Formal: o que determina a matéria para uma espécie dada. Ex.: "O Pintor pinta o quadro com a tinta." </li>
<li>Causa Eficiente: o que confere existência a algo. Ex.: "O compositor causa a música." </li>
<li>Causa Final: aquela que move ação. Ex.: "Componho para glorificar a Deus (Bach)"</li>
</ul>
<div>
<b>a) Causa Material</b></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
A causa material ao contrário do que se pensa, é a coisa que serve como meio causal para outra. Os ingredientes de um bolo são a causa material do bolo, as tintas são as causas materiais do quadro e o som é a causa material da música. O que fazem o cozinheiro, o pintor e o músico é dar forma a essa matéria. Portanto Causa Material não deve ser entendida como Causa Física, que comporta um sentido completamente diferente ao termo "material", quando dizemos matéria física. </div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>b) Causa Formal</b></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Causa formal nada é mais é do aquilo que vai dar forma à matéria. O ato de bater a massa, o ato de colocar as cores na tela e o ato de encadear notas todos dão forma a um ser antes informe. Logicamente que já havia forma na farinha de trigo, na tinta e no som, todavia não era forma de bolo, quadro ou música, era forma de farinha, tinta e som. O exemplo serve apenas para ilustrar que as coisas que possuem forma o adquirem devido a uma causa forma que lhes confere não a existência, mas a forma.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>c) Causa Eficiente </b></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
É certo que o ser possui forma e matéria, mas sobretudo possui existência. E se a possui e não foi o fornecedor de tal existência, só é possível que tenha adquirido-a de outro. Esse outro é a causa eficiente. Assim, o cozinheiro, o pintor e o músico são exemplos de causas eficientes pois conferem ao bolo, à tela e à música uma existência e isso é o próprio devir, já que antes não existiam e passam a existir, passam pois de potência a ato pela mão dos seus geradores.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>d) Causa Final </b></div>
<div>
A causa final é talvez, a causa mais abstrata, mas é a determinante na mudança por estar extrinsecamente ligada às coisas sendo que a inteligência percebe sua existência desde a mais tenra idade. Assim quando a criança pergunta "para que?" o faz porque vê em geral nas coisas uma finalidade e se não lhe é evidente a finalidade, pergunta. O bolo serve para comer, a pintura e a música para agradar, mas sobretudo a causa final é quando os agentes (cozinheiro, pintor ou músico)deliberam sobre isso e desejam dar uma finalidade à matéria-prima de suas obras. Às vezes a causalidade final aparece sobre um apelo do desejo quando , por exemplo, alguém deseja saciar a fome e causa uma refeição, por assim dizer. O desejo de saciedade acaba sendo a causa, o motivo, o "para que" tal sujeito faz a refeição (saciar a fome).</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>4.2- Causalidade Intrínseca ao ser</b><br />
<div style="text-align: justify;">
A causa Formal e a causa Material são denominadas causas intrínsecas ao ser. Isso se dá pelo fato de reduzirmos a causa material à potência e a causa formal ao ato. Assim, o mármore em que Michelângelo esculpiu "Davi" é potência para a forma esculpida, mas o próprio artista Michelângelo é o ato para a escultura, por ter em seu intelecto a forma da mesma , imprimindo-a no mármore.<br />
Em geral, as causas formais e materiais são estudadas pela filosofia da ciência, por dizerem respeito mais à natureza física do que à natureza metafísica.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>4.3-Causalidade Extrínseca ao ser</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>4.3.1- Princípios x Causa</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Princípio se define assim:</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li>Aquilo de que uma coisa procede seja de que modo for</li>
</ul>
<div>
Causa se define assim:</div>
<div>
<ul>
<li>Aquilo de que uma coisa depende quanto a existência.</li>
</ul>
<div>
Desta maneira podemos depreender que a causa é um dos modos pelos quais uma coisa procede, em outras palavras toda causa é um princípio, mas nem todo princípio é uma causa. O princípio de identidade, por exemplo, é da onde procede o princípio da não-contradição, mas não é a sua causa.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>4.3.2-Causa Eficiente</b></div>
<div>
Como definido acima;</div>
<div>
<ul>
<li>Causa Eficiente - Aquilo pelo qual uma coisa é.</li>
</ul>
<div>
A causa eficiente difere da causa final em certo aspecto, pois embora ambas sejam aquilo pelo qual a coisa é, a causa final o é segundo a intenção, enquanto a causa eficiente é o que produz efetivamente a mudança.</div>
</div>
<div>
<b>4.3.3- Causa Principal x Causa Instrumental</b><br />
Deve-se entender que a causa pode agir pela sua própria força ou por força de outra causa. Assim, o serrote é causa do corte na madeira, mas o marceneiro também. A questão é que o corte toma forma na intenção do marceneiro e toma existência na madeira, o serrote é o instrumento que o marceneiro utiliza para imprimir na madeira a forma que concebeu, o corte. O marceneiro é a causa principal e o serrote é a causa instrumental.<br />
<br /></div>
<div>
<b>4.3.4- Causa Primeira x Causa Segunda</b><br />
Hierarquicamente podemos classificar a causa em causa primeira e causa segunda no que diz respeito a dependência de uma causa em relação a outra.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4hK7CnVhS-s5fkJhVwTaZsEUX2aDpNCkdbEPxR6XcNKNtN0_becOISYTvI-EfYwSPKV8RxR0xiMw6tn4nS9ZIyIdRncBHRpabBPlJ2VpqVpmQl69RtV5eZr9AiNc3u1leYyNd-WS-lks/s1600/causa_efeito_domino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4hK7CnVhS-s5fkJhVwTaZsEUX2aDpNCkdbEPxR6XcNKNtN0_becOISYTvI-EfYwSPKV8RxR0xiMw6tn4nS9ZIyIdRncBHRpabBPlJ2VpqVpmQl69RtV5eZr9AiNc3u1leYyNd-WS-lks/s320/causa_efeito_domino.jpg" height="200" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Assim é que o primeiro dominó nessa série é a causa primeira e os outros são as causas segundas no tombo do dominó seguinte. Se analisarmos com mais precisão, poderíamos dizer que a mão que empurrou o dominó é realmente a causa primeira. E somente o indivíduo que contém a intenção possui a causa formal do tombo em sequência. Assim, sempre precisamos distinguir a causa primeira da causa segunda. De certa forma, a causa segunda é sempre uma causa instrumental da primeira. O primeiro dominó não poderia atingir o último senão através dos dominós intermediários.</div>
<br /></div>
<div>
<b>4.3.5- Consequências</b><br />
<div style="text-align: justify;">
A análise das questões da causalidade eficiente nos coloca de frente a algumas conclusões acerca da eficiência.</div>
</div>
<div>
<b>a) A causa age em ato</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Como visto anteriormente, uma tinta branca não pode pintar uma parede de vermelho. É necessário que a tinta seja vermelha em ato para causar a "vermelhice" da parede. </div>
</div>
<div>
<b>b) A causa não muda pelo fato da ação</b><br />
<div style="text-align: justify;">
A causa não perde sua atualidade ao produzir um efeito. Contudo ela pode sofrer uma mudança decorrente de outra causa no momento da mudança. Portanto há que diferir todas as causas envolvidas e discernir todas as mudanças no processo. Se o ser em ato em uma mudança sofre modificação é porque há outra mudança no fenômeno observado.</div>
</div>
<div>
<b>c) A ação está no paciente</b><br />
<div style="text-align: justify;">
O título desse blog, "Actio est in Passo", advém da causalidade eficiente. Se definirmos os seres envolvidos na mudança como agente e paciente, sabendo que o agente é ato e o paciente é potência, poderemos perceber que todo o processo de mudança ocorre no paciente. O agente é aquele que desencadeia o processo de mudança que ocorre no paciente.</div>
</div>
<div>
<b>d)O efeito preexiste na causa</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Para que o paciente obtenha o resultado da mudança é necessário que a causa possua de antemão o resultado dessa mudança. Não é possível a frenagem do carro se o indivíduo tenha mentalmente o efeito desejado. Também não é possível salgar uma comida com algum condimento que não seja salgado, por exemplo com açúcar. Por isso diz-se que o efeito preexiste na causa, obviamente sob forma atual.</div>
</div>
</div>
<div>
<br />
<b>4.4- Causa Final</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Acima definimos causa final como uma causa que visa um determinado fim. Então, o arquiteto que planeja uma casa, vai dispor dos meios necessários para atingir o fim que é a realização do projeto. Alguém poderia objetar dizendo que quem executa o projeto é o pedreiro e por isso a causa final é o pedreiro. Porém, nessa circunstância o pedreiro é causa instrumental que serve ao arquiteto como meio de realização do seu projeto. Afinal, a casa imprime o estilo do arquiteto e não do pedreiro.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.baixaki.com.br/imagens/wpapers/BXK11447_catedral800.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.baixaki.com.br/imagens/wpapers/BXK11447_catedral800.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
Com efeito, a catedral de Brasília é uma obra de Niemayer, o arquiteto.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Outra questão a salientar é que o fim é o primeiro na concepção e o último da série causal e só o pode ser em vista da natureza da causa final: a inteligência.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Assim é que a causa final está sempre relacionada a um agente inteligente. Pois somente a inteligência encontra finalidade nas coisas. O corpo humano não começa a emagrecer assim que está gordo. Somente a inteligência que enxerga a finalidade do emagrecimento começa a disciplinar a vontade a fim de atingir um tal fim, a saúde, e começa a dispor dos meios necessários para alcançá-la. Daí se decorrem 2 fatos:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
</div>
<ul>
<li>O agente age pra um fim</li>
<li>O fim deve ser conhecido</li>
</ul>
<div>
<div style="text-align: justify;">
O agente age para um fim, pois se não estivesse determinado para produzi-lo, poderia produzir qualquer coisa, sendo portanto um mero acaso. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
E o fim deve ser conhecido para ser buscado. Como uma causa eficiente buscaria um fim indeterminado?</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
O fim da obra, muitas vezes é distinto do fim do agente. Assim, um artista pode produzir uma obra por diversas finalidades pessoais (reputação, ideologia, ganha-pão), mas a obra possui uma finalidade própria que é a realização. Também devemos distinguir entre fim principal e fim secundário, o primeiro quando o trabalhador visa realizar a obra, o segundo quando o trabalhador visa ganhar o dinheiro.</div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Assim, definimos:</div>
</div>
<div>
<ul>
<li>Fim - aquilo porque o efeito é produzido</li>
<li>Causa Final - causa que age visando um fim</li>
</ul>
</div>
<br />
<b>4.5- Causa Exemplar</b><br />
A causa exemplar se define assim:<br />
<br />
<ul>
<li>Modelo segundo o qual o agente produz sua obra; ou:</li>
<li>Modelo do efeito.</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: justify;">
Se pensarmos em termos de causalidade final, saberemos que a causa final age segundo um fim que conhece. Esse fim, inicialmente é intencional, só após o devir se torna realizado fora da inteligência. Essa intenção que serve de modelo para a execução da obra é a própria causa exemplar. A causa exemplar vai ser essencial mesmo para a causa final, visto que a causa final não age sem ter um modelo do fim a realizar.</div>
</div>
<br />
<b>4.6- O acaso</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Para se entender a necessidade de uma causa para as coisas que mudam, há que entender como se dá o acaso e qual a sua definição. Assim retira-se a possibilidade de ocorrência de um evento meramente por acaso. Muitas vezes confunde-se acaso com ocorrência sem causa, o que é de certo um absurdo.<br />
Em geral podemos notar que o acaso é uma ocorrência em que não podemos dizer exatamente qual a <b>finalidade da causa</b>. Quando tropeçamos e caímos num local macio, por exemplo, fica a impressão de que o local macio foi colocado com a finalidade de amortecer o impacto da nossa queda. Essa é uma realidade subjetiva do acaso. Aparece como um acontecimento que tem causa final, mas que não tem realmente. Não para a inteligência humana.<br />
As causas também podem ser classificadas em essenciais e acidentais. O serrote ao serrar uma madeira é causa essencial do corte, mas é causa acidental do barulho. O efeito que se quer produzir é o corte, o efeito acidental do corte é o barulho.<br />
Por outro lado, objetivamente falando, um acontecimento casual se dá quando duas ou mais sequências causais acontecem simultaneamente, mas como efeito de causas acidentais. Isto é: o acaso é produto de duas ou mais causas acidentais. Por isso mesmo fica aparente que exista uma finalidade no efeito do acaso. De certa forma, não há equívoco da inteligência humana em pressupor que haja uma finalidade em todos os efeitos. A questão é que nem sempre poderá encontrar todas as causas dos efeitos apresentados, seja por dificuldade da coisa ou pela própria limitação da mesma inteligência humana.<br />
<br />
<ul>
<li>Acaso - Quando duas ou mais causas acidentais agem concorrentemente.</li>
</ul>
Assim fica esclarecido que mesmo um evento casual possui causa. Dizer que o universo surgiu por acaso constitui dizer apenas que o universo surgiu por duas ou mais causas acidentais e não que surgiu sem causa, o que, como dissemos acima, constitui um absurdo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b>4.7- A série infinita</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Utilizando o exemplo da tinta que pinta, podemos descrever uma longa série de causalidades.</div>
<ol style="text-align: justify;">
<li>A parede é vermelha por causa da tinta;</li>
<li>A tinta é vermelha por causa do pigmento;</li>
<li>O pigmento é vermelho por causa de seus componentes químicos;</li>
<li>Os componentes químicos refletem a luz vermelha por absorverem as outras cores;</li>
</ol>
Como ficou definido acima, causa instrumental é a que age como instrumento de outra causa. A questão, portanto se incide sobre três fatos:</div>
<div style="text-align: justify;">
a) As causas na série infinita não são causas primeiras, são causas segundas, por isso mesmo as chamamos causas instrumentais. Se fossem causas primeiras não necessitariam de uma causa anterior.<br />
b) As causas em série infinita apenas agem transmitindo a eficiência de uma causa inicial.<br />
Por esses dois motivos percebe-se a impossibilidade da série infinita, já que é preciso de uma causa inicial que transfira eficiência à sequência infinita de causas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como definido acima, causa eficiente é "aquilo pelo qual uma coisa é". Na lista de causas que precedem a cor da parede, fica-se em evidência que cada causa é por outra causa. Afinal, que causa teria transmitido a eficiência a essa série de causas?</div>
<div>
Certamente não podemos admitir que exista uma série essencialmente infinita. E de fato há uma causa primeira que age transmitindo a sequência de causas sua eficiência. Tentaremos através de Aristóteles demonstrar a existência dessa Causa Primeira, que chamamos Deus.<br />
<br />
<b>5- Da Existência de Deus</b><br />
<div style="text-align: justify;">
<b>5.1 - A demonstrabilidade da existência de Deus</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Como C. Lahr define sucintamente o que é Teodicéia e qual seu objeto, sem acrescentar nada transcrevo o texto de seu Manual de Filosofia.</div>
<div style="text-align: justify;">
"Nem a alma, (...), nem a matéria (...) bastam para se explicar a si próprias. Logo têm também a sua razão suficiente noutro ser; e a metafísica não termina sua obra antes de chegar a determinar este ser primeiro, e a reduzir assim a multiplicidade infinita das coisas à unidade absoluta dum só princípio, razão última de toda a existência e de toda a possibilidade, que chamamos Deus. Tal é o objeto próprio da Teologia Racional ou Teodicéia." (pág 739 e 740)</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>a) A ciência empírica não possui método para encontrar essa resposta</b></div>
<div style="text-align: justify;">
O objeto da ciência física (química, biologia , mecânica etc) é o ser móvel e sensível. O método é sempre experimental já que o ente móvel e sensível se manifesta aos sentidos. É certo que Deus não é um objeto sensível e nem, como veremos, móvel. Desta forma, a ciência empírica não pode ter por objeto uma coisa que está fora de seu alcance. É necessário recorrer a uma ciência mais racional e menos empírica, a uma ciência abstratíssima que trata não do ser sensível e móvel, mas de todo e qualquer ser, a Metafísica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>b) Como se pode chegar a demonstrar a existência de Deus</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Continua C. Lahr sobre o modo de demonstração da existência de Deus</div>
<div style="text-align: justify;">
"Quanto ao método que devemos seguir, visto o ser absoluto, a causa primeira, não ser perceptível aos sentidos nem à consciência clara, segue-se que a Teodicéia não é uma ciência experimental e de observação. Também não é uma ciência abstrata e puramente apriorística como a geometria, pois o objeto que estuda não é abstração, mas a mais real e concreta das realidades. (...) a Teodiceia deve, por consequência, empregar um método misto simultaneamente racional e experimental. Deve partir da observação dos fatos, para firma-se no terreno do real e do concreto, e servir-se da razão para se elevar até o infinito e absoluto. (...) Podemos considerar no mundo externo simplesmente o fato da sua existência, ou os movimentos e mudanças nele produzidos, ou finalmente a ordem que nele reina." (pág 742)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
c) A legitimidade da prova </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b>5.2- A primeira prova</b><br />
Anteriormente ficou demonstrado que:<br />
<br />
<ul>
<li>O que se move, é movido por outro</li>
<li>Nada é motor e movido ao mesmo tempo no mesmo aspecto</li>
<li>A causa instrumental age segundo uma causa principal</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;">
Assim sendo, essas três proposições nos levam a questionar se a série de motores e movidos pode ser infinita. A demonstração da existência de um primeiro motor imóvel se dá pela necessidade da ação de uma causalidade final e pela resolução da sequência infinita de motores e movidos. Admitindo-se a tese de que há um motor imóvel, deverá se demonstrar que a série de motores e movidos não pode sob nenhum aspecto ser essencialmente infinita e que essa impossibilidade se quita com a existência do primeiro motor imóvel. As três proposições anteriores são resolvidas a seguir.</div>
<br />
<b>5.2.1 - Tudo que se move é movido por outro</b><br />
Existem três demonstrações para o fato de que tudo se move por um motor.<br />
<b>a) Divisibilidade do Movido</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Mover-se é passar de potência a ato ou vice-versa. O processo da mudança evidentemente ocorre no tempo. Isso significa que não há uma mudança instantânea. O movido vai mudando aos poucos, isto é, durante a mudança, uma parte está movida e a outra vai se mover. Se tomarmos o exemplo da parede acima, fica claro que a parede não é instantaneamente pintada. Ela vai sendo pintada no tempo, parte por parte, até que encontra-se finalmente pintada. Em um certo momento, ela era ato e potência: ato na sua parte que acabou de ser pintada e potência na parte que ainda iria ser pintada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Essa discussão evidencia que o que é movido deve ser corporal, isto é: composto de partes. Posteriormente se demonstrará que o indivisível não pode ser movido.</div>
<div style="text-align: justify;">
Supondo que o universo seja o motor de si mesmo, deve-se admitir que possui o princípio do seu movimento. Se não possui o princípio do seu movimento é sinal de que é movido por outro. E por princípio deve-se entender ato.</div>
<div style="text-align: justify;">
Também não se pode afirmar que é movido por si mesmo no caso de ser movido por uma de suas partes. </div>
<div style="text-align: justify;">
O animal , por exemplo, que se move pelas pernas é movido por uma de suas partes que, se movendo primeiramente, acaba movendo o restante do corpo do animal. Então para que se mova é necessário que o universo seja movido não por uma de suas partes e que não seja movido por outro, que significa ter o princípio de seu movimento. Assim, no mínimo seria necessário que todas as suas partes estivessem em movimento imediatamente e desde sempre.</div>
<div style="text-align: justify;">
Essas observações nos fazem concluir que se o universo (que é divisível) possui o princípio de seu movimento é porque ele é primeiramente movido do que motor. A consequência drástica desse fato é que se houver uma parte sua parada, sem movimento, isso significa que o movido não pode ser primeiramente movido, mas sim que deve ser movido por outro. No universo, isso fica muito claro, pois muitas de suas partes não estão em movimento para certos aspectos. A Lua , por exemplo, não está ganhando massa e perdendo ao mesmo tempo.</div>
<b>b) Prova por Indução</b><br />
Ainda que a primeira demonstração seja suficientemente definitiva, pode-se demonstrar que tudo é movido por outro através de dois outros argumentos. O argumento por indução que demonstramos agora baseia-se na noção de acidente.<br />
As coisas podem ser ou substância ou acidente. Substância se existem por si mesmas, acidentes se existem por outras ou em outras. Assim é que a cor vermelha da parede é acidental, o movimento de translação da Terra é acidental etc. Enumerando-se diversos casos de movimento, tem-se a conclusão de que tudo que se move , se move por outro.<br />
<b>c) Nada está em Ato e Potência ao mesmo tempo</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Terminada a segunda demonstração, podemos demonstrar pela lei da causalidade que nada está sob o mesmo aspecto em ato e potência. A parede não pode estar vermelha em ato e potência ao mesmo tempo. Isto é: A parede não pode ser vermelha e não ser no mesmo instante. O carro não pode se mover e estar parado ao mesmo tempo, a porta não pode estar aberta em potência e em ato. </div>
<div style="text-align: justify;">
Pelo princípio de Identidade verifica-se que nada é e não é ao mesmo tempo. Por consequência, decorre-se que nada pode ser e não ser ato ao mesmo tempo. Como potência é uma espécie de não-ato, fica demonstrado que nada pode estar em ato e em potência ao mesmo tempo sob o mesmo aspecto.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como nada pode estar em ato e em potência para um mesmo tipo de movimento - nada está e não está em movimento ao mesmo tempo - , consequentemente nada se move por si mesmo, o que é equivalente a dizer que tudo que se move, se move por outro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b>5.2.2 - Impossibilidade da série Infinita de motores e movidos</b><br />
Acima ficou demonstrado que tudo que se move é movido por outro. Isso leva imediatamente a suscitar que há uma série infinita de motores e movidos. Vejamos porque essa série exige um ponto final que seria o primeiro motor imóvel.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0B67Tv2j3gCUM-Ub_cR6s2cx4bBmijJe0SO7wfJzz2-dMW7gsmNrTlmBiWDRZdrdTDn-3eXPc9mLGpVmE7LCfisCP49kzpF1ELpzamHH-Y_iABFq_IVOv0YVmZkMWMYQRltyYkw-P7dMc/s1600/serieInfinitadeMoventes.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh0B67Tv2j3gCUM-Ub_cR6s2cx4bBmijJe0SO7wfJzz2-dMW7gsmNrTlmBiWDRZdrdTDn-3eXPc9mLGpVmE7LCfisCP49kzpF1ELpzamHH-Y_iABFq_IVOv0YVmZkMWMYQRltyYkw-P7dMc/s400/serieInfinitadeMoventes.bmp" height="123" width="400" /></a></div>
<b>a) Tudo que se move é divisível e corporal</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Como já foi levantado, para que haja movimento, é necessário que o ser em movimento possua partes. Ainda que haja dúvidas a esse respeito, transcrevemos o texto de Aristóteles:</div>
<div style="text-align: justify;">
"Tudo que muda tem que ser divisível. Porque como toda mudança é de algo até algo, e quando uma coisa está finalmente mudada não muda mais, (...) (porque o que está na mesma condição, tanto em si mesmo como um todo, como com suas partes não está mudando) , se segue então que a coisa que muda tem que estar parcialmente em ato e parcialmente em potência."</div>
<i>Aristóteles - Física/Livro VI-4</i> (Adaptação e tradução nossa)<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Desta maneira, concordando com Aristóteles, devemos precisar que se há uma série infinita de motores e movidos materiais (o que se daria no universo, por exemplo) então haverão infinitos corpos. Pois se houvesse um número finito de corpos, quer dizer que a série seria finita e isso significaria a existência de um primeiro motor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por outro lado, na sequência infinita de motores e movidos, cada motor é simultaneamente motor e movido. Isso implica que os infinitos corpos são simultaneamente movidos e motores. Não há problema até aqui. O Problema se dá que para que um corpo material (que é divisível) esteja simultaneamente em movimento conjunto com outro, é necessário que ambos fossem como um contínuo. Isso porque para um corpo extenso, como é o corpo material, a transmissão do efeito se dá por uma de suas partes e só pode atingir uma das partes do movido, de forma que para que não houvesse apenas um contato de partes, mas sim um contato do todo corporal, faz-se necessário que movido e motor sejam uma coisa só, caso se trate de um ente material.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como estamos supondo uma série infinita de motores e movidos e acabamos de determinar que para o movimento ser simultâneo entre os corpos materiais é necessário que sejam como contínuos, então temos um corpo material infinito. </div>
<div style="text-align: justify;">
É certo, sem muito esforço, que não se pode dizer que um número infinito de corpos se mova em tempo finito em uma série infinita. Pois se os infinitos corpos se movem em tempo finito, é sinal que o movimento começou em um dado momento. Então deve-se admitir que os infinitos corpos se moveram em tempo infinito, o que não ocorre em nenhum movimento. Todo movimento é, por definição e necessidade, em tempo finito. Se um carro percorreu 200 km em infinitas horas , é matematicamente evidente que não andou nada (200/infinito tende a 0).</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Concretamente isso significa que para um corpo finito percorrer uma distância finita em tempo infinito, isso só seria possível se o corpo estivesse no final do movimento antes de estar no começo dele. Assim fica claro que o todo movimento (a semelhança do movimento local) ocorre em tempo finito.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ora se estamos considerando infinitos corpos em uma série infinita de motores e movidos, devemos obrigá-los a obedecer tal lei. Isto é: os infinitos corpos se movem em tempo finito cada um. Todo movimento ocorre no tempo e é impossível que infinitos corpos se movam em tempo finito da mesma forma que é impossível que um corpo finito se mova em tempo infinito. Em suma, não pode haver série infinita de motores e movidos.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div style="text-align: justify;">
O "Pêndulo de Newton" é um exemplo prático do que acabamos de defender. A primeira esfera em potência para o movimento é transformada em ato pelo homem (primeiro motor), após isto, ela transfere o movimento para a esfera seguinte e assim sucessivamente até chegar no movimento da última esfera da sequência ordenada de motores e movidos. Levando esse fato a uma análise mais minuciosa, percebe-se que em uma mesma esfera uma parte sua é movida antes da outra, quer dizer, a energia do movimento é transferida de parte em parte até que toda a esfera esteja em movimento. Ora, fica claro que em algum momento uma parte da esfera estava em ato e a parte restante em potência, ou seja: a esfera não é ato puro(sem potência alguma). Assim, por ser constituído de partes, o seres materiais jamais podem ser atos puros. Já que:</div>
<br />
<ul>
<li>Nem sempre foram ato</li>
<li>Se tornam ato por uma de suas partes</li>
<li>Em algum momento parte é ato, parte é potência</li>
</ul>
<br />
Isso já é suficiente para demonstrar que esse ato puro é extramental ao universo e que sobretudo é imaterial. Sem sombra de dúvidas, podemos chamá-lo "Deus".<br />
<br />
<b>b) Quitado o primeiro motor, não há movido</b><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
O problema central de se considerar uma série infinita de movidos é que todos os movidos são considerados intermediários do movimento. Mas como podemos considerá-los intermediários do movimento pretendendo que eles antes de serem motores sejam movidos? Isso é equivalente a dizer que não há intermediários, que todos são movidos por si e que portanto não há série e que um movido não é motor do outro e nem movido por outro.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas como se demonstrou acima de três maneiras distintas, todo movido é movido por outro, o que nos obriga a criar a série de motores e movidos infinitos.</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Em uma série , quitando-se o primeiro motor que move a todos os outros movidos, nada se move. Ora, isso é evidentemente falso, pois o que mais observamos no universo é a mudança. E pelo que ficou bem claro, a mudança é um produto da causalidade, isto é de uma causa que induz um efeito. Caso não houvesse um primeiro motor em uma série , não haveria movimento no mundo.</div>
<b><br /></b>
<b>c) A causa instrumental exige causa final</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Acima, definiu-se o que é uma causa final e causa instrumental. Causa final é o que move a ação, causa instrumental é a que serve como "intermédio" da ação. Por isso na série de motores e movidos, cada motor é causa instrumental e por conseguinte intermediária. Sem uma causa final, é impossível que haja o primeiro movimento, pois é necessário imprimir na sequência ordenada de causas uma finalidade a ser atingida. Somente assim é que a sequência ordenada de causas atinge o fim, produzir tal ou tal efeito.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em outras palavras, a causa instrumental é o meio que a causa final utiliza para atingir o fim determinado. Por esse motivo, parece que para ser uma legítima causa final, há de se conhecer o efeito que se quer produzir e intencionalmente produzi-lo de alguma maneira. Se existe uma causa que não conhece o efeito que produz, que não tem a intenção de produzir o efeito, é sinal de que essa causa age por outra causa que lhe é superior, o que equivale a dizer que esta causa é instrumental de alguma causa final a saber.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ora, a necessidade da causa final é real e pelo que se demonstrou. a causa legitimamente final tem que ser a primeira, por ter intencionalidade e finalidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se há uma legítima causa final e por consequência causa primeira, ela tem de ser incausada. Na hipótese em que tal causa é causada por outra, deixa de ser final e primeira e não resolve o problema da série infinita, de forma que para que se resolva o problema da série infinita, faz-se necessária a existência de uma causa final incausada, isto é uma causa primeira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<b>5.2.3 - Conclusão </b> <br />
<div style="text-align: justify;">
A causa final e primeira resolve o problema da série ordenada infinita de motores e movidos, mas o que nos permite afirmar que tal causa primeira é Deus de fato?</div>
<div style="text-align: justify;">
Ora, admitir que exista uma causa primeira é admitir uma causa sem causa imóvel, pois se esta causa tivesse causa, não seria primeira, mas causa segunda. Uma causa sem causa é necessariamente imóvel e portanto onipotente. Sob certo aspecto, onipotência é a faculdade de mover qualquer coisa e de não ser movido por nenhuma coisa. Repetindo, caso um ser onipotente fosse movido por uma causa superior, há de se entender que tal causa superior é mais onipotente que ela. O que é um absurdo. De fato, nas Sagradas Escrituras, Deus declara a Moisés: "Eu sou Aquele que É." Isto quer dizer: Ser supremo, incausado , causa primeira e final de todas as coisas. Não muda e não é mudado por nada. Ainda que tal fato tenha sido revelado aos hebreus, Aristóteles, sem nenhum contato com a cultura hebraica, chegou a conclusão de que Deus existe indubitavelmente através do exercício árduo da razão e pesquisa paciente e altamente científica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>5.3- A segunda prova</b></div>
<div style="text-align: justify;">
A primeira prova pretende solucionar o problema da sequência infinita de motores e movidos. Já a segunda pretende solucionar a necessidade de existência de uma causalidade nas causas intermediárias. Como ficou definido anteriormente, toda sequência causal exige uma causa eficiente, que opera em função de um ato próprio. Por isso se faz clara a necessidade de uma causa que não só cria a mudança, mas uma causa mais formal que todas as coisas causas materiais, uma causa que comunica causalidade a todas as causas instrumentais secundárias. Essa causa finalíssima só pode ser um motor que não é movido, pois caso o fosse, não seria eficiente, mas sim instrumental, quer dizer, teria recebido sua causalidade de outro motor. Por isso parte da demonstração da existência dessa causa se fundamenta na ação de contradizer a tese de que todo motor se move. A outra parte consiste em afirmar a necessidade de um princípio eficiente extrínseco a sequência causal.</div>
<br />
<b>5.3.1 - Impossibilidade do movimento de todo motor</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Como toda proposição, a proposição "todo motor se move" pode ser verdadeira ou falsa, conforme o atributo pertença ou não ao sujeito. E como toda veracidade ou falsidade, pode ser em acidente ou em si mesma.</div>
<div style="text-align: justify;">
Como nos define a lógica, existe dois modos de ser: ou em si mesmo ou por outro. Ao ato de existir em si mesmo damos o nome de substância. Ao ato de existir por outro , damos o nome de acidente. Assim a proposição pode existir verdadeira ou falsamente em acidente ou em si mesma. A questão que a metafísica evoca é que todo ser acidental pode ser ou não ser, pode existir ou não existir. À esse aspecto, dá-se o nome de contingência. O fato é que todo ser contingente precisa de um outro ser para existir e no caso das proposições, é preciso que sua demonstração seja necessária para que sejam verdadeiras. Segundo Aristóteles, em sua obra Segundos Analíticos, o conhecimento demonstrativo precisa se apoiar em proposições verdadeiras e necessárias (Capítulo 6, 74b5). Assim é que se afirmamos que todos os felinos são mamíferos e que todos os gatos são felinos, não podemos concluir que todos os gatos são mamíferos se as proposições anteriores são contingentes (podem ser ou não ser). </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Nos comentários de Tomás de Aquino aos segundos analíticos, podemos sacar tal texto:</div>
<div style="text-align: justify;">
"Assuma a conclusão "Todo C é A" como necessária e demonstrada por uma proposição que não é necessária, mas contingente, de forma que uma ou ambas proposições "Todo B é A" e "Todo C é B" são contingentes. Agora fica óbvio que através desta proposição contingente não podemos tirar uma conclusão que não seja contingente." (adaptação e tradução nossa).</div>
<div style="text-align: justify;">
Acrescenta Aristóteles em seus "Tópicos" que nenhuma proposição contingente é absoluta. De forma que um homem sentado pode estar sentado relativa e provisoriamente. Em decorrência disso, podemos dizer que em um dado momento, ainda que relativamente, tal homem não está sentado. Isso será utilizado para demonstrar a falsidade da proposição "Todo motor se move".</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
A proposição "Todo motor se move" pode ser: a)acidental (em acidente) ou b) substancial (em si mesma)<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>a)Em acidente</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Se é uma proposição acidental, sinal de que não é necessária, quer dizer, sinal de que nem sempre foi assim. De forma que obriga a contingência da proposição "Nenhum motor se move", já que podemos encarar a proposição acidental "Todo motor se move" como temporária. Evidentemente que é impossível que em algum momento não tenha havido movimento. Ora, como se notou, a proposição contingente "Todo motor se move" implicou em uma proposição impossível ("Nenhum motor se move"). Desta maneira é que descartamos que a proposição "Todo motor se move" seja verdadeira por acidente. Resta-nos considerá-la verdade por si.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-ffSCBZ11raFW1TVkudXIWt8QhaqWm38vFil1KGcgLu7hwlbp5tQQXn0N3ReaMuO7t1wBgGhzoLzd7qb_aIVQZYT1yEKICfFLu9X2nA_rDrR5UeicKHio8qRax13LHspizvb9lsshygvj/s1600/Tom%C3%A1s+de+Aquino+-+Prova+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-ffSCBZ11raFW1TVkudXIWt8QhaqWm38vFil1KGcgLu7hwlbp5tQQXn0N3ReaMuO7t1wBgGhzoLzd7qb_aIVQZYT1yEKICfFLu9X2nA_rDrR5UeicKHio8qRax13LHspizvb9lsshygvj/s640/Tom%C3%A1s+de+Aquino+-+Prova+2.jpg" height="333" width="640" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O segundo argumento para demonstrar a falsidade dessa proposição no caso de sua acidentalidade consiste em um exemplo muito bem proposto por Aristóteles e muito bem aproveitado por Tomás de Aquino. Aqui variamos a aplicação do exemplo, mas mantemos sua forma.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tanto vermelho e algodão são caracteres acidentais de uma camisa, o que quer dizer que não é necessário que as camisas sejam vermelhas ou sejam de algodão para serem camisas. Ora, é certo que há camisas de algodão que não são vermelhas e que há camisas vermelhas que não são de algodão, de forma que fica explícito que se duas características acidentais se reúnem em uma mesma substância, é necessário que apareçam separadas em outras substâncias. Assim se as características acidentais motor e móvel aparecem no mesmo ser, é sinal que há um ser que é somente móvel e um ser que é somente motor (Deus).</div>
b) Em si mesma<br />
<div style="text-align: justify;">
Para que a proposição "Todo motor se move" seja verdadeira em si mesma é necessário que o tal motor se movimente no mesmo tipo de movimento à medida que move o movido. Quer dizer, no momento em que ensino matemática a um aluno devo aprender matemática. Se uma bola de bilhar sofre uma aceleração devido a tacada, é sinal que a tacada seja acelerada exatamente no momento que acelera a bola, isto é, o taco ganha movimento a medida que a bola ganha movimento, sendo tal movimento provido do taco. Evidentemente tais conclusões são absurdas. É necessário que eu aprenda matemática antes de ensinar ao aluno, é necessário que taco receba aceleração da mão antes de ser acelerar a bola e assim por diante. Assim fica claro que a proposição "Todo motor se move" é falsa substancialmente, o que nos remete a existência de um "professor" supremo que nada aprendeu, apenas sabe. Um motor que nunca é movido, apenas move. Esse motor comumente chamamos Deus.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>5.3.2- A eficiência</b></div>
<div style="text-align: justify;">
Pelo que precede, nos é claro que a sequência causal é uma sequência que necessita de um motor primeiro. Mas esse motor não só comunica a existência às causas, como a primeira prova demonstrou, mas também comunica poder causal as causas. Por exemplo, tal primeiro motor não só cria a tinta vermelha, como também cria na tinta o poder de avermelhar as coisas. O motor cria o ser e a causalidade. A esse princípio chamamos eficiência. Acima, a causa eficiente ficou definida como "aquilo pelo qual uma coisa é". Se uma coisa é motor, só é motor por outra. Assim a causalidade é também ordenada, organizada por um ser, que logicamente precisa ser inteligente para que ordene e organize a causalidade conforme sua concepção. </div>
<div style="text-align: justify;">
Contra isso, alguns alegam que o universo age através de causas cíclicas, como na figura abaixo.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkDBUBWD1pQb9ToeJ6qU09Fd_JMaSBhrLskzrsyv5_FxdsjhAzsJpZTpkAGaBsahKrcgQHziB6AtwmKH9lwmcJjVx-iVkpW5fAiMg-dj6aXKGKmwHhI5hKLnvhjln3tDB3l6oszZkQ1Nzo/s1600/causalidade+circular.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjkDBUBWD1pQb9ToeJ6qU09Fd_JMaSBhrLskzrsyv5_FxdsjhAzsJpZTpkAGaBsahKrcgQHziB6AtwmKH9lwmcJjVx-iVkpW5fAiMg-dj6aXKGKmwHhI5hKLnvhjln3tDB3l6oszZkQ1Nzo/s320/causalidade+circular.bmp" height="189" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sem descartar essa hipótese, temos que averiguar que ainda que tais motores transfiram a causalidade, não são eles que criam a causalidade, o que equivale a dizer que agem segundo um agente eficiente que lhes comunica o poder causal. Esse fato exige a presença de um motor eficiente, como indicado na figura abaixo.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgASyYes7YefnMuLPzNPY1gevGIE-CvJchbjcEcFwA49NMbhEOCkNUl6Vuu1cYM6XQBadcv0CRWv10fmIQplgbUeJzILBaXVlEwx7N4irdlv3zLSMtA_3VFyfTxkehyphenhypheny5Oidq3u5F6zfVNd/s1600/C%C3%B3pia+de+causalidade+circular.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgASyYes7YefnMuLPzNPY1gevGIE-CvJchbjcEcFwA49NMbhEOCkNUl6Vuu1cYM6XQBadcv0CRWv10fmIQplgbUeJzILBaXVlEwx7N4irdlv3zLSMtA_3VFyfTxkehyphenhypheny5Oidq3u5F6zfVNd/s320/C%C3%B3pia+de+causalidade+circular.bmp" height="195" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa ideia nos coloca diante de um poderoso esclarecimento, que há causas extrínsecas e intrínsecas e que sobretudo há causas unívocas e análogas. Seguiremos a definir essa distinção.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b>a) Causa Unívoca</b></div>
<div style="text-align: justify;">
A causa unívoca tende a produzir um efeito semelhante a si. Assim, todas as obras dos homens são obras humanas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<b>b) Causa Análoga</b></div>
<div style="text-align: justify;">
A causa análoga tende a produzir um efeito não oposto, mas diverso de si. Assim é que torna-se possível a explicação de como Deus, um puro espírito de natureza infinita, pode criar um mundo material de natureza finita. A causa análoga pode também explicar como, por exemplo, tudo que existe é ser, mas é ser de forma diversa. O granito é ser, o mármore é ser, mas são seres diversamente. Isto é que Deus causou efeitos materiais que são distintos da sua natureza puramente espiritual.<br />
<b>c)Nada é causa de Si mesmo</b><br />
A análise da eficiência nos remete à seguinte consideração: Nada pode causar a si mesmo, já que sob o aspecto da eficiência, algo ser causa de si mesmo implica em existir antes de si mesmo, o que é uma contradição obviamente.<br />
d)Causa eficiente<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>5.4- A terceira prova</b><br />
A ciência nos mostra algumas características dos seres do universo:<br />
<ul>
<li>Começam a existir e depois param de existir</li>
<li>Dependem de um princípio que determina sua existência e organização</li>
<li>Há um princípio que determina a existência e organização dos seres</li>
</ul>
<div>
A essa efemeridade de tais seres damos o nome de contingência, isto é, há seres que podem ser ou não ser. Ora, algo que pode ser ou não ser depende sua existência de outro ser que o determina e o organiza., já que enquanto não é não pode passar a ser por si mesmo. Se um couro já fosse bola antes de ser bola, não seria couro. Mas é pela mão humana que o couro se transforma em bola.<br />
Vejamos agora cada verificação separadamente.<br />
<br />
<b>5.4.1- A existência contingente</b><br />
Que as coisas do universo mudam é inegável. A lua transita ao redor da Terra, a cor das folhas mudam conforme as estações os animais crescem, envelhecem e morrem. Em cada um desses casos percebemos que os seres mudam por princípios extrínsecos a eles. A lua gira por conta da gravidade, os animais envelhecem por tais e tais motivos e as folhas mudam por tais outros motivos. Cada fato ocorre por conta de um princípio extrínseco a ele, que vem de fora, que lhe é exterior. Mas o fato é que cada efeito parece possuir um princípio diferente e mesmos tais princípios parecem vir de outros princípios. Mesmo a gravidade possui um princípio, ela não é o último princípio. Além do mais, a gravidade é princípio para um fenômeno em específico, de forma que há certos fenômenos que não dependem dela. Isso deixa claro que cada ser pode depender sua existência de diversos princípios distintos e que mesmo cada princípio pode depender de outros princípios. Essa dependência dos seres e dos princípios dos seres, chamamos contingência.<br />
<br />
<b>5.4.2- A dependência do ser contingente</b><br />
O que é contingente não pode ser em razão de si mesmo. É por esse motivo que existe a ciência, sempre querendo buscar a causa das coisas. Se as coisas tivessem razão de ser em si mesmas, bastaria conhecê-las para conhecer seus princípios, mas como as coisas tem razão de ser extrinsecamente a si, o homem se esforça para procurar tais razões extrínsecas.<br />
Pela observação sensata, percebemos que o ser contingente não tem a razão de ser em si mesmo, está sempre dependendo sua razão de ser de uma outra coisa, e, que essa coisa, sendo contingente, também depende sua razão de ser de um princípio extrínseco. Então, há nos seres contingentes uma relação de dependência e isso é a própria contingência.<br />
<br />
<b>5.4.3- O ser por si mesmo</b><br />
Como se demonstrou o ser que é por outro é chamado de ser contingente. Ora, todo ser contingente tem sua razão de existência em outro ser. Se este for um ser contingente, terá sua razão de ser em outro ser e assim indefinidamente a menos que um ser que é sua própria razão de ser cesse a sequência de causas. Em suma:<br />
<ul>
<li>Há seres contingentes</li>
<li>Os seres contingentes dependem sua razão de ser de outro</li>
</ul>
<div>
Então</div>
<div>
<ul>
<li>Há uma relação infinita de dependência entre os seres contingentes (um absurdo)</li>
</ul>
<div>
a menos que</div>
</div>
<div>
<ul>
<li>Um ser não contingente exista.</li>
</ul>
<div>
Um ser não-contingente nada mais seria do que um ser que possuísse a razão de ser ele próprio, um ser que é por si mesmo, sem ter surgido e sem ser mudado, já que o surgimento e a mudança são os sinais característicos da contingência. Ora , um ser imutável (onipotente), que existe desde sempre (eterno), que é sua própria razão de ser e que possui toda a razão de ser (onisciente) é Deus.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
</div>
<div>
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
5.5- A quarta prova</div>
<div style="text-align: justify;">
5.6- A quinta prova</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
6- Conclusão <br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/Q2I2QsjhKt0?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="344" src="http://www.youtube.com/embed/tVtXhiOkAjY?fs=1" width="459"></iframe>
</div>
<b>Bibliografia:</b><br />
[1]Jolivet, Regis – Metafísica pág 55<br />
Regis Jolivet - Tratado de Filosofia (Volume 3)<br />
Tomás de Aquino - Suma Contra os Gentios (Tomo I - capítulo XIII)<br />
Tomás de Aquino - Suma Teológica ( Prima Pars- Q2 a Q13)<br />
H.D. Gardeil - Iniciação à Filosofia de Tomás de Aquino<br />
Enrique Collin - Manual de Filosofia Tomista (Tomo II)<br />
Pedro Ceruti - A Caminho da Verdade Suprema (Tomo II)<br />
Leonel Franca - A Psicologia da Fé e O problema de Deus<br />
Aristóteles - Metafísica<br />
Aristóteles - Física /Livro VI, Livro VIII<br />
Aristóteles - Organon/ Segundos Analíticos (Capítulo 6 Comentado por Tomás de Aquino)<br />
R. Garrigou Lagrange - Dios, su existencia (Solución Tomista de las Antinomias Agnósticas)<br />
R. Garrigou Lagrande - Dios, su naturaleza (Solución Tomista de las Antinomias Agnósticas)<br />
C. Lahr - Manual de Filosofia<br />
Pe Alvaro Calderón - Umbrales de la Filosofia<br />
<a href="http://josephkenny.joyeurs.com/CDtexts/PostAnalytica.htm#13">http://josephkenny.joyeurs.com/CDtexts/PostAnalytica.htm#13</a>
<br />
<a href="http://www.montfort.org.br/index.php/tag/provas/#3">http://www.montfort.org.br/index.php/tag/provas/#3</a>
<br />
<a href="http://www.cristianismo.org.br/efp2-18.htm">http://www.cristianismo.org.br/efp2-18.htm</a><br />
<a href="http://www.capuchinhosprsc.org.br/biblia/artigos/O%20Nome%20de%20Deus.pdf">http://www.capuchinhosprsc.org.br/biblia/artigos/O%20Nome%20de%20Deus.pdf</a>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-28012575159909758262010-08-07T02:14:00.000-03:002013-07-19T20:31:16.525-03:00Comentário: De ente et essencia - Capítulo I<div>
<b>Tomás de Aquino:</b></div>
1-Proêmio[omitido aqui]<br />
<div>
2-a) O conhecimento das <span class="Apple-style-span" style="color: red;">coisas simples</span>, nós o recebemos das <span class="Apple-style-span" style="color: #3333ff;">coisas compostas</span>. Ademais, é partindo das <span class="Apple-style-span" style="color: #33cc00;">noções posteriores</span> que atingimos as <span class="Apple-style-span" style="color: #ffcc00;">primeiras noções.</span></div>
<div>
<ul>
<li><span class="Apple-style-span" style="color: red;">Corpos simples: </span>Corpos indivisíveis </li>
<li><span class="Apple-style-span" style="color: #3333ff;">Corpos compostos: </span>Corpos formados por diversas partes simples ou compostas </li>
<li><span class="Apple-style-span" style="color: #33cc00;">Noções posteriores: </span>Noções derivadas de outras noções </li>
<li><span class="Apple-style-span" style="color: #ffcc33;">Noções anteriores: <span class="Apple-style-span" style="color: black;">Noções primeiras e irredutíveis</span></span></li>
</ul>
<div>
<b>Explicação: </b></div>
<div>
Para a escolástica, o termo "coisa" significa o objeto do conhecimento uma vez conhecido. Quando Tomás de Aquino se refere à coisas simples, está portanto se referindo à algo-simples conhecido. A inteligência humana encontra a essência das coisas através da observação material. Ora, a matéria é algo composto, se partimos da matéria ao conceber noções menos gerais para conceber noções mais gerais, partimos de noções posteriores para adquirir noções anteriores. Primero passamos pelas idéias de gato, cão. boi, peixe, sapo para depois só então conceber a idéia de animal. Isso é próprio da inteligência humana. Os anjos partem da essência da coisa para conhecer a matéria, passam pois, de noções anteriores às noções posteriores.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>Tomás de Aquino:</b></div>
<div>
2-b) Assim sendo, para que também esta explanação , que se inicia pelas noções mais fáceis, seja mais adequada ao tema sobre o qual versa, devemos atingir o significado de essência, tendo como ponto de partida o significado de ente.</div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="color: #ffcc33;"><span class="Apple-style-span" style="color: black;"><br /></span></span></div>
<div>
<b>Comentário de Dom Odilão Moura: </b>A explicação começada pelos conceitos compostos e posteriores é de mais fácil aceitação. Assim sendo, a exposição deste Opúsculo (De ente et essencia) dever iniciada pela noção de ente, que pertence àqueles conceitos, para se atingir a noção de essência.</div>
</div>
<div>
<br />
<br />
<a href="" name="more"></a><br /></div>
<div>
<b>Tomás de Aquino:</b></div>
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3- Convém saber que, como diz o Filósofo (Aristóteles), no Livro V da Metafísica, o ente, visto em si mesmo pode ser tomado em duplo sentido: no primeiro, enquanto se divide nos <b><i>dez gêneros</i></b>; no segundo, enquanto significa a <b><i>verdade das proposições</i></b>.</div>
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<br /></div>
<div>
<b>Explicação:</b></div>
<div>
" Os predicamentos são atributos do ser, modos especiais sob os quais o ser pode existir, isto é, o conjunto de gêneros supremos em que se distribui todo o real." (Jolivet 1965)</div>
<div>
O ser é ou substância ou acidente. Substância quando existe em si mesmo, acidente quando existe em outrem. Assim sendo, há 9 possíveis maneiras do ser existir em outrem e uma maneira de existir em si mesmo. Contudo, segundo Jolivet, essa divisão é passível de aperfeiçoamento, através da integração de uns conceitos e expansão de outros. Por exemplo, o conceito de movimento poderia ser mencionado como ligado ao espaço e ao tempo, mas alguns consideram o movimento como um gênero supremo. Acrescenta ainda que nem o próprio Aristóteles enumera os gêneros da mesma maneira nos seus tratados.</div>
<div>
<ul>
<li><span class="Apple-style-span" style="color: red;">Dez gêneros:</span></li>
</ul>
</div>
<div>
<ol>
<li>Substância: Aquilo que algo é. ex.: Homem, Gato, Cão etc. </li>
<li>Quantidade: ex.: dois carros, 1000 reais. A quantidade pode ser abstraída do ser ao qual ela é acidental ou essencialmente atribuída, assim é que a matemática abstrai o ser contável. (1 + 1 = 2) </li>
<li>Qualidade: O que pode ser atribuído à algo, geralmente adjetivos. Ex.: Branco, Grande, Pequeno. </li>
<li>Relação: Alguma entidade que o é, devido à relação/comparação com outra entidade. ex.: O gato é <span class="Apple-style-span">menor </span>que o cão. </li>
<li>Lugar: Posição no espaço. Ex.: Na escola, na casa, no parque. </li>
<li>Tempo: ex .: no dia anterior. </li>
<li>Posição: Ao contrário do lugar, a posição é um estado adquirido pelo ser em relação a si mesmo. ex.: em pé, deitado, de costas. </li>
<li>Posse: A posse é simplesmente o ato de ter algo. Não necessariamente algo material. O olho possui a visão. Numa análise mais perfeita, fulano está armado; isto é, possui uma arma. </li>
<li>Ação: Quando um ser atua em outro ser ou em si mesmo. ex.: O rato <span class="Apple-style-span">roeu</span> a roupa do rei. </li>
<li>Paixão: Quando um ser sofre a ação de outro ser. A frase do blog, vem de Aristóteles e significa "A ação está no paciente", de forma que, segundo ele, se a ação fosse extrínseca ao ser que a sofre, não poderia ele, sofrer a paixão.</li>
</ol>
<ul>
<li><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="color: #3333ff;">Verdade das proposições:</span></span><br /><span class="Apple-style-span">As proposições podem ser falsas ou verdadeiras. As proposições falsas não possuem entidade e por conseguinte não possuem essência. É por isso que o possível ente "João alto e baixo" não existe. Na verdade não é um ente. As verdadeiras possuem entidade sempre, contudo há alguns casos em que, devido à manobras linguísticas, parecem não a possuir. É o caso de "Não gosto de ler ." ou "Me arrependo do não fiz." ainda em "Fulano não é inteligente" ou em "Fulano é surdo". Embora haja coesão lógica nessas proposições, há uma incoerência metafísica.<br />Não pode haver um ato de não gostar. O que há é "Gosto de não-ler". Não pode haver arrependimento de não ação, visto que se o ser não é ativo, não pode ser arrepender. Nesse caso, há uma confusão linguística em que não fazer algo, implica exatamente em fazer outro algo. Claro que por motivos práticos, a língua deve se estabelecer dessa forma, contudo não se pode levar esse estabelecimento até o nível ontológico. Em "Fulano não é inteligente", como pode Fulano não ser? Obviamente se ele é, é. O que fica nessa frase é que fulano tem a privação da inteligência, da mesma forma em "Fulano burro". Fulano não pode ser burro, uma vez que a burrice nada acrescenta ao ser; ao contrário, retira algo. O mesmo raciocínio ocorre em "Fulano surdo". Ademais, porque parece absurdo dizer que a pedra é surda? Toda pedra é surda, mas a sensação de absurdo ocorre já que não se faz necessário afirmar o que a pedra não é, já que a inteligência (sendo algo feito para conhecer a verdade e por isso mesmo o ser) não consegue lidar com o não ser. Em face aos exaustivos exemplos, temos dois tipos de ente no que tange a verdade das proposições, as privações e as negações.</span></span></li>
</ul>
<div>
<b>Tomás de Aquino:</b></div>
</div>
<div>
Vejamos em que se diferenciam esses dois sentidos.</div>
<div>
Considerado o ente no segundo sentido, tudo aquilo de que se possa formar uma proposição afirmativa pode ser dito ente, embora nada ponha na coisa. Assim é que as privações e negações são ditas entes, pois dizemos que a afirmação é oposta à negação, e que a cegueira é nos olhos.</div>
<div>
Considerado, porém , o ente no primeiro sentido, não pode ser dito ente senão aquilo que ponha algo na coisa. Eis porque, neste sentido, a cegueira e as noções semelhantes à ela não são entes.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>Explicação:</b></div>
<div>
Não se pode confundir idéia com imagem. A idéia é a representação determinada de um objeto sensível. Já a imagem é o meio psíquico pelo qual os animais representam, conservam, reproduzem e combinam objetos sensíveis. Por isso se afirma que os anjos não imaginam, que os animais imaginam e que o homem não pensa sem imagens. Visto que: (1) A inteligência angélica por apreender a essência das coisas sem necessidade de um estímulo sensível, o anjo não precisa imaginar para ter idéias e por conseguinte, para pensar. (2)O animal como recebe estímulos sensíveis(luz, cor, som, odor etc), possui a imagem das coisas. Assim é que o gato vê o rato ao longe e se pões a pegá-lo sem fazer uso da razão, apenas "imaginando" a sequência de operações necessárias para se aproximar do rato. (Esticar a perna de traz, erguer a perna da frente etc). (3)Contudo não se pode confundir a imaginação com o ato de pensar. O homem é um ser racional, mas um ser racional que usa do mundo sensível para raciocinar, dessa maneira acaba servindo-se das imagens para se ter idéias e das idéias para raciocinar. No homem, a idéia de círculo, equivale a muito mais do que uma circunferência traçada num quadro. A idéia de círculo é acidentada pelos conceitos gerais e objetivos que envolvem o círculo (como a forma do círculo e suas relações matemáticas), bem como conceitos subjetivos (como a significância do círculo para alguns). Podemos exemplificar com a palavra "gato". A palavra "gato" representa linguisticamente uma idéia complexa, na qual estão envolvidos diversas imagens e mesmo outras idéias(imagem do pelo do gato, miado do gato e idéias como "animal", "mamífero" etc). Eu posso usar essa idéia de gato para ter aulas numa faculdade de veterinária. </div>
<div>
Então, como vemos, nem a imagem, nem a idéia constituem o raciocínio propriamente, senão apenas ferramentas de raciocínio. </div>
<div>
A lógica classifica as idéias como mentais ou objetivas. As idéias mentais são as coisas concebidas enquanto concebidas e as idéias objetivas são as coisas concebidas enquanto coisas. Em outras palavras é possível encarar a idéia sob duas perspectivas. De um lado está idéia como objeto do conhecimento humano. Por que,se faz mister notar, o homem não conhece a própria coisa no ato, senão a idéia que representa a coisa. A essa idéia concebível, damos o nome de idéia mental. À idéia objetiva, pertecem idéias que tem um valor de identidade com o objeto ao qual representam, de forma que a inteligência ao conhecer essa idéia, conhece o próprio objeto. </div>
<div>
Se é possível que a mente humana conceba idéias independentemente das coisas, como são algumas idéias mentais, é possível que existam idéias irrealizáveis fora da mente humana. Assim é que a lógica distingue entre entes reais e entes de razão(entes lógicos).</div>
<div>
O ente real é tudo aquilo que é realizável fora da inteligência, mesmo que de forma fantástica. Conceber um trem de ouro é uma tremenda insanidade, contudo é algo totalmente realizável se se tivesse dinheiro, ouro e dedicação necessárias à sua realizaçao. Desta forma, trem de ouro é um <span class="Apple-style-span" style="color: blueviolet;">ente real</span>.</div>
<div>
Já as negações e privações, noções gerais são adversas à isso. Elas são irrealizáveis fora da inteligência. Afinal, o que é o nada? Não é nada. ou melhor: O nada não é. Ele não existe, mas se temos uma palavra para representar essa idéia de "não-existência-absoluta", é por podermos conceber coisas irrealizáveis. É o mesmo com as negações. Ininteligência, inaptidão etc são exemplos de idéias que temos de coisas que são irrealizáveis. Nesses casos só se tem uma idéia p'ra representar essas coisas, porque há coisas realizáveis à que se negam com essas negações. Há inteligência, há aptidão e quando consideramos algo inapto ou ininteligente, só o fazemos para determinar que lhe falta aquilo que normalmente teria. Ainda acontece o mesmo com noções gerais. Humanidade, deidade entre outros conceitos gerais, são irrealizáveis. Afinal não existe humanidade como tal independentemente do homem. O que há é o homem e a inteligência por perceber um padrão de ocorrências, define esse padrão como que abstraindo do objeto as características que lhe são comuns, assim são criados os conceitos gerais. Desta forma, humanidade, nada e ininteligência são <span class="Apple-style-span" style="color: red;">entes de razão</span>.</div>
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<br /></div>
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<b>Comentário de Dom Odilão Moura:</b></div>
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Noção de ente. É apresentada a noção de ente segundo sua divisão em <span class="Apple-style-span" style="color: blueviolet;">ente real</span> e<span class="Apple-style-span" style="color: red;"> ente de razão</span>. Aquele, pertencem os <span class="Apple-style-span" style="color: #008b00;">predicamentos</span>, a este, as privações e as negações. Deve-se saber que ente não pode ser definido por ser conceito universalíssimo: toda e qual outra noção que o queira esclarecer não o esclarece, porque ela é também ente.</div>
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<br /></div>
<div>
<b>Explicação:</b></div>
<div>
Uma idéia pode ser tomada do ponto de vista da extensão e da compreensão.</div>
<div>
<ul>
<li>Extensão: Conjunto de seres aos quais a idéia convém. </li>
<li>Compreensão: Conteúdo de uma idéia.</li>
</ul>
<div>
Assim, a idéia de computador se extende à tal e tal objeto e a idéia de máquina está compreendida na idéia de computador. Por isso a idéia de ser, que compreende nenhuma idéia é a mais extensa e indefinível. Já a idéia de "Wolfgang Mozart" em todos os seus atributos é também indefinível por compreender diversas idéias e se extender à apenas um ser.</div>
</div>
<div>
Já os predicamentos à que se refere D. Moura, já foram explicados acima. Os <span class="Apple-style-span" style="color: #008b00;">predicamentos </span>são os modos de existir e segundo Aristóteles são dez os modos de existência, listados acima como os dez gêneros supremos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>Tomás de Aquino:</b></div>
<div>
Por conseguinte, o nome de essência não se pode derivar de ente tomado no segundo sentido, pois, neste, são denominadas entes coisas destituídas de essência, como se verifica nas privações.</div>
<div>
Essência, porém, origina-se de ente enquanto concebido no primeiro sentido. Eis porque o Comentador (Avicena), ao discorrer sobre o texto de Aristóteles acima citado, afima que "Ente concebido no primeiro sentido é aquilo que significa a essência da coisa".</div>
<div>
E porque, como foi dito, o ente considerado neste primeiro sentido divide-se nos dez gêneros, deve a essência significar algo comum a todas as naturezas, mediante as quais os diversos entes são colocados nos diferentes gêneros e espécies. Assim é que, por exemplo, a humanidade constitui a essência do homem e semelhantemente isto se vai repetindo nas demais coisas. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>Comentário de Dom Odilão Moura:</b></div>
<div>
Noção de essência. Etimologicamente, essência (essentia) deriva de ente (ens). Conceitualmente, porém, essência pertence só ao ente real: é algo comum às substâncias e aos acidentes.</div>
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-40137281731558257382010-07-21T22:49:00.000-03:002013-07-19T20:31:16.530-03:00Da razão e raciocínio<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #0000ee;"><u><br /></u></span></div>
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLtJ99zLULlhBOix1EQXG6Q-Hy8oCquN2OEvrfDkXwWUwqkVOXrdWiGxeeK0mC3hRZvpxsWjNQBGuuATV6wVBcUO6lmKIW8Q-3hUhAUX5L3CSCd9NdbcD_h79VXl__fqC651WcmxrNsYjx/s1600/1893224546.01.LZZZZZZZ%5B1%5D.jpg"></a><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJnpYk6tQc-hrcAjRTQkYWW9fG-P_M4b_OwBrntyPUJsuxGWHXnIiCmMD4Ulcw3_7847i1Re_bELL6BLnuhfrpb-kZK5Eag4iD4zJTdaO5Y2zMJIZCHd0H_vZ5-oZThC5l3grJ8YXj-XzP/s1600/pensador%5B1%5D.gif"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5496575215755097426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJnpYk6tQc-hrcAjRTQkYWW9fG-P_M4b_OwBrntyPUJsuxGWHXnIiCmMD4Ulcw3_7847i1Re_bELL6BLnuhfrpb-kZK5Eag4iD4zJTdaO5Y2zMJIZCHd0H_vZ5-oZThC5l3grJ8YXj-XzP/s200/pensador%5B1%5D.gif" style="cursor: pointer; float: right; height: 200px; margin: 0px 0px 10px 10px; width: 150px;" /></a><b><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">O Raciocínio</span></b><br />
<div>
<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;"><b><br /></b></span></div>
<div>
<br />
<b>Introdução</b><br />
<br />
O raciocínio humano é sempre um pressuposto filosófico, uma vez que o ato de conhecer através do raciocínio, próprio do homem, vai delimitar as possibilidades que cada sistema filosófico pode alcançar.<br />
`<br />
<div>
<br /></div>
<div>
<b>1- A lógica e o raciocínio</b><br />
<br />
A lógica nada mais é do que o estudo de como racionar corretamente. Isto é, uma vez que a inteligência possui mecanismos para encontrar a verdade, esses mecanismos podem ser encontrados e explicitados para que se obtenha um sistema capaz de assegurar como encontrar a verdade. Por isso mesmo é costume dizer "Isto não tem lógica!", uma forma de agredir o oponente numa discussão quando este não utilizou de um processo conclusivo autêntico. Contudo, apenas afirmar falta de lógica é um tanto vago, já que são muitos os processos legítimos de raciocínio.</div>
<div>
O fato primordial consiste em que a inteligência pode ser encarada como objeto de conhecimento por ela própria e assim as leis gerais regentes do raciocínio são enunciadas.<br />
<br />
<b>A) Analogia</b><br />
A analogia é um processo racional que consiste em estabelecer uma relação entre duas realidades (ou conceitos) essencialmente diversos. Desta forma, carro e estrada estão associados, apesar de serem essencialmente diferentes. Na teoria da evolução, por exemplo, há o conceito de órgãos análogos. Órgãos análogos são órgãos diferentes, mas com funções idênticas.<img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5496559046471494578" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOdD-GrzFzl9xEEKzVsBcL9eiT-_IE_TAUsgzJ5G47BhYF2qCCtlPysOoB47WNs_qd9fk9GzudwxT-1n3sy6SoXBxQhNyLZvFgud99rAKdHzcYPZ1C3X_YcWXd6gLlhQ-9Bi5flZhAK8Yq/s400/analogia%5B1%5D.gif" style="cursor: pointer; height: 289px; width: 400px;" /> <br />
<div>
figura 1 - Analogia entre asa de inseto e de pássaro.</div>
<div>
<br />
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=722471287399473306" name="more"></a></div>
<div>
Essa definição de "Analogia" é completamente errônea. Primeiramente porque Analogia versa sobre dois seres essencialmente distintos, sendo que ambos mantenham uma relação. Não há relação entre asa de inseto e asa de pássaro. Há muito mais do que uma relação, há uma finalidade comum, de forma que o termo analogia não cairia bem. Em segunda instância, há o conceito de univocidade. Um conceito é unívoco quando aplicado de forma idêntica a dois seres distintos. Assim sendo, "asa" é um conceito unívoco e tampouco análogo. Finalmente, só pode haver analogia entre Asa , braço, pato e nadadeira.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>-> Analogia de atribuição</b>: Quando um ser empresta um conceito de outro ser a que esse conceito cabe perfeitamente. Isso ocorre de forma relacional. Podemos dizer "são" tanto de um homem quanto de um alimento, todavia alimento são é aquele que produz saúde e não aquele que possui a saúde propriamente. Nesse contexto o termo "São" foi <i>emprestado </i>por não lhe caber perfeitamente, mas relacionalmente. Homem são, comida sã etc.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>-> Analogia de proporcionalidade:</b> É a analogia que existe entre seres devido a semelhança de suas relações. Assim, o patins está para o patinador como o skate está para o skatista, já que a relação entre patins e patinador é semelhante à relação entre skate e skatista.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>B) Indução</b></div>
<div>
<b><br /></b></div>
<div>
A indução é o processo de enumerar leis gerais através da observação constante de um fenômeno. Por ex.: este gato mia, aquele outro também, esse aqui também ... esse gato também.</div>
<div>
Não é necessário averiguar o miado de todos os gatos existentes para saber que os gatos miam, de forma que basta a observação de uma quantidade de gatos miantes para declarar: "Os gatos miam". Isso é tão verdade, que imediatamente ao ver um gato espero dele um miado como som e isso se confirma. É um processo muito utilizado em direito e em ciências naturais. Outro exemplo: "As plantas produzem celulose" Ninguém nunca observou todas as plantas. Como é possível saber que todas produzem celulose? Através da indução. um método perfeitamente legítimo da inteligência.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>C) Silogismo Categ<span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">órico</span></b></div>
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</div>
<div>
O silogismo categórico é um processo aonde de uma ligação entre dois termos e um terceiro, depreende-se uma ligação entre os dois termos. Ex.: Todo <span class="Apple-style-span" style="color: #33ccff;">bolo </span>é feito com <span class="Apple-style-span" style="color: red;">trigo</span>. Este <span class="Apple-style-span" style="color: #33cc00;">alimento </span>é um <span class="Apple-style-span" style="color: #33ccff;">bolo</span>. Logo esse <span class="Apple-style-span" style="color: #33ff33;">alimento </span>é feito com <span class="Apple-style-span" style="color: red;">trigo</span>.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
-> Todo bolo é feito com trigo. (Ligação entre bolo e trigo)</div>
<div>
-> Este alimento é um bolo. (ligação entre bolo e alimento)</div>
<div>
-> Logo este alimento é feito com trigo. (ligação entre alimento e trigo, procedida através do termo bolo)</div>
<div>
<br /></div>
<div>
De certo, existem sempre três termos no silogismo, a saber:</div>
<div>
a- O termo maior;</div>
<div>
b- O termo menor;</div>
<div>
c- O termo médio.</div>
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<br /></div>
<div>
Aonde o termo médio liga o termo maior ao menor através de uma cópula verbal. </div>
<div>
<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>-> O carro <b>anda</b>. Isto <b>é </b>um carro. Logo <b>anda</b>.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Há sobretudo, no silogismo um relacionamento de ações, sendo que um ser que executa algo impele a outro ser da mesma natureza a execução desse mesmo algo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>D)Substituição de termos</b></div>
<div>
Na matemática é possível substituir um termo<sup>1</sup> quando este é equivalente a outro. </div>
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<br /></div>
<div>
A + B = C</div>
<div>
<br /></div>
<div>
C - D = A + B - D</div>
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<br /></div>
<div>
Na verdade o princípio superior que rege a substituição de termos é o Princípio da Identidade. Tal princípio enuncia que "<i>o que é é</i>", isso significa que um ente não pode ser e não ser ao mesmo tempo e sobre o mesmo aspecto. Como a idéia do número é uma idéia muito simples e concisa (o número é só a quantidade abstraída do corpo material), decorre-se facilmente que se um número é igual a outro, tão somente esses números virão a representar a mesma quantidade. Em outras palavras: 1 = 1.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
[1] - Termo: expressão verbal da idéia. No caso da matemática, uma idéia quantitativa.</div>
<div>
<br /></div>
<span class="Apple-style-span" style="color: #0000ee;"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5502512977055072306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLtJ99zLULlhBOix1EQXG6Q-Hy8oCquN2OEvrfDkXwWUwqkVOXrdWiGxeeK0mC3hRZvpxsWjNQBGuuATV6wVBcUO6lmKIW8Q-3hUhAUX5L3CSCd9NdbcD_h79VXl__fqC651WcmxrNsYjx/s200/1893224546.01.LZZZZZZZ%5B1%5D.jpg" style="cursor: pointer; float: left; height: 200px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 126px;" /></span><br />
<div>
<b>E)Ligação de termos</b></div>
<div>
Na física e outras ciências naturais, é possível notar a dependência indireta entre umas causas e outras causas. Assim é que se explicamos as leis moleculares pelas leis atômicas e as leis atômicas pelas leis de partículas, decorre-se que as leis de partículas explicam as leis moleculares. Esse determinismo é fato que nenhum físico-químico pode questionar. Ele baseia-se nessa premissa para entrar no laboratório e fazer as pesquisas que atentam suas dúvidas. Talvez por isso mesmo, os físicos modernos estejam empenhados em encontrar de uma vez a lei geral que regeria todas as outras leis." Uma só equação, todas as respostas."<sup>1</sup></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<sup></sup>[1]- Brian O'Greene - O Universo Elegante</div>
<div>
<div>
<br /></div>
<div>
<b>2- Justificação pelo raciocínio</b></div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
A admissão das teses de que a inteligência é a capacidade de conhecer a verdade e de que a verdade é a adequação da idéia à coisa propriamente, implica diretamente no fato de que a inteligência pode conhecer a si mesma quando coloca a adequação sob seu juízo. Assim, imediatamente que uma idéia se apresenta à inteligência, ela se apresenta na forma de um objeto inteligível. Da mesma forma se apresentarão o relacionamento da idéia com o ser e o ser propriamente. Conhecendo o ser, a idéia e o relacionamento, a inteligência pode julgar a equivalência entre eles. No caso em que ela nega a relação, o faz por admitir que a coisa conhecida não está de acordo com a idéia concebida, ou seja: declara a falsidade. </div>
</div>
<div>
<div style="text-align: justify;">
Mas se declara a falsidade, o faz por admitir princípios primeiros, superiores aos próprios princípios lógicos (que não passam de diretores do raciocínio), sendo eles o Princípio de Identidade e o Princípio de Razão, que são princípios imediatamente conhecidos pela inteligência desde que se depara com o ser.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-jkCGHsl6Sv8-zAbTbhwbl19t0HD34XjaWeI6ltuPxmK2YXLxSydAlOfBoEotXX4YiC_4NRLDH4YsRLEI1UFKFbq7rjbTmFpm_ghtkKQbrbNLUaSbPvHp3bFU4IOURsfyYXKFdvJEhF7Z/s1600/inteligencia.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5502530690227172066" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-jkCGHsl6Sv8-zAbTbhwbl19t0HD34XjaWeI6ltuPxmK2YXLxSydAlOfBoEotXX4YiC_4NRLDH4YsRLEI1UFKFbq7rjbTmFpm_ghtkKQbrbNLUaSbPvHp3bFU4IOURsfyYXKFdvJEhF7Z/s400/inteligencia.jpg" style="cursor: pointer; display: block; height: 287px; margin: 0px auto 10px; text-align: center; width: 400px;" /></a><br />
<br />
<b>a)A conclusão</b><br />
<div style="text-align: justify;">
Como se observa em lógica, devemos partir de premissas para chegar a conclusões. Admitindo que o raciocínio esteja correto, há de observar que as premissas podem ser verdadeiras ou falsas. Com o raciocínio perfeito a partir de uma premissa verdadeira chegaremos indubitavelmente a uma conclusão verdadeira. Com o raciocínio perfeito a partir de uma conclusão falsa, chegaremos indubitavelmente a uma conclusão falsa. Assim é que podemos utilizar este segundo tipo de raciocínio no que chamamos de demonstração por absurdo, que consiste em demonstrar a falsidade de uma premissa através da sua consequência absurda.</div>
<div style="text-align: justify;">
De qualquer maneira, em ambos os casos, o raciocínio pretende chegar a verdade. Não existe raciocínio por racionar. Todo raciocínio visa obter a verdade. Por isso é que quando um raciocínio não obtém a verdade chamamos de mau-raciocínio ou, em lógica, de sofismas ou falácias. De forma que mesmo que obtenha-se uma conclusão perfeita a partir de uma premissa que não se sabe ser verdadeira ou falsa, tem-se a impressão de raciocínio inacabado. Falta provar a veracidade da premissa.</div>
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<b>b)O resultado</b><br />
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Como dito acima, todo raciocínio busca a verdade. Contudo o homem não é só razão. É também paixão e por vezes suas paixões forçam conclusões, aparentemente como raciocínio. Psicologicamente falando, é o que se diz "lógica dos sentimentos" , patologias que ferem o uso da razão normal.</div>
<div style="text-align: justify;">
Eticamente falando, não deveríamos deixar que as paixões conduzissem a ordem dos raciocínios. Logicamente falando, não deveríamos cometer sofismas. Contudo, um doente mental (porque não dizer um doente intelectual?) pode ferir a ordem do raciocínio, quer seja moralmente, eticamente ou logicamente.</div>
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É atualmente muito em voga o livro "Deus, um delírio" de Richard Dawkins. Para quem teve a oportunidade de ler a obra, percebe claramente que estamos diante uma lógica passional aonde a argumentação não visa a conclusões, mas sim a resultados conforme o desejo subjetivo do autor. Com efeito, a sagrada escritura afirma: "Diz o tolo em seu coração: Não há Deus.". Poderíamos refazer as palavras da escritura dizendo: "Tira o tolo conclusões falsas."</div>
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Ademais, o que neste caso se chama de raciocínio não constitui senão pseudos-raciocínios.</div>
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<b style="text-align: start;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: x-large;">A Razão</span></b></div>
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<b>1- Introdução</b></div>
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Se o raciocínio é processo utilizado para se chegar a verdade através de conclusões, o que é a razão? Certo que a razão não é o raciocínio. A medida que o raciocínio se processa, tentando tirar conclusões a partir de premissas, segue certas diretrizes, certas regras que assegurarão a correta conclusão. Essas diretrizes são leis gerais às quais damos o nome de razão. Há uma ciência que investiga quais são essas leis gerais e chamamos essa ciência de ciência da razão, ou derivando do grego: Lógica (logos). </div>
<div style="text-align: justify;">
As leis da razão são leis generalíssimas que legitimam o raciocínio a investigar os seres na realidade. São duas: o princípio de identidade e o princípio de razão de ser.</div>
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<b>2- Princípio de Identidade</b></div>
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A criança sabe desde nova, que quando quer discutir com outra deve negar as afirmações da outra. Ainda que não faça sob circunstância autenticamente lógicas, faz por circunstâncias racionais.<br />_Este cão é melhor.</div>
<div style="text-align: justify;">
_Não, não é.</div>
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E assim, em forma simples, processa uma discussão entre dois menininhos. A criança e principalmente o cientista sabe que uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo.</div>
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O gato não pode ser gato e não ser ao mesmo tempo. O monte não pode ser monte e não ser monte ao mesmo tempo. E essa verificação nos demonstra a lei suprema do ser: cada ser é o que é , ou ainda: uma coisa não pode ser e não ser sob o mesmo aspecto e no mesmo instante.</div>
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As consequências do princípio de identidade são duas, a de que não há um meio termo entre ser e não-ser e a de que se x = 3 e y =x, então y=x.</div>
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<b>3- Princípio de razão de ser</b></div>
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Poderíamos definir o princípio de razão de ser como os motivos pelos quais as coisas são. Assim, uma pedra é pedra por tal e tal motivo, um homem é homem por tal e tal motivo etc. O princípio de razão de ser é um princípio geral que pode ser dividido em três princípios distintos:</div>
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<ul>
<li>Inteligibilidade</li>
<li>Finalidade</li>
<li>Causalidade</li>
<li>Substância</li>
</ul>
<div>
A inteligibilidade é a razão de um ser de frente para a inteligência. Isto é, a inteligibilidade é a razão pela qual o ser existe. Assim, o rio existe por tais e tais motivos e tais motivos consistem na inteligibilidade do rio.</div>
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Já a finalidade é o "para que" serve tal coisa. Assim, o pulmão serve para respirar, o pé para andar, o sol para iluminar etc. A ciência busca, antes de tudo, conhecer também a finalidade dos seres, isto é, para que servem os seres.</div>
<div>
Por outro lado, a causalidade é o princípio "de que" vem tal coisa. Assim, a maré vem da gravidade lunar, a gravidade vem da massa de um objeto e assim por diante. É também objeto da ciência procurar o que causa o que.</div>
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Finalmente a substância é um princípio que verificamos imediatamente ao nos depararmos com os seres. Quando falamos em tela sendo pintada, estamos falando em uma substância que está sendo afetada pelo pintor, quando falamos em queimada florestal, estamos falando em um substância que está sendo afetada pelo fogo etc.</div>
<div>
Esses princípios formam o que chamamos de primeiros princípios e são princípios evidentes conhecidos pura e simplesmente no ato de apreensão do ser. Não são fruto de conclusões, tampouco meras hipóteses. São princípios reais e evidentes.</div>
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<b>4- A abstração</b></div>
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O seres possuem características que estão cada qual relacionada com princípios distintos. Essas características podem ser separadas uma das outras conforme suas relações.<br />Assim, um animal pode ser considerado um corpo meramente física para estudo da física. Tal como uma bola ou uma pedra. Ignorar a vida do animal para verificar sua natureza física é uma abstração.</div>
<div>
A matemática abstrai dos seres materiais a quantidade da qualidade. Não importa para a matemática se um triângulo é azul ou verde, mas sim suas relações quantitativas que em nenhum aspecto dependem das suas relações qualitativas.</div>
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Quanto mais abstrata é uma ciência a mais seres se aplica. A biologia só se aplica a uma parte dos seres materiais: os seres vivos. Já a física se aplica a todos os seres materiais. A matemática é ainda mais abstrata que a física por se referir aos seres apenas na sua quantidade. Contudo é mister saber que a quantidade só é pertinente aos seres materiais. Para uma ciência universal que engloba todos os seres é necessária uma abstração máxima que separa todas as características acidentais dos seres para lidar somente com as características essenciais. E essa ciência abstratíssima é a metafísica.</div>
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<span style="font-size: x-large;">Conclusão</span></div>
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Vimos o que é a razão, diferenciamo-la do raciocínio e verificamos quais as suas condições psicológicas. A exposição acima demonstra que atualmente poucos entendem o que é a razão, embora muito pretensamente afirmam utilizá-la. Demonstra também os princípios que se devem apoiar os cientistas e permite que entendam como funciona o processo de investigar o real.</div>
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Bibliografia</div>
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Regis Jolivet - Psicologia ( pág 516 a 532)</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-722471287399473306.post-62076516131028101602010-07-19T01:25:00.000-03:002013-07-19T20:31:16.537-03:00Da "Falsa Humildade"<span style="font-weight: bold;">Introdução</span><br />
Por vezes quando ouvimos um jogador de futebol falar a respeito do jogo, percebemos que eles se consideram menores do que realmente são quando diante das câmeras.<br />
As frases dos mais variados tipos, tendem sempre a exaltar a equipe adversária em detrimento da própria equipe. Se por um lado, é verdade que seria muita jactância elevar-se, por outro percebemos como ridículo a tentativa de parecer menor do que é, ou parecer melhor do que acredita ser.<br />
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<span style="font-weight: bold;">1- A jactância</span><br />
A jactância consiste no ato de dizer bem de si mesmo para ostentar seu poder ou parecer maior do que é.<br />
Segundo Tomás de Aquino, a jactância pode não se opor a verdade diretamente, quando, por exemplo, esnobamos nossas posses. "Tenho uma Ferrari. Você não sabia?" Tal frase pode não ser mentira, contudo, pretende que o fato de possuir uma ferrari tenha mais valor do que realmente tem. Uma supervalorização. Dessa maneira, Tomás de Aquino categoriza a Jactância de duas maneiras:<br />
<span style="font-weight: bold;">a)Segundo a espécie do ato</span> - Há vezes em que a jactância se opõe diretamente à verdade, quando se diz de si algo maior do que se é.<br />
<span style="font-weight: bold;">b)Segundo sua causa - </span> Na maioria das vezes, a jactância (bem como outros pecados) provém da soberba.<br />
<br />
<span style="font-weight: bold;">2- A Ironia</span><br />
A palavra ironia provém do latim ironia e do grego ironeia e significa dissimulação, ignorância. Na verdade, em português empregamos a palavra quando queremos falar algo ao contrário do que realmente é, indicando certo sarcasmo. Porém nesse contexto iremos utilizar a definição mais condizente com a Suma que seria dizer-se menos do que é.<br />
A- Se a falsidade é um pecado, decorre-se que a "ironia" seria um pecado. A ironia diminuiria a realidade ou seu significado ao passo que a jactância aumentaria a realidade ou seu significado.<br />
B- Todavia, se é um pecado o orgulho, a jactância, a vaidade , soberba etc, a ironia pode ser encarada como o ato de evitar tais pecados.<br />
Ora, se não se pode utilizar um pecado para evitar o outro, como que dissimular a respeito da própria realidade pessoal seria conveniente? Tomás acrescenta que , além disso, como a bondade da alma inclina-se à perfeição, é natural que se incline também à justiça, de maneira que não seria possível separar a justiça da perfeição. (Não é possível uma perfeição sem justiça)<br />
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<a name='more'></a><br />
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Bibliografia: Tomás de Aquino - Suma Teológica, Secunda Secundae.(Questões 110 e 112)Unknownnoreply@blogger.com0