sexta-feira, 30 de maio de 2014

Escritos Lógicos II

Apreender quer dizer 'tomar'. Por isso, quando um policial apreender uma arma, podemos interpretar que ele tomou a arma da cidadão.
A inteligência opera sobre as coisas do mundo real, mas para compreendê-las é preciso que antes tome para si. Deste modo, é preciso que a inteligência apreenda 'gato' antes de compreender o animal. É preciso que ela 'absorva' gato.
Quando a inteligência entra em contato com um objeto, a sua primeira tarefa é apreendê-lo, para que possa realizar as outras operações lógicas (juízo e raciocínio). O modo de apreender um objeto é criar um representante intelectual para ele. Tal representante deverá conter as características essenciais do objeto e ignorar suas características acidentais. Chamamos esse representante de ideia. Pode-se dizer que a apreensão é um processo pelo qual a inteligência cria uma ideia.
A ideia é o menor fragmento da razão humana. É com ela que manipulamos os objetos sem nos importarmos com as consequências. Por outro lado, é possível ter ideias mais completas ou menos completas. Um especialista em botânica possui uma ideia mais apurada sobre plantas que uma pessoa comum. Isso, porque a ideia de planta que ele possui contém mais características essenciais à planta.
Deste modo, é possível salientar a necessidade de se compreender a ideia e a sua importância no processo de raciocínio, pois, afinal, racionar é movimentar ideias.

Escritos Lógicos I


Optkós é uma palavra grega para os efeitos luminosos. Certamente a ciência que estuda esses efeitos é a física numa disciplina especial de nome Óptica. Assim poderíamos definir Óptica como o estudo do comportamento da luz. O famoso físico inglês Isaac Newton escreveu um livro sobre o assunto e o nome é utilizado até hoje para mencionar tal disciplina.
Já logos é uma palavra grega que significa razão. O que poderia ser a ciência que estuda a razão?
Assim como óptica a ciência da luz, lógica a ciência da razão. Mais precisamente, uma disciplina da filosofia que estuda o comportamento do raciocínio.Essa foi uma definição etimológica, passemos a dizer o que é a Lógica. Aristóteles foi um pesquisador que dentre muitas ciências dominava a filosofia. Mas sabia que o saber filosófico era adquirido mediante interpretação cuidadosa dos fatos sensíveis.
Ora, a interpretação é fruto do raciocínio e logo Aristóteles se viu obrigado a estudar o raciocínio a fim de que conhecendo seu comportamento pudesse assegurar seu funcionamento adequado.
Curiosamente a inteligência é uma faculdade capaz de conhece os objetos e seu funcionamento, bastando para tal que o objeto se apresente a ela. Mais curiosamente ainda é o fato de que a inteligência é capaz de se colocar como objeto e analisar seu próprio funcionamento.
Como a Óptica, a Lógica possui leis próprias que visam assegurar o funcionamento correto da inteligência. Também a luz está sujeita a leis que asseguram seu funcionamento, contudo essas leis não estão sujeitas a nossa vontade como as leis do raciocínio perfeito. Isso quer dizer que podemos aplicar as leis para fazer um bom raciocínio ou não aplicar as leis fazendo um mal raciocínio.
Conforme análise minuciosa de Aristóteles, percebemos que o raciocínio é composto de partes, os juízos. Os juízos por sua vez possuem partes, as idéias e assim se faz importante o estudo de cada um desses componentes essenciais do raciocínio para que possamos executá-lo precisamente.