quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Aula 4 - Introdução à Lógica

1-Introdução
As idéias enquanto representação dos objetos podem atingir um determinado número de seres tanto internamente quanto externamente. Atingidos, podemos classificar tais seres em relação de compreensão e extensão.
2-A compreensão x Extensão
a)Compreensão
A definição de homem é animal racional. Tanto a idéia de animal quanto a idéia de racional tem seus significados próprios e independentes. Ambas se juntam para formar a idéia de homem. Nesse caso tanto animal quanto racional, estão compreendidos na idéia de homem. Assim sendo, podemos dizer com Jolivet, que a compreensão é o conteúdo de uma idéia.[1]
b)A extensão
A definição de homem é animal racional. Essa definição se aplica a Aristóteles, a Tomás de Aquino, a Brähms, a Paulo, a João, a Zumbi dos Palmares... Assim sendo, esses seres aos quais essa idéia se aplica formam a compreensão da idéia. Segundo Jolivet, extensão é o conjunto de seres aos quais tal idéia convém.[2]
2-Relacionamento
Quanto mais objetos compreenderem uma idéia, a menos seres tal idéia se extende. Assim é que a compreensão está na ordem inversa da extensão.
A idéia de animal se extende a diversos seres vivos, a medida que associamos a idéia de racional a idéia de animal, diminuímos os seres aos quais tal idéia convém. E se ainda adicionarmos a idéia de oriental (animal racional oriental -> Homem oriental) reduzimos ainda mais a extensão da idéia. Fazendo isso sequencialmente, chegaremos ao indivíduo. Percebe-se que o conteúdo, isto é, a compreensão da idéia vai aumentando em ordem inversa a sua extensão. Assim, pode-se concluir que a idéia de ser é a idéia mais extensa que existe e também a mais despojada de todas.

domingo, 4 de setembro de 2011

Aula 3 - Introdução à Lógica



"A linguagem exprime, pois, ou significa do nosso pensamento, tudo aquilo que é necessário para que uma outra inteligência, ao ouvir as palavras pronunciadas, possa apresentar a si própria o mesmo pensamento."
Jacques Maritain - Lógica Menor
1- Introdução
Aristóteles dizia que não era possível trazer as coisas à discussão e por isso trazemos as idéias que vêm substituir as coisas. Por isso se faz necessário tanto para o raciocínio quanto para a comunicação deste que se tenha precisado o termo que representa o objeto da intelecção.
Além do mais, quando enunciamos uma ou outra característica de um objeto, não enunciamos o objeto na sua totalidade, mas sim na sua parcialidade. Essa afirmação embora óbvia, é totalmente necessária quando lidamos com lógica, uma vez que através dos acidentes é que o homem conhece as coisas.
2- A Suplência
Anteriormente, vimos o significado de termo (expressão verbal da idéia). Um termo pode ter diversos significados. O termo "homem", por exemplo, pode significar o humano do sexo masculino, o ser-humano como tal entre outras coisas. Quando tomamos um termo por um dos objetos que ele significa, podemos imediatamente conhecer esse objeto. Na oração "Pedro é homem", tomamos o termo "homem" pelo significado de humano do sexo masculino e atribuímos ao ser Pedro. Imediatamente, podemos conhecer tanto a natureza de Pedro, quanto o significado que tomamos do termo.
A importância do estudo da suplência, advém de se corrigir as inferências lógicas.
No caso em que concluímos a possibilidade de separação das sílabas do ser Pedro devido ao tomar equivocadamente o termo "homem" em seu outro sentido, temos uma conclusão lógica legítima, mas uma suplência lógica ilegítima, pois não podemos tomar um termo no seus significados múltiplos e atribuí-lo a algo de significado único. Daí é que seguem inúmeros problemas da filosofia moderna, onde consideram-se a multiplicidade significativa dos termos, uma multiplicidade do real, desfazendo, portanto, toda a unidade significativa.